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sexta-feira, 25 de março de 2016

A menina e o cisne (Adolescentes e adultos)

     


      Era uma vez uma menina que numa tarde com muito calor ia a passear de balão. De repente, veio uma águia gigante e furou o balão com o seu enorme bico. 
      O balão furou e caiu rapidamente a rodopiar no chão, a menina rolou e caiu num lago com cisnes e patos, e gritou porque a água estava fria.
   Um lindo cisne de asas brancas azuladas aproximou-se da menina e tirou-a da água com o seu bico para a relva.
- Então menina…? Magoaste-te?
- Acho que não…só estou cheia de frio.
- O que aconteceu?
- Ai…caí.
- Sim, já reparei que caíste. Mas o que te fez cair?
- Não sei. O balão furou e eu esborrachei-me aqui no chão.
- E não viste o que furou o teu balão?
- Não.
- Foi uma águia.
- Uma águia? Tu viste?
- Vi.
- Eu não vi a águia.
- Ela ainda vai ali.
- Bruxa… - Grita a menina muito zangada
- Não é uma bruxa…é uma águia.
- Pode ser uma bruxa disfarçada de águia.
- Não acredito muito.
- Eu acredito. Porque é que ela fez isso?
- Não sei. Se calhar foi sem querer.
- Sem querer? Não me parece…
- Achas que foi de propósito?
- Acho. Deve ter ficado com inveja ou com raiva do meu balão e furou-o.
(O cisne ri às gargalhadas)
- Estás a rir?
- Desculpa, mas a tua imaginação é fantástica.
- Não encontro outra explicação para aquela desgraçada ter furado o balão.
- O importante é que não te tenhas magoado. De onde vens?
- Acho que venho de perto, pelo menos não tinha andado muito. Mas, e agora o que é que eu vou fazer com o meu balão? Está rasgado.
- Alguém pode costurá-lo…não te preocupes.
- Eu não conheço este sítio.
- Então…anda, que vou levar-te a passear.
       A menina sobe para as asas do cisne, macias, e lindas. Acaricia as asas, e senta-se.
- Que asas tão macias…
- Penas, queres tu dizer…
- Sim. E tem uma cor linda.
- Obrigado.
      A menina abraça o cisne. Enquanto está na água o cisne levanta as asas e roda-as, para cobrir a menina. A menina fica deliciada.
- Obrigada, cisne.
- Estás mais quente?
- Sim.
- Óptimo. Agora, aprecia a paisagem.
     E o cisne leva a menina coberta nas suas asas, e passeia sem pressa. A menina acha que conhece aquele sítio, lindo. Realmente, não estava longe da sua casa, e o cisne leva-a mesmo ao lago da sua quinta.
- Olha a minha casa! – Grita a menina
- Áh! Bem me parecia que te conhecia… - Diz o cisne a sorrir
- Filha, o que estás a fazer na água? – Pergunta o Avô que estava a pescar
- Avô…uma bruxa disfarçada de águia furou-me o balão.
- Uma bruxa disfarçada de águia? – O avô ri.
- Eu caí ao lago, e este cisne tirou-me de lá.
- Obrigado, cisne. E onde está o teu balão? – Diz, e pergunta o Avô.
- Ficou lá atrás.
- Vamos tentar concertá-lo. Mas primeiro vai-te secar e mudar de roupa.
     O cisne abre as asas, a menina sai com a roupa já quase seca. Ela abraça e beija o cisne para lhe agradecer. 
    O balão não teve mais concerto, por isso, depois desse dia, a menina, em vez de passear de balão, passeava a pé e nas asas do cisne que a levou a conhecer todos os dias a conhecer um sítio diferente.
      A menina adorava as asas macias do cisne, e até adormecia algumas vezes, com o calor e a maciez das penas. 
  Passado uns tempos, o cisne desapareceu misteriosamente. Ninguém sabia dele, todos o procuraram por todo o lado, mas nem sinal. A menina chorou dias e dias, e noites, a olhar para o lago dos cisnes, pedia às estrelas para trazerem o cisne de volta, mas nada acontecia.
      De repente…vê-se no lago um brilho especial a andar. Não é um cisne. É um menino da idade da menina. Ela assusta-se e prepara-se para fugir.
- Não fujas! Não vou fazer-te mal. – Diz o menino
- Eu não quero um menino, nem uma menina…quero o meu cisne!
            O brilho aproxima-se mais.
- Sou eu! O cisne! – Diz o menino
- O quê?
- Sim.
    O menino vir costas e ela vê as asas pequeninas da mesma cor do cisne.
- Voltaste? – Pergunta  a menina a sorrir
- Sim! Voltei.
- Mas, o que te aconteceu…? Tive tantas saudades tuas… (abraça o cisne) …pensei que nunca mais te ia ver.
- Tu entraste no meu coração! – Diz o cisne
- Entrei? Como? Eu só estive nas tuas penas…
- É uma forma de dizer…
- Áh! (O menino abre as asas e envolve a menina com elas, a sorrir). Desculpa. Fui fazer um trabalho, e não tive tempo de te avisar.
- Como é que agora estás em menino? As asas são as mesmas, e a maciez delas também, mas…tu eras um cisne…e agora és um menino…?
- Sim!
- Porquê?
- É uma longa história… Porque eu quis.
- Quiseste?
- Quis.
- Para quê?
- Para sermos amigos, e brincarmos juntos.
- Mas isso já fazíamos.
- Já, mas eu nunca te podia abraçar, nem sentir-te enquanto era cisne. É muito bom sentir-te e poder abraçar-te.
           Os dois abraçam-se, e dão a mão.
- Gosto muito de ti. – Diz o menino
- Eu também gosto muito de ti! – Diz a menina
         A partir desse dia, os dois não se separaram mais. Eram sempre muito felizes na companhia um do outro, riam muito, brincavam muito, passeavam muito, às vezes nas asas do menino, outras vezes a pé, e tornaram-se grandes amigos, quase como irmãos.
       Os amigos às vezes parecem mesmo cisnes que nos envolvem com as suas asas e penas macias…principalmente quando estamos tristes, e precisamos de um abraço.
Parece que às vezes fogem ou desaparecem, mas se estamos no seu coração, eles voltam. E os abraços deles são mesmo bons. Sinceros…parecem mesmo asas que nos abraçam e juntam os nossos corações com os dos nossos amigos.
Viva a amizade!

FIM
Lálá 
(16/Outubro/2014)




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