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quinta-feira, 10 de outubro de 2019

pequenina história - a aldeia onde não havia dinheiro

                                                 A aldeia onde não havia dinheiro



            










           




foto de Lara Rocha 



              Era uma vez uma aldeia pequenina, feita de casas pequeninas, janelas pequeninas, portas pequeninas, jardins e quintais pequeninos. Todos os habitantes eram pequeninos em tamanho, mas enormes em bondade, simpatia, sorrisos, coragem, amizade, abraços, carinhos.             
           Nessa aldeia, ninguém tinha dinheiro, mas não lhes faltava nada. Tudo o que precisavam era pago com estrelas, e o mais caro, pagavam com cometas. Os trocos eram dados com estrelas ou cometas de acordo com o que compravam.
            Tinham alimentos que os próprios cultivavam, e ofereciam aos que não tinham esses alimentos, em troca de outros que lhes faziam falta.
            De vez em quando, recebiam pequenas prendinhas oferecidas por anjos que se esmeravam, como forma de agradecimento por terem corações tão bonitos. Não eram prendas materiais, mas bem mais especiais.
            Umas vezes, eram lindas enormes, leves e mágicas borboletas, de asas cheias de cores e finas, nunca antes vistas, que deixava todos maravilhados. Outras vezes recebiam flores vistosas com salpicos de brilhantes.
            Na Primavera, os anjos ofereciam uma paisagem natural que parecia um sonho. Cheia de cor, flores, cheiros leves e agradáveis, um sol que sorria sem parar, porque até ele ficava encantado com tanta beleza, cestas de fruta da época à porta de cada casinha, e sementes de alimentos.
            No Verão, os habitantes reuniam-se num pequeno largo, com candeeiros habitados por minúsculas fadas que acendiam as luzes, e assistiam a concertos de cigarras, grilos, e peças de teatro do grupo dessa aldeia, ouviam poesia e conversavam sobre elas. Eram noites recheadas de muitas gargalhadas. Tinham à sua disposição sumos de fruta da época, e nas noites de Lua Gigante, havia um baile mágico que parecia um sonho.
             No Outono, os anjos ofereciam uma nova paisagem à aldeia. Espalhavam tapetes de folhas de muitas cores, por todo o lado, aquelas que vemos nas árvores, castanhas, nozes, maçãs suculentas e bonitas, uvas grandes, de várias cores, peras, à porta de cada habitante.
             No Inverno, os anjos ofereciam um gigante manto de neve, leve e macia, que durava até à Primavera, e não derretia com o sol. O Natal deles era muito bonito. Reuniam-se todos num parque da aldeia, protegido da chuva e do frio, com lareiras, cheio de felicidade, cores, música, canções, brincadeiras, partilha de presentes feitos com coisas da Natureza e da terra.
             E era assim, a aldeia onde não havia dinheiro como o nosso, mas onde não faltava nada, e tinham o principal: amizade, carinho, abraços, simpatia, sorrisos, mais os presentes dos Anjos.
                                                         
                                                                   Fim
                                                                   Lálá
                                                           10/Outubro/2019