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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A MANTA

      

Foto de Lara Rocha 

       Era uma vez uma senhora velhinha, muito meiga, doce e simpática que vivia sozinha numa casinha pequena, protegida por enormes árvores, era solteira, não tinha filhos, mas nunca se sentia sozinha.
Nem estava muito tempo em casa, porque na floresta todos gostavam tanto dela que estavam sempre a chamá-la para passear e fazer na casa dos outros, bolos, decorações, roupas e muito mais. Ela nunca se negava a ajudar.
A boa senhora era filha e neta de duas mulheres muito especiais, de quem também recebeu alguns poderes mágicos, como a bondade, o jeito para pintura, cozinha e costura.
Nessa floresta viviam outros anões, fadas e borboletas muito bonitas. Um dia, misteriosamente, aterra uma cegonha com um bebé no bico, exausta, ofegante, e fraca à beira do lago da saúde.
Todos correm para junto dela, preocupados.
- Por favor…ajudem-nos! Estou doente! Tomem conta do bebé. – Pede a cegonha
        Uma anã pega no bebé e os anões levam a cegonha em ombros para o veterinário.

- Não te preocupes. – Diz um anão

- Vamos cuidar de ti! – Diz outro anão

- E do bebé também. – Garante a anã

- Tu vais ficar bem. – Reforça outra anã

        Levam-na para o veterinário, e a anã leva o bebé para casa da senhora velhinha. Ela alimenta-o, veste-o e olha para ele. Quando o bebé sorri, voam centenas de pequeninas fadas à sua volta, felizes. A velhinha diz, sorridente:

- Este bebé vai ser muito especial!

        Ninguém percebeu o que ela queria dizer com aquilo, mas ela sentia alguma coisa muito boa e especial. Enquanto o bebé dorme sossegado, a velhinha senta-se na máquina de costura, pensativa.

- Aquele bebé tem alguma coisa de muito especial! O que posso fazer para ele? Também terei de fazer alguma coisa especial… (pensa uns segundos) Já sei…

        E põe mãos à obra. Chama as suas borboletas de prata, que a ajudam a decorar roupas para épocas especiais.

- Meninas…quero alguma coisa muito especial, para aquela criança muito especial.

- Deixe connosco! – Dizem as borboletas de prata, felizes

        A velhinha e as borboletas fazem uma linda manta de prata brilhante para o bebé. Cada borboleta abana as suas asas e delas caem pequeninas bolinhas brilhantes de cor prateada, e a velhinha prega pacientemente bolinha por bolinha num lençol bem macio, com fininhos fios também de prata.
Nessa noite, a manta fica pronta. Está um sonho de manta. A velhinha enrola-o carinhosamente na manta de prata, pega nele ao colo e ele sorri.
- Vais ser muito especial…
        A manta tinha os poderes da velhinha, e das borboletas. Uns dias depois, a cegonha recuperou, e levou o menino enrolado na manta.
O menino cresceu, e a velhinha tinha razão…ele era mesmo muito especial. Sensível, bondoso, e curava pessoas com as suas palavras de prata.
Ele nunca largou essa mantinha, e foi muitas vezes à floresta visitar a querida velhinha que o amava como um filho, ou um neto. E todos o adoravam.

FIM
Lálá

(3/Outubro/2014)

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