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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Os coelhinhos e a caça aos ovos


         Era uma vez uma linda e pequena floresta onde não há poluição, há muito verde e ar puro. Nesta pequena floresta há uma tradição. Como reza a sua lenda…os Reis coelhos antepassados, quando chega a Primavera, espalham pela floresta ovos de chocolate, no silêncio de uma noite de luar. Ninguém os vê, mas a verdade é que os ovos aparecem.
E porque é que eles fazem isso? Para que os coelhinhos os encontrem, e depois partilhem uns com os outros, ofereçam aos amigos e familiares e a outras pessoas a quem dão muito valor, num grande banquete e baile que aqui fazem na Páscoa, e para se juntarem e para que sejam amigos, que partilhem.
Todos sabem que o grande dia se aproxima e andam contentíssimos, ansiosos, agitados, a treinar fisicamente para a caça aos ovos, e observam atentamente tudo à sua volta, a ver se descobrem qualquer coisa diferente…que indique a presença dos ovos. Mas é muito difícil porque os reis sabem o que fazem. Estão muito bem guardados, para dar mais gosto procura-los e comê-los. Nunca é tarefa fácil.
Finalmente chegou esse dia. Os pequenotes e até os grandes quase nem dormiram nessa noite com o entusiasmo, e pensam em todos os sítios possíveis e imaginários onde possam estar os ovos.
De manhã bem cedo, com o nascer do sol, todos os coelhos saem das tocas alegremente, e depois de um bom pequeno-almoço…começa a agitação e a caça. Dá gosto ver…todos correm de um lado para o outro, vêem cada toca, cada árvore, cada ramo, cada flor…e até grutas, estátuas, candeeiros…tudo é passado a pente fino, até nos sítios menos prováveis. Pelo caminho há algumas quedas e até ferimentos, mas os coelhos não desistem, levantam-se e continuam.
Existe uma regra que todos conhecem: quando há luta entre os coelhos por causa de um ovo, esse ovo derrete ou parte-se. E foi o que aconteceu algumas vezes, quando dois se encontravam num local onde só havia um ovo, e os coelhos lutavam.
Quando encontram os ovos, ficam felizes, gritam, saltam, abraçam os ovos, e vão guardá-los em casa para levar para o baile. É muito desgastante fisicamente para os coelhos porque não param o dia todo…andam pela floresta e por casa…fora e dentro…mas o entusiasmo não os deixa desistir. Os ovos aparecem quase por magia, são milhares…detodos os tamanhos, formas, cores…chega para todos e dá muitos para cada um. É uma grande alegria. 
No fim deste dia tão cansativo, estão de rastos, mas felizes e orgulhosos com os ovos que encontraram. No dia seguinte ainda estão exaustos, mas ainda procuram mais ovos…e encontram. Agora têm de repousar e recuperar energias para o jantar onde vão trocar os ovos e conviver.
Poucos dias depois chega o jantar tão esperado. Logo de manhã todas as coelhas acordam bem cedo e vão tratar da decoração do espaço, enfeitam as árvores: cada uma leva algumas toalhas bonitas feitas por elas, e cozinham, fazem bolos (alguns já feitos no dia anterior), e outros pratos só serão feitos de tarde ou à noite).
Os coelhos machos e os coelhinhos pequenos que já têm força, ajudam a carregar e a pôr mesas e cadeiras no espaço onde vai ser o banquete. Os adultos montam as luzes, e um palco onde vai haver danças especiais.
Enquanto os adultos preparam o espaço, todos ajudam, os pequenos ensaiam cantigas, danças, pequenos teatrinhos. As coelhas costureiras dão os últimos retoques nos lindos vestidos e fatos que vão ser usados.
Almoçam, e no fim voltam ao trabalho: algumas coelhinhas mais novas ajudam as mães, as avós e tias na cozinha a fazer aperitivos e bolos. Os coelhos adultos verificam as músicas, as luzes e outros assuntos técnicos.
Estão entusiasmadíssimos, felizes, eufóricos, e ansiosos que chegue a noite. Ao fim da tarde, as coelhas e as pequenitas põem as mesas com as toalhas lindas que fizeram, outros pequenitos espalham os pratos, copos, talheres, guardanapos, pelas mesas, e tudo fica pronto. Só falta a comida.
Cada um vai para a sua casa, toam banho, e vestem-se a rigor para a festa. As meninas usam sapatos elegantes a condizer com as roupas, brincos e fios a combinar e maquilhadas. Os coelhos também se vestem elegantes, com grande estilo.
A noite está quente, e todos se deslocam para o espaço. As cozinheiras andam numa azáfama. Um dos coelhos mais velhos da floresta dá as boas-vindas e cumprimenta quem chegam e as cozinheiras vão servindo os aperitivos deliciosos. Todos se cumprimentam alegremente, petiscam, bebem sumos naturais e põem a tocar uma música suave. Há muitas conversas cruzadas e gargalhadas. As coelhinhas pequenas comparam as roupas e adereços umas com as outras, elogiam-se, enquanto os coelhinhos pequenos correm de um lado para o outro e brincam uns com os outros.
Os habitantes já estão todos reunidos, e outro coelho mais velho sobe ao palco. Faz-se silêncio no espaço e todos olham para o palco, com respeito e um sorriso. O coelho anuncia:
- Queridos habitantes da floresta…adultos…adolescentes e crianças…e todos…antes de mais…boa noite e muito bem-vindos! (batem palmas) Espero que estejam todos bem…e bem-dispostos…! (p.c) Estou muito feliz por estarmos reunidos mais uma vez! É um prazer ver este espaço completo…espero que se divirtam muito e…vamos dar inicio ao jantar.
         Todos batem palmas com um sorriso de orelha a orelha. As cozinheiras entram e servem toda a gente simpaticamente, uma sopa riquíssima, depois, vários pratos deliciosos, e as sobremesas. Durante o jantar há muitas gargalhadas com música de fundo, muita alegria, muitas conversas cruzadas.
         Barriguinhas cheias, chega a altura do baile. Um casal de coelhos (dos mais velhos da aldeia, sobe ao palco, maravilhosamente bem vestidos…elegantíssimos, e faz-se silêncio. Uma coelhinha pequenina anuncia a dança:
- Atenção…papás…mamãs…e…toda a gente! (todos riem e batem palmas) vamos dar início ao baile, com o casal Pintarola…Dona Mariana Pintarola…e…Sr. Marco Pintarola. Palmas!
         Todos riem e batem palmas. Um coelho liga a música, as luzes…faz-se silêncio absoluto e todos ficam encantados com o casal a dançar. No fim aplaudem de pé e outra coelhinha pequenina diz:
- Agora…o baile continua para quem quiser dançar…música…!
         Todos batem palmas, um coelho põe a música e todos dançam alegremente uns com os outros, trocam de pares, riem, saltam…várias músicas seguidas. Depois fazem um pequeno intervalo para beber e refrescar-se, e outra coelha vai ao palco anunciar o momento seguinte…as cantigas…Sentam-se todos, batem palmas e um coro de coelhinhos e coelhinhas canta sorridente, muito afinadinhos e docemente, deliciando quem vê. Aplaudem no fim de cada canção, riem, e tiram fotos.
         Após várias canções, é altura de pequenos teatrinhos feitos pelos coelhinhos. Outra coelha adulta anuncia esse momento e todos assistem maravilhados, dão muitas gargalhadas, fotografam e os coelhinhos que participam divertem-se felizes. O público aplaude de pé.
         A seguir aos teatrinhos, há mais um pequeno intervalo, e volta a abrir a pista de dança, onde todos dançam bem, contentes, trocam de pares, riem muito, e as luzes acompanham os ritmos de várias cores. Dançam livremente, sem ver quem tem jeito ou não, estão mesmo muito felizes e isso é o que importa. No fim de cada dança todos batem palmas uns aos outros.
         E a festa continua muito animada, com muitas gargalhadas, danças, músicas, canções, palmas, luzes e muita amizade e respeito entre todos. Já de madrugada, ninguém deu pelas horas passar, até os pequenos estão com sono, mas lutam contra ele, e mantem-se acordados.
         Chega o momento mais importante da festa. O coelho que deu as boas vindas, vai ao palco e anuncia:
- Meus queridos…como é tradição, chegou o momento mais emocionante da festa…os ovos! E como de costume, juntamos todos os ovos nos cestos, conforme os tamanhos, e identificados. Por isso…estas coelhinhas vão agora distribuir pelas pessoas…no final, já sabem…é para confraternizar…! (p.c) Antes disso, vamos todos agradecer aos nossos Reis…antepassados…por terem deixada esta tradição, e por este baile maravilhoso…e tão importante para nós! (p.c) Cada um…agradeça à sua maneira…Neste minuto de silêncio que deve ser respeitado, e…que começa…agora!
         Fazem um minuto de silêncio e cada coelho agradece. Até os pequeninos cumprem. No início e no fim, toca um bombo tão forte que até faz os pássaros que pousavam sobre as árvores, como mochos, corujas, águias e outros, voarem muito assustados. O Sr. Coelho grita:
- Muito bem…uma salva de palmas para os nossos Reis antepassados, como forma de agradecimento público por este momento…e…proponho um brinde!
         Todos se levantam, e batem muitas palmas, durante um minuto. Depois todos levantam os copos para o céu, sorriem e o Sr. Do palco grita:
- Siga a festa!
         As coelhinhas distribuem os ovos pelos coelhos. Todos ficam eufóricos, felizes, abraçam-se uns aos outros, beijam-se, riem, emocionam-se, sempre com música, tiram fotos, batem palmas, e divertem-se felizes. Já muito tarde os coelhinhos pequeninos deitam-se, mas os adultos continuam na festa até quase de manhã, com cantorias, danças, aperitivos, bebidas, gargalhadas e brincadeiras.
Já cansados, ainda arranjam força para ajudar a arrumar as coisas e vêem a beleza do sol a nascer. Abrem os braços virados para o sol, batem palmas e agradecem ao sol, deliciados.
         Nesse dia, toda a aldeia descansa. Com certeza os Reis antepassados ficaram muito felizes e orgulhosos pois conseguiram unir todos os habitantes em torno do mesmo objectivo.

MORAL DA HISTÓRIA:
Todo o tipo de festas, são momentos excelentes de conhecer melhor, ou conhecer novas pessoas, de nos divertirmos, de mostrarmos aos outros, outra faceta, de fortalecermos as relações uns com os outros, de cultivar a amizade, o respeito, o carinho, e até de homenagear pessoas especiais para nós! E as tradições deste tipo deveriam ser mantidas, porque a felicidade de estar com quem amamos, é imensa e faz bem a tudo! Porque a solidão é muito triste…e porque somos únicos, cada um é diferente do outro, mas vivemos com outras pessoas de quem, a qualquer momento podemos vir a precisar. Porque somos seres humanos podemos precisar uns dos outros, aprendemos uns com os outros…isso torna-nos mais ricos…! E todos podemos colaborar, dar o nosso contributo para que a sociedade seja melhor, mais humana, sendo mais unidos e trabalhando em conjunto.

FIM
Lálá
(3/Abril/2012)


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