Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O passeio da folhinha

Narradora – Numa bela casa de campo, em pedra, enorme, e muito confortável, entre montanhas vivia Diana, os seus pais, irmãos e irmãs, avós e animais: vacas, bois, cavalos, porcos, ovelhas, galinhas, coelhos, e burros. Além destes animais, a cada amanhecer ouviam-se os passarinhos a chilrear, e ao anoitecer, ouviam-se as cigarras e os grilos. Eles adoram viver aqui. A Diana é das mais novas, com seis anos, e às vezes tinha de brincar sozinha porque os outros mais velhos iam ajudar os pais e os avós no campo, e havia dois bebés antes dela que também iam para o campo para a mãe tomar conta deles. Apesar de brincar sozinha, Diana não se importava e era uma criança feliz, adorava sonhar e imaginar…foi o que aconteceu numa manhã amena de inicio de Outono. O céu estava um pouco embrulhado, e havia uma aragem. As árvores começavam a largar as primeiras folhas. Diana sentou-se na relva à beira do lago que há na sua casa e pôs-se a apreciar a paisagem.
Diana – Que pena…o sol hoje não veio! (p.c) Quer dizer ele veio, mas não apareceu aqui para me ver, e para me aquecer! Onde é que ele terá ido? (p.c) Ele devia – me ter avisado.
Narradora – O seu pensamento é interrompido por uma folha que caiu da árvore. Ela estremece, olha para a folha.
Diana – Ai, que susto!
Narradora – O ventinho sopra a folha para o lago. Diana fica triste e ralha com o vento.
Diana (zangada e triste) – Óh…não! (p.c) Vento mau…levaste a folhinha para a água. (p.c) Eu…queria falar com ela! (p.c) Vou lá buscá-la!
Narradora – Isso era o que a Diana queria, mas o vento não lhe fez a vontade, e arrastou a folha pela água. Diana grita.
Diana – Espera por mim…! Não vás embora…óhhh…! Que palerma de vento! Feio…mau! Levaste a minha amiga para longe…eu queria brincar com ela! (p.c) Como é que agora vou apanhá-la?
Narradora – A Diana pega num pauzinho e mexe na água para tentar aproximar a folha, mas não consegue. O malandreco do vento arrasta-a mais. Diana fica triste a olhar para a folha.
Diana – Parece uma barquinha. Tão gira!
(Aparece a mãe de Diana e sorri)
Mãe – O que é que parece uma barquinha?
Diana – Mamã…o mauzão do vento levou a minha amiga folha…!
Mãe – Amiga…?             Que amiga?
Diana – Aquela folhinha que vai ali…! Eu tentei agarrá-la mas o totó do vento arrastou-a!
Mãe – E qual foi o problema? Deixa-a ir. Se ela caiu ao lago é normal que com o vento a água mexa e a folhinha também vá!
Diana – Mas eu não queria que ela fosse! Eu queria que ela ficasse aqui no lago para ser minha amiga e para brincar comigo!
Mãe – Mas, querida…como é que ias brincar com uma folha de uma árvore?
Diana – De certeza que nos íamos divertir juntas.
Mãe – Deixa-a ir…vamos para ali…
Diana (triste) – Vai, folhinha vai…que pareces uma barquinha… (p.c) Boa viagem! (p.c) e volta cá para eu brincar contigo…depois conta-me o que viste!
Narradora – A mãe sorri, dá a mão á menina, e a folhinha segue viagem. A folhinha vai feliz, leve por cima da água, sem pressa, a ver a paisagem e a saborear o baloiço. O vento e a folha riem.
Folhinha – Sim, voltarei Diana.
Narradora – A folhinha percorre o lago todo e pede ao vento que a leve para terra.
Folhinha – Vento…querido…leva-me para Terra!
Narradora – O vento sopra e a folhinha vai para Terra. Ela agradece ao vento, e ele continua a soprar.
Folhinha – Não aceleres muito, que eu quero ver a paisagem.
Vento – Não percebo porque é que ninguém gosta de mim…!
Folhinha – Eu percebo…principalmente quando és forte, és terrível…metes medo!
Vento – Não acredito! Até tu que já me conheces há muito tempo, tens medo de mim?
Folhinha – Sim! Gosto muito de ti, mas às vezes também tenho medo!
Vento (triste) – Ninguém me compreende! Esta criança até me ofendeu e insultou.
Folhinha (sorri) – Não leves muito a sério esses insultos! Ela é criança…inocente! (p.c) queria brincar comigo, e tu ias com o speed todo, nem deixaste que ela se aproximasse!
Vento (envergonhado) – Óh! Desculpa…só quis proteger-te.
Folha – Proteger-me? (p.c) De quê? (p.c) Ela é uma criança, não queria fazer-me mal.
Vento – Tu também querias conhecê-la? (p.c) Fiquei com medo que ela te magoasse…não gostei da conversa dela!
Folha (ri) – Era tudo da imaginação dela…não tinhas que nada que interromper a imaginação.
Vento – Mas…e já viste se ela se lembrava de subir mesmo para cima de ti…se se atirava ao lago…com certeza, por muito que quisesses não ias ser tu que ias salvá-la, certo?
Folha (sorri) – Certo, mas também é claro que ela não se ia atirar ao lago para ir para cima de mim!
Vento – Não?
Folha – Tenho a certeza que não! (p.c) Ela só estava a imaginar…na imaginação das crianças tudo pode ser real mas não é…! (p.c) Olha, leva-me a dar uma voltinha, e depois traz-me de volta está bem? (p.c) É que gostei muito deste sítio, e da menina também.
Vento – Está bem. (p.c) Tens preferência por algum sítio?
Folha (sorri) – Eu confio no teu bom gosto.
Vento (sorri) – Obrigado! (p.c) Já sei onde te vou levar.
Narradora – E lá vão os dois. A folhinha voa suavemente com o vento, numa conversa muito animada e riem. A folhinha passeia por cima das montanhas, pousa em vários laguinhos e janelas, passa por várias varandas de casas onde existem vasos coloridos. Cruzam-se com outras folhas, com borboletas, e com passarinhos e todos se cumprimentam alegremente. Rebenta várias bolas de sabão que andam pelo ar, feitas pelas crianças, ao chocar com elas no caminho e desvia-se de outras bolas de sabão. Repousa por breves instantes num tanque onde está uma senhora a lavar roupa. A senhora sorri-lhe ao vê-la e ela sai pelo bico de água do tanque que vai regar o jardim, e os legumes na terra. A folhinha deixa-se levar pelas águas do reachinho que tem pedrinhas no fundo e é muito limpa. A folhinha fica encantada com as flores. Depois de percorrer esse jardim, a folhinha continua na água, noutro reachinho que a leva a uma mina num lameiro. A água da mina tem tanta pressão que ela é projectada para a erva do lameiro.
Vento (preocupado) – Uuuuiii…magoaste-te?
Folhinha (sorri) – Não! (p.c) Gostei muito desta aventura., deste passeio e deste sítio! (p.c) Obrigada (p.c) Onde me vais levar mais?
Vento – Vou-te levar a uns campos de milho aqui à frente.
Narradora – O vento vai com a folhinha a uns campos de milho, e diverte-se muito: o vento abana o milho, e a folhinha voa entre as folhas. Estão deliciados. Ainda passam por várias piscinas, a folhinha repousa na água, e voltam para a casa de Diana. Quando Diana volta, lá está a folhinha no lago e descansar, quase na margem. Diana pega nela, sorridente e pergunta.
Diana (feliz) – Voltaste?! Que bom! Mas, onde foste?
Narradora – E mais uma vez a menina fica a imaginar onde poderá ter andado a folha.
Diana – Obrigada, vento, por teres trazido a minha amiga de volta.

Fim!
Lálá
(2/Junho/2011)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras