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segunda-feira, 23 de julho de 2012

As quatro princesas do ano




Era uma vez quatro raparigas que viviam numa floresta, mas gostavam muito de ir para a cidade que ficava logo ali ao lado. 
Estas quatro raparigas eram particularmente atraentes e belas, que nunca apareciam juntas e tinham poderes especiais sobre as pessoas, elas e os seus familiares que adoravam acompanhá-las nos passeios. 
Tanto elas como os familiares não se viam todo o ano, mas quando iam à cidade toda a gente sentia a sua presença e reparava nelas.



De 21 de Março até 21 de Junho, a Princesa de nome Primavera, desfila elegantemente pela cidade. 
Sempre misteriosamente muito linda, com uma presença forte, sorridente, leve, fresca, colorida, deixando um rasto de flores por onde passa. 
As suas roupas são mais leves, mais frescas, mais coloridas, mas leva sempre um casaquinho de malha, pelo menos de manhã.
Muitas vezes, a Princesa passeia-se com o seu namorado, de nome Vento, igualmente poderoso e com uma presença forte, pois toda a gente o sente...é que ele é muito possessivo e demasiado ciumento, e por isso sopra muitas vezes forte.
Na cidade, as pessoas sentem estes dois seres porque a Princesa tem o poder de derreter todo o gelo, e despertar à sua passagem toda a terra adormecida…obra da Princesa Inverno. 
É o que acontece às fontes de água, como rios, ribeiros e outros, que aumentam o seu caudal…talvez…seja a Natureza a chorar de alegria pelo seu renascer mágico, ou chorará pela intensidade da luz do sol. 
Independentemente da razão que a leva a chorar, esta é uma altura de ouro para os animais e para toda a Terra.
Por onde ela passa: as flores despertam cheias de cor, alegria, delicadeza, vaidade, sorridentes, lindas, abrem-se para receber o carinho do sol, e serem apreciadas por quem passa. A relva e erva renascem muito tenras, de um verde irresistível, fresco, crescem rápido.
Além Princesa também acaricia os passarinhos e todos os animais que dormiram muitos meses e que ficaram nas suas tocas por causa da Princesa Inverno. 
Todos saem alegremente das tocas, correm soltos e felizes ao sol, pelos campos, chilreiam deliciosamente nas árvores e voam livres, outros desentorpecem as asas e voam, dançam pelo ar…parece que flutuam, e pousam, beijam e rebolam nas flores…é lindo ver!
Tão lindo que nem o Sol resiste…fica mais ardente de atracção pela Princesa, mais brilhante e luminoso…como acontece com os olhos das pessoas que se apaixonam. 
Às vezes fica tão encantado e tão entusiasmado com esta Princesa, que o seu sorriso encandeia as pessoas, torna-se até perigosamente quente para as pessoas!
Tudo ganha novamente vida, cor e alegria. Mas nem tudo é bom…porque com tanto entusiasmo as pessoas querem andar à vontade, e facilitam porque está quentinho e sol…e quando o namorado da Princesa vai com ela, as pessoas aguentam com os seus intensos ataques de ciúmes…prejudicando a sua saúde.
Ele não é meigo, e não tem medo de expressar o que sente: fica tão louco de ciúmes por toda a gente reparar e apreciar a sua deusa, que puxa cabelos às pessoas, sacode as pobres flores e árvores para soltar os pólens e plátanos das flores e das árvores…para as fazer espirrar, tossir, coçar, os narizes quase caem, mas isso dá imenso gozo ao vento…ele ri às gargalhadas e sente-se muito poderoso. 
Adora ver as pessoas doentes, para saberem quem manda! Por vezes, a sua raiva é tão grande que sopra quente.
Esta Princesa também gosta de passear na companhia de alguns amigos, filhos da sua amiga, a Princesa Inverno: as nuvens, o frio, a chuva e…de tempos a tempos…a trovoada e a Neve, cujas presenças também se sentem intensamente por todas as pessoas.



Dizem que Paixões de Verão enterram-se na areia. Pois…algumas. Com tanta paixão, calor e euforia, o Sol fica um pouco cansado a partir de 21 de Setembro…altura em que a Princesa Verão dá lugar à Princesa Outono, embora à Princesa Verão lhe custe muito ir embora, porque adora ver a felicidade das pessoas esses meses em que está presente. 
É por isto que muitas vezes, no Outono, ainda há dias quentes, em que se pode fazer praia, mas o Sol já não está tão apaixonado, nem tão luminoso.
Depois de tantos passeios, a 21 de Junho, a Princesa Primavera e Amigos vão de férias, e no seu lugar, aparece a Princesa Verão, igualmente linda…sedutora, provocadora. 
Desfila muito leve, parece que flutua, veste-se de forma ardente, quase sem roupa, cheia de luz, brilho, alegria, sorrisos e risos.
A sua passagem e a sua presença na Terra são contagiantes, deixam os seres humanos felizes, entusiasmados.
Procuram incessantemente as praias para estar perto do mar, as montanhas para se refrescarem à sombra, outras fontes de água, e andam quase sem roupa. 
O que desperta muitas paixões entre os homens…mas infelizmente nem sempre este entusiasmo traz bons resultados, porque há gente que polui a Terra o ano todo, e nesta altura, os incêndios e os mosquitos são uma constante.
O Sol fica completamente louco de paixão e desejo por esta Princesa, eufórico…não resiste à sua presença. 
É por isso que os dias no Verão são muito grandes, pois o Sol quer apreciar esta Princesa o máximo de tempo possível…e por esta razão, as pessoas sentem muito calor, o sol queima mesmo…ficam mais sonolentas, molengas e cansadas.


A Princesa Outono é mais tímida que a Princesa Primavera e que a Princesa Verão, mas é também muito bonita, e oferece surpresas especiais aos seres humanos. 
Adora vestir-se de cores como: vermelho, verde, amarelo, cor-de-laranja, castanho…e porque a sua presença é mais discreta, as pessoas ficam mais tristes, sentem mais frio, agasalham-se mais, os dias já são mais pequenos, e até aparecem muitas nuvens, vento e chuva. Os animais andam mais murchos.
Esta Princesa costuma trazer o seu irmão Vento (namorado da Primavera) e estes não são muito delicados. 
O vento com os seus ciúmes e a sua sede de vingança. Juntamente com a sua irmã tímida e solitária, divertem-se à grande, a fazer novos penteados às árvores…
Mas a Princesa, gosta mais de se dedicar aos trabalhos manuais, usando essas folhas para construir tapetes fenomenais.
Á sua passagem, arrancam-lhes as folhas como quem arranca cabelos, pisam-nas, atiram-nas pelo ar, e secam-nas. 
Por isso é que vemos sempre tantas folhas espalhadas pelo chão, o que tem a sua beleza, pela mistura de cores, e variedade de tamanhos, formatos...
As crianças adoram andar por cima destes tapetes, mas nem sempre acaba bem…porque caem…principalmente quando chove.
Alem destas belezas, estes dois manos oferecem às pessoas: castanhas, frutos deliciosos como uvas, que fazem muito bem à saúde, milho, espigas, há muita alegria nas vindimas, fazem-se magustos, e os campos ficam lindíssimos.

                             Lara Rocha 

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