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sexta-feira, 25 de março de 2016

A flor das cinzas

                                                 foto de Lara Rocha 

          Era uma vez uma sementinha de flor. Foi lançada à Terra, num imenso campo, verde, fresco, lindo, por um jovem lavrador, muito carinhoso, delicado e feliz. Depois de a plantar e deitar as primeiras gotinhas de água do regador, o jovem disse:
- Espero por ti, minha flor! Virei regar-te todos os dias, e falar contigo! Que sejas protegida pelos deuses do solo, contra os malvados seres que aí vivem…toupeiras, e companhia limitada, para que não comam as tuas raízes. - sussurra o jovem 
           Ficou a olhar para a Terra sorridente, enche os pulmões de ar, e volta para casa. Nesse dia tudo estava sossegado. Mas de noite…uma coisa muito estranha aconteceu: estava a sementinha, na sua paz, e enquanto os habitantes dormiam, uns homens maldosos, incendiaram o campo. Os habitantes foram alertados com o cheiro a queimado, e pela agitação dos cães que ladravam sem parar, e tentavam a todo o custo largar as correntes. 
            Ficam em pânico quando vem à janela e veem chamas altíssimas…estavam rodeadas de fumo e de fogo. Saem todos aos gritos de casa, ligam as mangueiras, enchem baldes, e todos se ajudam uns aos outros. 
            É muito complicado apagar o incêndio, porque há muito fumo, e muitas labaredas, mas todos se ajudam como podem e conseguem dominar o incêndio. Ainda está tudo em pânico, e com a respiração ofegante, tossem, e deitam-se sobre a terra, misturada com cinzas e pó, exaustos, a chorar de nervos e de susto. O jovem fica deitado sobre o pedacinho onde plantou a flor.
Ai…a minha flor…! Já não vai nascer…! Não posso acreditar no que aconteceu…! Aii…minha flor…! Estavas tão bem na minha mesinha de cabeceira e agora…?! Aii… - lamenta o jovem num pranto incontrolável 
Calma, jovem…estamos vivos, e as nossas casas escaparam. - diz um lavrador 
E a minha flor, que eu plantei com tanto amor…? Queria tanto vê-la crescer…! - lamenta o jovem num choro inconsolável 
E verás crescer muitas flores. Plantarás muitas outras flores. Neste solo não…por enquanto…mas noutro solo. - diz outro lavrador 
Ai…! Que injustiça! (grita) Malditos…! Vou desfazer-vos. (grita) Vão pagar bem caro… - grita e chora o jovem revoltado 
Claro que sim, rapaz. Haveremos de descobrir quem fez esta maldade. - diz um senhor mais velho 
Porque é que fizeram isto…? - pergunta-se outro senhor, triste 
Quem fez isto…? - pergunta-se outro senhor mais jovem 
Deve ter deixado pistas…vamos, amigos…! - comenta outro lavrador 
Sim! - concordam todos 
- vamos por aí ver se deixaram rasto. - sugere o lavrador 
Tanto trabalho, tanto esforço, tanta dedicação, tanto amor…e agora acaba assim…tudo reduzido a pó…escuro…cinzento, como a minha dor…perdoa-me minha flor…! Devia ter passado a noite a tomar conta de ti, e deste campo…Aaaaiiii… - grita o jovem nervoso, a chorar 
      Pobre rapaz…está inconsolável! As suas lágrimas foram absorvidas pela terra, e foram ter à sementinha de flor, que fica muito feliz. Com ela está tudo bem, pois ainda não tinha nascido. As mulheres estão destroçadas, e nervosas, também se juntam aos homens para procurar quem teria feito aquela maldade. Encontram umas pistas, e chamam a polícia para investigar. 
       Nessa noite mais ninguém dorme, e o jovem vai para o pedacinho de terra onde plantou a flor, chorar sem parar. A sementinha recebe todas as suas lágrimas. De manhã, todos ficam desolados com o que veem…todo o verde passou a cinzento, não havia uma única flor, ou folha. Que tristeza.                             Descansam um pouco, destroçados, e o jovem muito revoltado, sempre alerta para ver se descobre quem foi, percorre os campos de uma ponta a outra. O jovem volta para o cantinho e chora outra vez, a sementinha recebe mais lágrimas, e o sol. Debaixo do solo, a sementinha abre-se, e começa a libertar as raízes pequeninas.
O que é que está a acontecer? - pergunta a sementinha 
           Uma lágrima do jovem, acaba de entrar no solo.
Olá… - diz a flor 
Ai… - responde a lágrima 
Magoaste-te? - pergunta a flor 
Não. Mas está muito escuro aqui. Não estou a ver nada… - diz a lágrima 
Eu não vejo assim tão escuro. - diz a flor 
Olha, eu vim de um sítio muito claro…podes dizer-me que sítio é isto…se é que é algum sítio… - explica a lágrima 
Não sei bem...sei que me mandaram para aqui. - diz a semente 
Isso não ajuda muito, porque também me mandaram para aqui…eu não gosto deste sítio, não sei porque me mandaram para aqui. - responde a lágrima 
Mas quem é que te mandou? - pergunta a flor 
Foi um jovem…que tem uns olhos que parecem um regador furado. - diz a flor irónica 
Uns olhos que parecem um regador…? Ainda por cima furado? Isso é muito estranho…
Sim. Quer dizer…não é bem um regador…são uns olhos…azuis…e foi que onde eu e mais umas milhares saímos…
Mas…
Sim, fomos expulsas!
Onde viviam?
Nesses olhos azuis.
E porque é que foram expulsas de lá?
Não sei explicar…sei que foi uma coisa má…!
Mas…quem és tu?
Sou uma lágrima…sou feita de água, com sal, com sais minerais, com vitaminas…e muitas outras coisas…pelo menos é o que dizem. E tu quem és?
Uma lágrima…eu…acho que sou uma semente…
Uma semente…?
Sim…de…flor…acho eu.
Ááááhhh…espera…tu deves ser o motivo da nossa expulsão!
Eu…? Mas…eu estou aqui tão sossegada…num sítio escurinho…fresco…o que é que eu fiz, para ele te expulsar…? Nem sei de quem estás a falar.
Não…não estou a dizer que fizeste alguma coisa…estou a dizer é que o jovem que nos expulsou, estava muito triste, por causa de um incêndio que houve, e destruiu tudo!
Um incêndio…? O que é isso?
É um monte de chamas, e de fumo por todo o lado…muito altas…adoram tudo o que é verde…devem ser uma espécie de monstros, que devoram tudo o que é verde, e reduzem tudo a cinzas…destroem tudo.
Ui, que horror…nunca ouvi falar, mas deve ser muito mau.
Sim, é muito quente.
Mas ainda não percebi o que é que eu tenho a ver com isso?
Nada!
Então porque é dizes que sou eu o motivo da tua expulsão…? Isso soa-me a alguma coisa de mal…
Não tiveste culpa…mas esse de olhos azuis, expulsou-nos porque está muito triste…por causa de…uma flor…ele só fala na flor…! Claro…com aqueles monstros…não sobrou uma única flor.
Ai…coitadinho! Deve ser mesmo mau.
Sim.
Mas…e tu, se estavas num sítio tão claro, porque é que vieste para aqui?
Como te disse…fui expulsa…não sei que sítio é este.
Eu também não sei o que vai acontecer…sinto-me muito diferente…ganhei umas coisas aqui…em baixo…
Espera…acho que ganhaste raízes.  diz a lágrima a sorrir 
Raízes…? - pergunta a for assustada 
Sim…eras uma sementinha…agora…és uma sementinha com raízes… - explica a lágrima a sorrir 
Ai…e o que é que me vai acontecer? - pergunta a flor assustada 
Não te assustes…as raízes são para te alimentar…vais crescer…e depois…vais para o sítio claro, de onde eu vim. Posso fazer-te companhia? - responde a lágrima a sorrir 
Sim…! Não entendo bem o que disseste, mas deve ser bom.
Sim, fica descansada…é bom.
Obrigada. - diz a flor a sorrir 
Sabes, aqui nem se está muito mal…mas lá fora…onde há muita luz está-se muito melhor.
Eu quero conhecer esse sítio. - exclama a flor 
E vais conhecer. Quando saíres eu vou contigo.
Boa. Obrigada. Fala-me mais de ti…
            As duas têm uma longa conversa. O tempo passa, mas o rapaz continua desolado. Apanham os incendiários, e a população dá-lhes uma boa tareia, antes de irem para a cadeia, principalmente o jovem, que está muito revoltado e magoado. Todos os dias, o jovem vai ao cantinho onde tinha a flor, e chora. 
            A sementinha, que ganhou raízes entretanto, convive com a sua amiga lágrima que a protege e que lhe faz companhia. As duas têm longas conversas, brincam uma com a outra, riem, e a sementinha com raízes vai crescendo. Uns dias depois, a sementinha sente-se muito estranha, apertada, com falta de ar, inquieta, e com dores.
Lágrima…o que se passa comigo…? - pergunta a flor 
Não sei, amiga, não te quero assustar, mas…tens uma coisa estranha…
O quê? Um bicho…? Sai bicho…ai…não deixes aproximar…- diz a flor assustada 
Calma…acho que não é um bicho…é um caninho…verde…e tens…umas coisas para o lado…pequeninas, verdes…como se fossem braços…
Ai…estou a sentir-me apertada…parece que estou a sufocar… - diz a flor assustada 
Calma…não te preocupes…não vai ser nada de grave. Tu vais ficar melhor…temos dias em que nos sentimos mais estranhos.
               A lágrima abraça a flor. Nessa noite…
Ai…preciso de apanhar ar…! Tenho de encontrar uma saída. - suplica a flor 
              Enquanto a lágrima descansa, a flor estica-se, espreguiça-se, e abana-se para um lado e para o outro, até que finalmente encontra uma saída. Está na superfície, vê-se a cabecinha, um botãozinho fechado, o tronco fininho, e as folhinhas, que parecem os nossos braços. Ela respira ofegante, e depois de alívio. Olha em volta.
Ar…que bom! Ufa…estava mesmo quase a sufocar. Que horror. Mas…onde estou…? Será que estou longe do sítio onde estava? Aqui…deve ser o sítio de onde veio a gotinha. Óohhh…está escuro…mas tem umas pintinhas de luz em cima…que lindo! O que será aquilo…? E o tal rapaz onde está? - suspira a flor aliviada 
             Enquanto a flor aprecia tudo o que há á sua volta, e respira, a lágrima, fica muito assustada, pois não encontra a amiga. Só vê o caninho e as raízes.
Amiga…onde estás? - grita a lágrima à sua procura ~
Onde estás…? Eu estou aqui… - grita a flor também à procura da lágrima 
Onde…?
Desculpa…não sei…mas acho que é o sítio de onde vieste.
          A lágrima segue o tronco, e sobe. A flor sente cócegas e desata a rir. A lágrima chega à superfície, e olha para a flor.
Áhhh…estás aqui! Sim, foi mesmo o sítio de onde vim. Olha…tens aquelas coisas que tinhas lá em baixo…como saíste de lá? - responde a lágrima a sorrir 
Estava a precisar de apanhar ar…procurei uma saída…estiquei-me, e encontrei…vim ter aqui…! - explica a flor a sorrir 
Agora não vais voltar lá para baixo.
Não?
Não…agora vais crescer ainda mais…mas cá fora.
Isso é bom ou mau?
Muito bom! Principalmente para o rapaz dos olhos azuis. - diz a lágrima a sorrir 
Ai é?
Sim. Vais ver.
O que são aquelas pintinhas ali…?
São estrelas…aparecem à noite.
E são boas?
Sim, são inofensivas.
São bonitas.
Pois são. Olha…lá vem o dos olhos azuis.
                O pobre rapaz não consegue dormir com a tristeza.
É este…? Tem cara de mau…- comenta a flor 
Ele não é mau…só está muito triste…por isso não consegue sorrir…e parece mau, mas é muito bom rapaz. - responde a lágrima a rir 
Coitadinho…retiro o que disse!
Ele pensou que te tinha perdido.
Onde?
Aqui…neste campo…devorada por aqueles monstros.
Eu estava lá em baixo, não me apercebi de nada…nem sei quem me mandou para lá.
Foi este rapaz.
E ele tem olhos azuis?
Sim.
Então é por isso que és azul?
Não…eu não sou azul…sou transparente! Pareço azul porque está escuro, mas amanhã, com  o sol verás que sou transparente, ou com as cores do arco-íris…
Arco-íris? Como é isso?
Nunca viste?
Não…lá em baixo só há escuro. Aqui tudo é muito mais bonito…!
Sim. Quando me dá o sol, pareço um cristal… - diz a lágrima a sorrir 
O que é isso?
Amanhã vês…sou brilhante.
Áhhh…está bem! Desculpa a minha ignorância…! - riem as duas 
Não és ignorante…só conheces um mundo muito diferente do meu!
Sim, é verdade…
Eu também não conheço o teu mundo…conheci mais ou menos…mas sou-te sincera…gosto muito mais do meu…aqui fora.
Eu também estou a adorar estar cá fora.
Ainda tens muita coisa bonita para ver. - garante e lágrima 
Mas…e tu agora para onde vais?
Vou ficar aqui contigo!
Não vais voltar para a tua casa?
Para o olho dele…? Não…! Ele expulsou-me, não posso regressar…a não ser que ele me ponha lá outra vez, mas isso não é possível. - ri a lágrima 
E então, onde vais ficar?
Por aqui…contigo!
A sério…? Que bom! Obrigada…estava mesmo a gostar da tua companhia. - diz a flor feliz e sorridente 
Eu também! - diz a lágrima sorridente 
                O rapaz aproxima-se, ajoelha-se, e quando olha para o chão, nem quer acreditar no que está a ver…a sua flor tão desejada…está a aparecer…! Ele esfrega os olhos, pisca-os, vira para lá uma pequenina lanterna, e vê a flor.
Ai…o que é que ele está a fazer?
Está a ver se és mesmo tu, ou se está a sonhar. - ri a lágrima 
Eu…estou a ver bem…? Sim…és tu…minha flor…? - pergunta o jovem
Respondo-lhe? - pergunta a flor 
Responde. - sugere a lágrima 
Olá…boa noite…- diz a flor a medo 
                O jovem fica estarrecido, e surpreso. Abre um grande sorriso, e fica maravilhado a olhar para a flor…
Milagre…! Milagre…a minha flor…no meio das cinzas! Sim…és tu, minha flor…como sobreviveste? - suspira o jovem feliz 
De que é que ele está a falar? - pergunta a flor intrigada 
Do incêndio…aqueles monstros que engoliram o verde todo…ele pensou que tu também tinhas sido engolida. - explica a lágrima 
Áhhh…! Mas eu sou assim tão importante para ele?
Sim, mesmo muito…!
A minha flor…! A minha pérola… - comenta o jovem, feliz 
Sou flor…ou sou pérola? - pergunta a flor 
És flor, mas ele está a dizer que és pérola, pela importância que tens para ele…! E por tanto que gosta de ti. - diz a lágrima 
Áhhh…! Não entendo porquê…mas está bem…pelo menos alguém tem carinho por mim, e trata muito bem de mim.
Sim, é verdade…ele deu muito dele…para te ver nascer.
Flor…a minha flor linda. - diz o jovem 
Como é que sabes que sou linda…?
Todas as flores são lindas…- comenta o jovem a sorrir 
Sim, isso é verdade. - responde a flor 
Obrigado, mundo…obrigado estrelas…obrigado deuses do solo…por terem protegido a minha flor. (o rapaz ri)
            Nessa noite, o rapaz tem uma longa conversa com a flor, feliz, sorridente, carinhoso. A flor ouve-o e responde-lhe, ri com ele. De manhã bem cedo, o jovem adormece à beira da flor. Os lavradores assustam-se quando veem o jovem deitado. Vão ter com ele, e veem uma flor pequenina, ainda fechada. Todos ficam maravilhados, e surpresos.
Que maravilha…no meio das cinzas…aparece uma flor…a nascer…- comenta um lavrador, sorridente 
É vida! - respondem todos, felizes 
Vamos limpar o terreno, e semear de novo, para ver se pegam como esta… - sugere outro lavrador, feliz 
Sim. - gritam em coro 
(O rapaz acorda sobressaltado com os gritos)
O que é que aconteceu? - pergunta o jovem ainda assustado 
Rapaz…olha…! Um verdadeiro milagre…! - comenta outro lavrador 
Sim. É a minha flor…! - responde o rapaz orgulhoso, vaidoso e feliz 
Já tinhas visto? - perguntam todos 
Sim. Eu não consegui dormir…vim para cá…e vi que a minha flor, estava a nascer…! - diz o jovem sorridente
Vamos limpar o terreno e semear flores, a ver se nascem. - diz outro senhor 
             E nesse dia, todos limpam o terreno, semeiam flores, regam-nas, e cuidam do terreno à volta. Nessa noite, as estrelas enviam raios para o solo, para fertilizar, com alimento e tudo o que as flores precisam para se desenvolver saudáveis e lindas. 
            Nos dias seguintes, todos tratam com carinho as sementes, e a outra flor continua a crescer. A lágrima dividiu-se em milhares de outras lágrimas debaixo do solo, onde estavam as raízes, que as alimentaram, e protegeram dos animais que vivem lá debaixo. 
             Uns dias depois, o que era um campo de cinzas, feio, escuro…transformou-se num lindo campo cheio de flores de todas as cores, e formatos. Graças à dedicação do jovem, e o carinho com que todos trataram das flores, tudo renasceu das cinzas. Por isto, o campo passou receber milhares de visitantes que fotografavam as flores, e todos queriam ver as flores nascidas das cinzas. Os lavradores estavam orgulhosos das suas flores. 
         Na nossa vida, tal como os campos…temos dias cinzentos, em que a nossa alma parece um incêndio, ou um dia cinzento, mas há sempre uma pequenina flor que nos faz renascer, e transformar esse campo de cinzas, novamente num campo cheio de flores…pequenos carinhos, como simples sorrisos sinceros, abraços, risos, a presença de quem gosta de nós, e a sua companhia, os animais, e toda a natureza…há sempre pequeninas flores que nos fazem nascer de novo. 
       Às vezes faz bem transformarmos a nossa alma em cinzas, coisas que nos destroem e nos magoam…é só pegar na chuva, nas lágrimas, no vento…para limpar o terreno, e plantar novas flores! Quantas vezes temos de fazer isso, na nossa vida! E a vocês…? O que é que faz florir a vossa alma, em dias cinzentos? Cada um tem as suas próprias flores.
FIM
Lálá
(30/Junho/2013)

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