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sexta-feira, 25 de março de 2016

A grande saia (Adultos)


            Era uma vez uma rapariga que vivia no mar, num barco debaixo de uma árvore. Este barco era uma verdadeira casa, tinha tudo: casa de banho, cozinha, sala e quarto. Os seus pais viviam por cima, nesse tronco.

            A rapariga era muito bondosa, e tinha poderes, mas só acontecia quando ela vestia uma saia que ficava enorme, na água. Era com ela que se salvavam pescadores, quando os barcos estavam quase a afundar-se, ou quando as pessoas eram levadas pelo mar.
            Mas uma noite quente, a menina estava a apreciar as estrelas, e de repente ouviu um choro de uma mulher desesperada, a correr desvairada, sem rumo, a gritar em direcção ao mar.
            A rapariga sentiu que alguma coisa de muito grave estava a acontecer com aquela jovem. Vai ter com ela e pergunta-lhe:
- Onde vais?
            A jovem lavada em lágrimas responde:
- Vou afogar-me.
- O quê?
- Isso mesmo. E ai de ti que me impeças.
- Mas o que se passa contigo?
- A minha bebé…
- O que tem?
- Nasceu muito cedo.
- E depois?
- Depois…está no hospital e eu não tenho dinheiro para a manter lá…não sei se ela vai sobreviver…
- É claro que vai. Leva-me até ela.
- Não podemos entrar…
- Então…
            Ela pega numa ponta da saia molha-a no mar, e esse pedaço de saia torna-se enorme, em forma de flor. Ela estende a mão e segura na mão da outra jovem.
- Leva isto à tua filha. Põe-no ao pé dela…o sítio é indiferente.
- Mas para que é que eu quero isto?
- Verás…leva e depois volta aqui.
- Está bem.
            A jovem assim faz. Leva aquele pedacinho de saia mesmo sem saber para quê. Coloca na incubadora. Durante essa noite, a mãe volta à praia. As duas dão as mãos.
- Fecha os olhos. Pensa na tua filha. Não me largues as mãos. – Diz a rapariga da saia
            A jovem faz tudo o que a rapariga diz. Esse pedacinho de saia abre-se em forma de uma linda flor que cobre toda a bebé. De dentro da flor saem milhares de cristais pequeninos cheios de luz, que atravessam toda a pele da bebé, dando-lhe força, calor e saúde.
            A flor esteve vários dias, dia e noite a libertar os cristais de luz para a bebé, a mãe vai todas as noites à praia ter com a rapariga da saia. Passado uns dias, reúnem-se na praia amigos, familiares e muita gente desconhecida que ficou a saber da história. A rapariga veste a saia, e desaparece.
No meio do enorme cordão humano, de pessoas de mãos dadas, cada uma com uma vela aos pés, para rezar pela bebé, aparece uma linda e gigante flor branca. Os pensamentos e pedidos pela bebé, e as luzes das velas, são enviados para a flor e quando iam dormir, a rapariga da saia soprava a flor e a energia ia ter com a bebé em forma de milhões de cristaizinhos de luz. Uns dias depois, a bebé começa a crescer, a engordar, e a melhorar cada vez mais.

- Muito em breve, terás a tua filha nos teus braços…não desistas! – Diz a rapariga da saia.
           
            Quando autorizaram a mãe a pegar na bebé por poucos minutos porque ainda era muito frágil, a rapariga envolve as duas com a saia, e da saia saem milhares de cristais de luz. A bebé começa a reagir mais. Quando fica realmente boa, a mãe leva a bebé à praia, feliz. A rapariga da saia abre a sua enorme saia e envolve-as nas suas pétalas.
            Afinal o poder da rapariga não era só para salvar nos mares…a sua saia salvava qualquer pessoa, em qualquer sítio e com qualquer problema.

Vamos também ser esta rapariga da saia enorme, cheia de cristais de luz para a bebé, para que daqui a uns dias, o melhor aconteça! Tudo vai correr bem, pequenina. Enviamos-te mil milhões de luzes.

FIM
Lálá
4/Novembro/2014


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