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quinta-feira, 9 de março de 2023

A curiosidade da borboleta gigante

 


    Era uma vez uma borboleta gigante, como nunca antes vista, com umas cores fantásticas, que voava muito leve. 

    Por onde passava todos ficavam espantados com o seu tamanho e beleza. Num dos seus passeios, voou sobre o jardim de uma casa onde estava uma menina feliz e sorridente, a andar de baloiço, a cantarolar, com o seu boneco preferido. 

  A borboleta escondeu-se atrás de uma árvore, espreitou, ficou muito admirada ao ver a menina a andar sozinha. 

    Quando a menina saiu do baloiço, a borboleta voou por cima do baloiço que estava parado, e quis experimentar. 

    Sentou-se no baloiço mas não andou. 

- Então, com a menina anda e comigo não? Será que tenho de carregar em algum botão? Não...aqui não há botões. 

    O vento tosse e o baloiço abana. 

- Áh, já está a andar. Parou outra vez…! 

- Óh, desculpa, abanei-te sem querer. Estou com tosse...Posso ajudar-te? - diz o vento

- Quem está aí? (assustada) Não vejo ninguém (murmura) Desculpe, eu não queria entrar no seu espaço, mas… 

- Sou eu que estou a falar contigo. Sou o vento. 

- Mas não te estou a ver. 

- Mas sentiste-me, ouviste-me tossir. 

- Sim. 

- Eu não sou como tu, mas existo. 

- Áh, está bem.

- Estás com vergonha de aparecer, não é? - ri a borboleta 

- Não, é que eu sou mesmo um sopro...e um sopro não tem forma, como tu. Tem muitas velocidades de andamento, mas não formas. 

- Estou confusa, desculpa! 

- Não faz mal. Compreendo. É difícil perceber o que se sente, e o que não se vê, como eu te vejo, ou como tu vês a menina, o baloiço, as flores. 

- E tu consegues ver-me? 

- Consigo! 

- Será que sabes responder à minha pergunta? 

- Qual é a tua pergunta? 

- Há bocado vi a menina a andar sozinha nisto, fiquei muito curiosa, quis experimentar, mas não se mexeu. Pensei que tivesse de se mexer em botões, não tem botões, como é que a menina anda e eu não? 

- Isso é um baloiço. A menina anda porque dá lanço com as suas próprias pernas, outras vezes são os adultos que a empurram, e outras, sou eu. 

- Isto é de empurrar? 

- É. Queres experimentar? Tu não andas porque és demasiado leve, a menina é mais pesada. 

- Áhhhh! Sim, quero experimentar. Chamo a menina? 

- Não. Eu posso empurrar-te. 

- Está bem. O que é que eu tenho de fazer? 

- Deixa-te estar assim como estás. 

- Já estou. 

    O vento começa a soprar, e empurra o baloiço. A borboleta ri, feliz, com o baloiço. 

- Áh, que bom que é andar de baloiço. 

   A menina espreita pela janela, e vê a borboleta gigante no baloiço. 

- Mãe, Pai, Avós, Tios, Tias...está uma borboleta gigantesca no baloiço. Olhem, que linda, e ela consegue andar sozinha.

 Ficam todos muito surpresos, fotografam, admirados, encantados: 

- Uau! De onde veio esta borboleta gigante? - pergunta a Mãe

- Nunca a vi aqui. - responde o pai 

- Que linda! - sorriem os avós 

- É incrível. Uau...que espetáculo…! 

    Vão ao baloiço. A borboleta fica envergonhada, e diz ao vento para parar. 

- Olá, linda borboleta! - dizem todos 

- Olá. Desculpem entrar no vosso espaço...vou-me já embora. Desculpa, pequena, por estar no teu baloiço, já saio. - diz a borboleta envergonhada 

- Não! - gritam todos 

- Não me prendam, por favor, nem me colem em placas de cortiça, nem me ponham em frascos, por favor. Eu saio...e não volto se vocês quiserem! - suplica a borboleta nervosa e assustada 

- Nada disso! - dizem todos 

- Não te vamos fazer nada disso. - garante o pai da menina 

- Nós adoramos borboletas, mas é no seu ambiente natural, não é em placards, nem em vidros. - assegura o Avô da menina 

- Obrigada! - diz a borboleta mais sossegada, a sorrir 

- Fica à vontade. Podemos andar as duas, no fim do meu almoço, se quiseres. - diz a menina

- Boa ideia. - apoia a mãe da menina 

- Que bonita que és! - dizem todos 

- Obrigada! - diz a borboleta a sorrir 

- Nunca te tínhamos visto por aqui. - comenta a Avó 

- Pois...eu...estava a voar este jardim, e fiquei curiosa a ver como a menina andava nisto, que agora sei que se chama baloiço! O vento já me explicou. 

- Falaste com o vento? - pergunta a menina 

- Sim, e foi ele que me empurrou. - responde a borboleta 

- Fica à vontade, a menina vai comer,  nós vamos comer, mas depois de descansar, ela volta, está bem? - comenta uma tia 

- Está bem! - diz a borboleta 

- Podes ficar aí o tempo que quiseres! - diz a menina 

- Eu vou descansar um bocadinho, como costumo fazer no fim do almoço, e então mais daqui a bocado, andamos de baloiço, combinado? - pergunta a borboleta 

- Combinado! - dizem todos 

- Escolhe o sítio que gostares mais. - convida a mãe 

- Obrigada. Obrigada, vento! - diz a borboleta 

- De nada. Sempre que precisares, é só chamar. - diz o vento 

- Está bem. 

    A menina e família, vão almoçar. A borboleta deita-se debaixo de uma árvore, sobre a relva fofa, com as asas fechadas sobre si mesma, e descansa um pouco, como a menina e família. 

    Como combinado, no fim do almoço, e da sesta, a menina vai com o seu boneco para o baloiço, e chama a borboleta. 

    As duas sentam-se no baloiço, e a menina dá lanço com as pernas, riem à gargalhada, e conversam alegremente uma com a outra. 

    A família tira dezenas de fotografias, e diverte-se a vê-las tão animadas. Quando estão cansadas do baloiço, a menina leva a borboleta a conhecer o resto da casa, o quarto dela, e o terraço onde costuma brincar quando está bom tempo. 

- Olha, podemo-nos encontrar mais vezes aqui no terraço para brincar, ou para andar de baloiço! Gostaste? 

- Sim, adorei. Tens aqui muitas coisas! 

- Tenho, são brinquedos. 

- Que giros! 

- Tu não tens brinquedos? 

- Não. 

- Então podes brincar com os meus, sempre que quiseres. 

- Obrigada! 

- E também podes dormir na minha casa. 

- Está bem! 

    A borboleta gostou tanto da menina, de brincar com ela, andar de baloiço, e conversar, que as duas tornaram-se grandes amigas. 

    Passaram a encontrar-se muitas vezes, umas vezes era o vento que empurrava a borboleta no baloiço, outras vezes eram os adultos e a própria menina. 

    A borboleta dormia com a menina, e brincava com os brinquedos. Para a borboleta tudo era novo, tudo diferente, e ela estava feliz. 

  Também ia dar outras voltas, conhecer outros espaços, e ficava na sua casa, com os seus pais, borboletas igualmente lindas e gigantescas, que a menina conheceu.

    A curiosidade da borboleta pelo baloiço criou uma linda amizade! 

                                Fim 

                             Lara Rocha 

                            9/Março/2023


E vocês? Se vissem uma borboleta gigantesca como seria? Como a imaginam? Que cores teriam as suas asas? E formas? 

Onde a levariam? 

Andariam com ela no baloiço? 

O que fariam mais, juntas (juntos)? 

Imaginem, e podem deixar nos comentários, se quiserem.