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quinta-feira, 24 de março de 2016

a betinha do grupo


- Pode ser representado por alunos da turma (as personagens principais, e figurinos) e em conjunto, refletir sobre este tema.
I
        Hugo e Filipa pertencem ao mesmo grupo de amigos. Todos adoram festas, e adoram estar juntos nos fins-de-semana. Numa dessas festas, na casa de David, todos bebem até cair já há várias semanas seguidas. 
        Filipa é a única que não bebe álcool e começa a ficar chateada com a situação, pois é sempre ela que depois tem de limpar tudo, e acomodar os que caem pelos cantos da casa. Além disto, Filipa começa a ficar preocupada, com os amigos, porque repara que eles andam com um comportamento estranho…estão constantemente a faltar às aulas, são agressivos e violentos quando chamados à atenção por adormecerem nas aulas, às vezes apresentam-se demasiado eufóricos, e a cheirar a álcool, outras vezes chegam á escola mal vestidos, despenteados, enjoados, e andam aos esses. 
    Os seus resultados escolares pioraram significativamente. Hugo e Filipa estão apaixonados, e Hugo pede-a em namoro, a cheirar a álcool e eufórico. Filipa tapa o nariz enojada. Hugo está quase em cima dela, aperta-a, embriagado.
HUGO (sorri) – Olá jeitosa…!
FILIPA – Que olhos são esses?
HUGO (sorri) – São os meus olhos…são giros não são?
FILIPA – São, são…mas estão vermelhos e vidrados…assim como a tua cara…! (p.c) Estás constipado ou com alguma alergia?
HUGO (ri) – Não. São de te ver…estou apaixonado por ti.
FILIPA (enojada) – Que cheiro é esse…? (p.c) Chega-te para lá…! (p.c) Tresandas…!
HUGO – Ai…! (p.c) Que cheiro é que estás a falar…? Só sinto a comida.
FILIPA – Tu sabes muito bem que não estou a falar do cheiro a comida. Estou a falar do cheiro que vem de ti.
HUGO – Estás-me a chamar badalhoco? Eu tomei banho e mudei de roupa.
(Hugo cheira-se).
FILIPA (zangada) – Chega-te para lá…! (p.c) Andaste a beber…?
HUGO – Não.
FILIPA – Não…que ideia…com esse fedor e essa cara…! (p.c) Onde é que estão os outros?
HUGO – Já te disse que esta minha cara, e estes meus olhos…são…de te ver…porque estou apaixonado por ti…!
FILIPA (empurra-o) – Chega-te para lá. Que nojo.
(Hugo nervoso agarra-a, e aperta-a)
HUGO – Porque é que estás a ser tão má comigo?
FILIPA (grita e tenta empurrá-lo) – Larga-me. (p.c) Estás a magoar-me…afasta-te de mim.
HUGO (aperta-a mais) – Calma, bichinha betinha…eu sei que estás louca para me beijar…! Calma…!
FILIPA (aflita, grita) – Larga-me.
(Hugo nervoso, dá-lhe uma sapatada, ela grita, e empurra-o para o chão. Ele cai)
FILIPA (zangada) – Parvalhão. Ai de ti que me toques outra vez…parto-te inteiro.
(Personagens estátua)

ACTIVIDADE:
Para refletir, escrever, e partilhar com a turma. Poderão reunir todas as informações e escrever no quadro, posteriormente, refletir sobre as melhores opções e soluções, e abordar ou pesquisar mais aprofundadamente o assunto do alcoolismo, o que é, os riscos para a saúde, como começa e quando é um problema, em livros de medicina ou na Internet e outros meios.
1 - Se tivesse acontecido convosco…acham que conseguiam identificar sinais de alarme no vosso amigo, como os de Hugo e dos colegas?
1.1       – Como se sentiram ao assistir a esta cena?
1.2       – O que fariam se assistissem a uma cena real, como estas, que envolvesse alunos da vossa escola? (Por exemplo, ao ver algum rapaz como Hugo a apertar a rapariga, e no caso da rapariga a atirar o rapaz para o chão).
2 - Ficariam preocupadas/ os ? Ou ignoravam? Desde que vocês não bebessem álcool ou que não mexessem convosco, o problema era deles.
3 - O que fariam, caso o vosso amigo, e ou os vossos colegas de turma, apresentassem mudanças de comportamento, como faltas constantes às aulas, e agressividade ou euforia, e aspeto descuidado…entre outros?
3.1. Denunciariam sem medo?
3.2. Teriam medo de denunciar e não o fariam?
3.3. Fariam, mesmo com medo de vinganças…?
3.4. Falariam com algum professor ou responsável pela turma?
4. Pensam que essa vossa atitude, de denunciar, ou pedir ajuda, poderia trazer consequências para vocês?
5. Se denunciassem, mesmo com medo, ou pedissem ajuda, sem pensar em consequências, acham que poderiam vir a arrepender-se de ter feito isso?
6. Como acham que se sentiriam ao denunciar ou pedir ajuda a algum adulto responsável?
7. Acham que Filipa tomou a atitude correta em relação ao avanço do Hugo? Porquê?
8. Vocês, meninas tomariam a mesma atitude, se fosse convosco?
8.1. E depois, o que fariam?
9. Como se sentiriam se o rapaz de quem gostassem, consumisse álcool com frequência, como estava a acontecer ao Hugo?
II
(Reinicia a cena)
FILIPA – Mas o que é que se passa contigo? Eu não te conheço. Tu não és o Hugo de quem eu gostava muito.
HUGO (surpreso) – Desculpa…não te queria magoar…só te queria pedir em namoro.
FILIPA (grita) – O quê? (p.c) Tu não estás bom da cabeça…!
HUGO – Eu gosto tanto de ti…estou apaixonado por ti.
FILIPA (grita) – Nota-se!
HUGO – Por favor. Aceita.
FILIPA (grita) – Mais nada? (p.c) Depois do que tu acabaste de fazer…achas que eu ia alguma vez namorar contigo…? Um bêbado…um agressivo… (p.c) Tu deste-me uma chapada… (p.c) e eu ia já…namorar contigo…! Espera deitado.
HUGO – Ei, que má… (p.c) desculpa…eu…bati mal…mas não queria magoar-te! (p.c) Passei-me um bocado. Desculpa.
FILIPA (grita) – Nunca te vou perdoar. (p.c) Nunca mais te quero ver à minha frente…porco…bêbado…estúpido… (p.c) queres arruinar-te, arruína-te sozinho.
HUGO – Não sejas chunga…! Estás a insultar-me…eu já estou a ferver. Não queria magoar-te, a sério…foi mal.
FILIPA – Não quero saber. (p.c) Esquece-me…! (p.c) Como é que foste capaz de estragar uma amizade tão bonita…e podia ser namoro…por causa da tua estupidez de beber até cair…!
HUGO – Eu não sou nada disso que estás a dizer. Não fiz nada…só que às vezes preciso de beber para ficar mais acordado.
FILIPA (grita) – Que ridículo. (p.c) Tu não sabes o que estás a dizer. (p.c) Andaste a beber…!
HUGO – Sim, andei a beber…mas foi só um bocadinho…não precisavas de te passar…! (p.c) Foi só por…timidez…! Porque eu queria pedir-te em namoro, e não sabia como…! (p.c) Não tinha coragem.
FILIPA (grita zangada) – O quê? (p.c) Mas que estupidez…nunca ouvi semelhante idiotice…! Tanta maneira bonita de pedir em namoro…timidez…?! (p.c) Que anormalidade…! (p.c) Eu nunca te daria um único beijo se cheirasses um bocadinho a álcool, quanto mais a tresandares…de álcool como estavas. (p.c) Que nojo.
HUGO – Por favor…perdoa-me, e aceita o meu pedido…!
FILIPA (grita) – Nunca. (p.c) Ou deixas de beber, ou nunca me vais ter.
HUGO – Estás a impedir-me de me divertir…?
FILIPA (grita) – E desde quando é que divertir significa beber álcool até cair…? Ou andar à chapada?
HUGO – Anda lá…perdoa-me.
FILIPA (grita) – Nunca…podes espernear, bater…nunca serei tua. (p.c) Ou eu, ou o álcool.
HUGO – Vá lá…não faças essa cena comigo! Por favor…eu gosto tanto de ti…desculpa a chapada...eu não volto a fazer isso.
FILIPA – Nunca vou esquecer…nunca te vou perdoar, e nunca vou ser tua. (p.c) Estúpido.

        Filipa vira costas, a chorar e nervosa. Hugo senta-se com dificuldade, e nervoso, começa a dar murros no chão, e na parede. Chegam mais alguns colegas, igualmente embriagados. Começam a mandar bocas, e a provocar Hugo. Todos se envolvem em porrada, com murros, e pontapés, e sapatadas, enquanto têm força. Chega um funcionário, e encontra todos caídos, desmaiados, cheios de mazelas. Muito preocupado, chama a presidente do conselho diretivo, e ambulâncias. Seguem para o hospital, num grande aparato. A diretora do conselho diretivo segue com Filipa, as duas muito preocupadas. Todos recuperam os sentidos, e ficam internados. No hospital, a Diretora, quer ralhar-lhes pelo que fizeram, mas respira fundo, e fala com cada um deles, para saber o que tinha acontecido. Cada um explica as suas razões. Uns disseram que o fizeram para se divertir, outros disseram que era para se sentirem mais homens, outros disseram que era para se sentirem mais felizes, outros para se sentirem mais extrovertidos, outros para esquecer problemas de família, outros para experimentar sensações novas, outros por causa de paixões não correspondidas, e muitas mais desculpas que deram. A diretora ouviu cada um deles, e quando recuperaram, voltaram à escola, a diretora convocou uma reunião com todos os alunos, e pais, para conversarem. Só os alunos compareceram. Após a reunião, Hugo está um pouco envergonhado, e tenta a sua sorte.
(Estátua)
III.
(Reinicio de cena)
NARRADORA – Hugo e Filipa olham-se fixamente. Apesar de Filipa ter recusado o pedido de namoro, e de não terem voltado a falar-se, pois Filipa afastou-se, mais por medo do que por raiva. No fundo, ela tinha pena dele, e queria ajudá-lo, sem correr perigo. E ainda gostava dele, mas como o seu orgulho tinha ficado ferido, ela lutava contra esse sentimento. No corredor conversam. Filipa responde de forma fria e distante, para deixar bem claro que ainda estava magoada, mesmo assim, Hugo tenta a sua sorte. Dá a mão a Filipe. Filipa larga-lhe a mão por orgulho.
FILIPA (zangada) – Larga-me…não me toques…nem te chegues demasiado.
HUGO – Ei, que simpática…estás muito bem-disposta, estou a ver.
FILIPA – O que é que tu queres…?
HUGO – Calma…que stress…! Olha que isso faz-te mal.
FILIPA – Preocupa-te contigo, e deixa os outros…aliás…foi por causa de te preocupares com os outros, que deste cabo de ti!
HUGO – Ei, vais continuar a dar-me na cabeça…? Já levei tanto da chefa e da outra que foi para lá pregar teorias…e ceninhas…!
FILIPA – Que outra?
HUGO – Uma tal doutoreca…não sei quantas, foi para lá dizer-nos que tínhamos uma doença.
FILIPA – E está coberta de razão.
HUGO – Fogo, tu também?
FILIPA – Sim, eu também. (p.c) E vocês mereciam uma tareia de cada aluno e de cada professor da escola…e mesmo assim, era pouco.
HUGO – Que má! (p.c) Sem stress…só quero falar contigo.
FILIPA – Mas eu não tenho nada para falar contigo!
HUGO – Por favor…pelo menos ouve-me!
FILIPA – Ouço…o quê?
HUGO – Por favor…! (p.c) Eu preciso de desabafar contigo.
FILIPA – Ai, agora precisas de desabafar comigo…sei…!
HUGO – Vá lá…! Eu preciso de te dizer umas coisas…que me ficaram atravessadas.
FILIPA – Já estás bem?
HUGO – Estou…quer dizer…fisicamente, mas o meu coração não.
FILIPA – É problema teu…! Não tenho nada a ver com isso.
HUGO – E tu, como estás?
FILIPA – Estou ótima.
HUGO – Eu sei que ainda estás chateada comigo…! Mas por favor, podemos conversar? (p.c) Depois de me ouvires, podes virar-me costas, dar-me um estaladão, mandar-me da janela abaixo…fazer comigo o que tu quiseres, mas por favor…ouve-me primeiro…!
FILIPA – O que é que tu queres…?
HUGO – Vá lá…na boa…! Calma…não te vou fazer nada.
FILIPA – Fala lá…que chato!
HUGO – O que é que eu te fiz?
FILIPA – Ai, ainda perguntas…? Essa tem piada!
HUGO – Eu sei que te desiludi, não foi?
FILIPA – Desiludiste-me, magoaste-me, bateste-me, apertaste-me até ficar negra…
HUGO – Eu bati-te?
FILIPA – Sim, bateste. Não sei porque é que estás tão admirado. Até parece que não sabes o que fizeste?
HUGO (embaraçado) – Não…não sei…! Não pode ser. (p.c) Conta isso direito, se faz favor…
FILIPA – No dia em que me pediste em namoro…estavas a tresandar a álcool, que nojo…apertaste-me…fiquei com os braços negros…e bateste-me quando eu comecei a tentar separar-me de ti.
HUGO – Ai, não posso acreditar.
FILIPA – Mas foi verdade. Ainda tenho as marcas.
HUGO – E tu não me deste outra?
FILIPA – Dei, claro…eu mandei-te ao chão. E ainda tiveste a lata de me pedir em namoro.
HUGO – Sim, isso lembro-me mais ou menos…quer dizer…não me lembro se te cheguei a pedir, mas queria fazê-lo.
FILIPA – E eu disse-te que não.
HUGO – E depois…?
FILIPA – Depois…tu e os outros foram para o hospital todos esmurrados…não sei como…o funcionário viu-vos em coma alcoólico.
HUGO (envergonhado) – Ai, que vergonha…! Não me lembro de nada disso.
FILIPA – Podera…era mais álcool que outra coisa…cheirava pior que numa tasca.
HUGO – Ai…! (p.c) Mas…porque é que eu te bati…?
FILIPA – Pergunta a ti mesmo…!
HUGO – Eu estava fora de mim.
FILIPA – Que grande justificação. (p.c) Porque é que bebeste daquela maneira?
HUGO – Éh pá…não sei…! É que eu…sou muito tímido…não sei… não sei o que me passou pela cabeça.
FILIPA – Passou-te o álcool pela cabeça…! (p.c) Deste a desculpa esfarrapada que bebeste porque és muito envergonhado e querias pedir-me em namoro, mas não sabias como…! (p.c) Que ridículo…que idiota. (p.c) Devias achar que eu tinha nascido ontem, não?!
HUGO – Ai…! A sério?
FILIPA – Sim.
HUGO – Não acredito.
FILIPA – Eu é que não acreditei. (p.c) Como é que chegaste a esse ponto tão desgraçado!
HUGO – Ei…não sei…se calhar por influência ou pressão dos outros.
FILIPA – E não podes, nem sabes pensar pela tua cabeça. Nem tomar as tuas decisões, ou fazer escolhas, pela tua cabeça, e segundo a tua vontade…?!
HUGO – Tens razão…eu fui um fraco.
FILIPA – Sim, foste mesmo muito fraco. Ainda bem que reconheces. Devias ter vergonha.
HUGO – E acredita que tenho. Ainda por cima, magoei-te…
FILIPA – Realmente…nunca pensei.
HUGO – Eu…andava muito ansioso.
FILIPA – Sim, e o álcool é que ia resolver.
HUGO – Yá…pelo menos sentia-me muito mais calmo…!
FILIPA – Podera…com a quantidade que bebias…! Mas resolveste a tua ansiedade com o álcool?
HUGO – Não. Às vezes…olha, fazemos as cenas, a achar que vai funcionar…e nem pensamos…! (p.c) Eu estava bué de triste.
FILIPA – E o álcool tirou-te a tristeza…queres ver?
HUGO – Não…quer dizer…tirava enquanto eu bebia.
FILIPA – E quando se está triste, e ansioso, não há amigos ou alguém para partilhar…?
HUGO – Não havia. Os gajos não queriam saber disso, chamavam-me logo maricas, e coisas piores.
FILIPA – E não existia eu…que supostamente era tua amiga?
HUGO (envergonhado) – Existias…mas…eu tinha vergonha…não queria que pensasses que sou um fraco, nem queria incomodar-te.
FILIPA – Eu alguma vez te proibi de partilhares comigo o que quer que fosse?
HUGO – Não.
FILIPA – Eu alguma vez disse que não tinha paciência para te ouvir, ou que me incomodavas, se contasses as tristezas…? Que coisa mais feia…!
HUGO – Não. Tu sempre disseste que podia contar contigo.
FILIPA – Ááááááhhhh…e foi mesmo isso que tu fizeste…! Foi…! (p.c) Eu virei álcool queres ver…?
HUGO – Não, claro que não. Eu sei que podia ter falado contigo, mas não tive coragem…! (p.c) Também sei que não devia ter bebido, e ainda por cima, fui violento contigo.
FILIPA – Sim, foi vergonhoso.
HUGO – Desculpa…!
FILIPA – Nunca!
HUGO – Por favor…eu sei que te magoei…! (p.c) Mas, imploro-te…perdoa-me.
FILIPA – Nunca…não faltava mais nada, depois do que me fizeste.
HUGO – Que mazinha. Por favor, imploro-te, eu sei que te magoei, mas posso provar-te que sou outra pessoa.
FILIPA – Pois, eu também sempre achei que fosses outra pessoa.
HUGO – Eu estava fora de mim.
FILIPA – Sim, o álcool falava por ti, tomava conta de ti…!
HUGO – Sim.
FILIPA – Sim…!
HUGO – Vá lá…! (p.c) Eu gosto tanto de ti.
FILIPA – Eu também gostava, mas tu estragaste tudo.
HUGO – Por favor…perdoa-me…namora comigo…!
FILIPA (ri) – Não querias mais nada.
HUGO – Peço-te uma segunda oportunidade para te provar que sou muito diferente do gajo que tu viste.
FILIPA – Não acredito.
HUGO – Vá lá…!
FILIPA – Nunca.
HUGO – Eu sei que estás magoada, mas não me podes perdoar?
FILIPA – Impossível.
HUGO – Por favor…!
FILIPA – Não.
HUGO – Imploro-te…!
FILIPA – Pensasses antes de beber até cair.
HUGO – Eu prometo que nunca mais toco em álcool algum.
FILIPA – Sim, e eu acredito mesmo nisso.
HUGO – A sério. Acredita em mim.
FILIPA – Eu queria acreditar…aliás…sempre acreditei.
HUGO – Então…?
FILIPA – Então o quê?
HUGO – Dás-me uma segunda oportunidade…?
FILIPA – Não.
HUGO – És difícil de dobrar…
FILIPA – Ou eu, ou o álcool…a escolha é tua.
HUGO – Que betinha…
FILIPA – Ou eu, ou o álcool…se ficares comigo, não tocas mais numa gota de álcool…se preferires beber até cair…esquece-me.
HUGO – Ei, que chunga. Já não me posso divertir…?
FILIPA – E tu precisas do álcool para te divertir…? Que tristeza…que falta de imaginação…! (p.c) Se eu sou chunga…esquece-me.
HUGO – Desculpa…não és tu…o que estás a dizer é que é chunga. (p.c) Não tens o direito de fazer isso comigo!
FILIPA – Tu tens o direito de escolher…mas depois também deves assumir as consequências…! (p.c) Eu tenho direito a não querer-te como namorado, se beberes…tu…tens o direito de não aceitar, e de continuar a enfrascar…mas sem mim do teu lado. (p.c) Se o álcool é mais importante que eu, e que a nossa amizade, e que a tua e nossa saúde…fica na tua, que eu fico na minha…continuamos amigos se quiseres…!
HUGO – Ai…estás a pressionar-me e a fazer chantagem…!
FILIPA – Não…só estou a tentar abrir-te essa cabeça…e fazer-te perceber que podes viver e divertir-te sem beber até cair…! (p.c) Se não queres entender…é problema teu…mas não me tens.
HUGO – E se eu não beber, tu ficas comigo…?
FILIPA – Sim.
HUGO – E se eu não beber, tu ficas comigo, e perdoas-me?
FILIPA – Sim, fico contigo e perdoo-te.
HUGO – Então, eu não bebo nunca mais, sem a tua permissão. E se beber é só até onde tu deixares…está bem?
FILIPA – Está bem. Se eu disser que não bebes, não bebes mesmo?
HUGO – Não bebo mesmo.
FILIPA – Fazes tudo o que eu disser?
HUGO – Faço tudo o que tu disseres. (p.c) Aceitas namorar comigo?
FILIPA – Ai de ti que falhes com a tua promessa, meu desgraçado.
HUGO – Não vou falhar…! (p.c) Não te vais arrepender, tenho a certeza. (p.c) Obrigado.
(Abraçam-se. Estátua)

ACTIVIDADE:
Para refletir e partilhar com a turma. Escrever todas as ideias e possibilidades de respostas, opiniões, sentimentos…investigar sobre o tema em livros de saúde, internet e outros meios.
1 – Como se sentiriam se vissem os rapazes completamente embriagados, sem sentidos, nos corredores da vossa escola?
2       – O que fariam se vissem aquele cenário, do funcionário?
3       – Acham que teria sido possível evitar que eles chegassem a este ponto?
4       – O que acham que deveria ou poderia ter sido feito antes de isto acontecer?
5       – Acham que a Filipa teve a atitude correta, ao dizer que não?
6       – O que é que vocês fariam no lugar de Filipa, se algum rapaz como Hugo vos pedisse em namoro, mesmo que ele fosse consumidor de álcool? (Aceitariam? Dariam uma segunda oportunidade? Acham que ele iria conseguir deixar de consumir álcool em excesso?)
7       - Enumerem as razões que levam os jovens e os adultos a consumir álcool em excesso, nas vossas pesquisas.
8       – Acham que o consumo de álcool em excesso, é solução para os problemas, quaisquer que eles sejam?
9       – Acham que o consumo de álcool em excesso traz felicidade e extroversão, e é a solução para timidez?
10    – Acham que a atitude da Diretora foi a correta?
11    – O que deveria ser feito a estes jovens? (Deveriam ser castigados…? De que maneira?)
12    – Qual seria a melhor solução para eles?
13    – Acham que os colegas e professores, poderiam ajudá-los a deixar de consumir? Como?
14    – Procurem formas de ajudar os consumidores de álcool.
15    – Acham que ela fez bem em dar uma segunda oportunidade? Porquê?
15.1    Acham que a Filipa perdoou mesmo a chapada? Ou acham que essa lembrança poderá estar sempre presente, e interferir na relação futura deles.  
15.2    O que fariam se fossem vocês? Porquê?
15.3    Dariam uma segunda oportunidade? Porquê?
15.4    Perdoariam? Porquê?
15.5    Ficariam com medo?
15.6    Continuariam a ir às festas dos amigos, que consomem constantemente álcool em excesso, mesmo que vocês não fossem consumidoras, e mesmo que vos rotulassem de «betinhas»?
15.7    Como se sentiriam, se estivessem numa festa de amigos, onde todos, menos vocês bebessem álcool até cair?
15.8    O que fariam se essas festas dessem «para o torto», isto é, se houvesse comportamentos excessivos, ou se algum entrasse em coma alcoólico?
15.9    Incomodam-se com o rótulo de «betinhas» ou com os «gozos» que vos dão, por não beberem? Ou seguem o comportamento dos outros, só para não ficarem mal, ou para não serem postas de lado?
15.10               Acham que é melhor ter poucos amigos, como vocês que não bebem, e que se divertem muito juntos, mesmo sem consumir, ou ter muitos, e beber também, só porque dizem que vocês são «betinhas»? 
15.11               Vocês teriam a mesma reação que Filipa? E colocariam igualmente limites ao consumo do álcool?
15.12               Imaginem que ele voltava a recair e voltava a consumir álcool desmedido: o que acham que Filipa devia fazer? Se fossem vocês, o que fariam em relação a isso? O que acham que aconteceria ao namoro de Filipa se Filipe voltasse a beber? E no vosso caso, se o vosso namorado voltasse a beber, o que aconteceria ao vosso namoro?
15.13               O álcool é mesmo essencial para se divertirem numa festa com amigos? Porquê?
15.14               Não há outras formas de se divertirem sem ser beber até cair? Procurem quais?
15.15               O que acham que se poderia fazer para prevenir estas situações?
15.16               Acham que o Hugo vai cumprir a sua promessa? Porquê?
15.17               Acham que o amor de Filipa seria uma ajuda para Hugo? Porquê? Como?

FIM
Lara Rocha 
5/Janeiro/2013









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