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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O TERRENO

     

 

 







foto de Lara Rocha 


        Era uma vez uma jovem rapariga bondosa, com poderes mágicos, que quis plantar umas sementes de amor, carinho, atenção, dedicação e respeito, em alguns terrenos, porque sentia que era preciso. Andava muita gente a sofrer com fome dessas sementes, e a ficar doentes.
      Durante a noite, ela plantou sementes em vários jardins, de várias casas. Regou com sorrisos e beijos, e foi plantar noutros jardins. Não descansou enquanto não plantou em todos os que encontrou.
        Passado uns dias foi fazer a ronda pelos jardins onde tinha plantado as sementes boas, e sofre uma grande desilusão: em muitos deles, não tinha nascido nada! A terra estava completamente seca, remexida e mal cheirosa.
       A rapariga chorou triste e magoada. Apareceu um rapaz também mágico, e perguntou à menina porque é que ela estava a chorar. Ela contou-lhe o que tinha feito, e ele respondeu:

- Querida: o que tu ias plantar era muito bom, e realmente o mundo precisa mesmo! Mas não escolheste bem o terreno.

- Porquê? Eles parecem todos iguais.

- Disseste bem…parecem! Mas se aqui não nasceu nada é porque este terreno não é bom.

- Porque é que não é bom?

- Porque talvez as famílias que vivem nestas casas não vivam com amor, ou com o carinho, o respeito, a dedicação e a atenção.

- Mas por isso mesmo é que eu estava a plantar aqui para ver se nascia…

- Não nasceu porque as famílias não se relacionam bem. Por muito que nós queiramos, não podemos plantar estas sementes boas, onde o terreno é pobre. Mas não desistas…juntos, vamos encontrar terrenos bons, onde vai nascer.

- Podes ajudar-me?

- Claro que sim.

            Os dois sorriem, abraçam-se, e o seu abraço transforma-se numa enorme bola de luz, que sai de todo o corpo deles. Essa luz envolve o saco das sementes e encaminha os dois para os terrenos bons, onde podem plantar as sementes boas que nascerão.
            Os dois cheios de luz espalham as sementes todas iluminadas, por muitos terrenos, em muitas casas. Uns dias mais tarde, para grande felicidade dos dois, ao fazer a ronda pelos terrenos, vêem-nos cheios de pequenas luzinhas por todo o lado a piscar. Eram as sementes de amor, carinho, atenção, dedicação e respeito que a menina queria plantar.

- Estes terrenos são bons. – Diz a rapariga

- Sim! Aqui há boas famílias. – Diz o rapaz

- Estão lindos estes jardins.

- É! É sinal que há amor e luz nestas famílias, mas estas sementes nunca são demais. E se nasceram aqui, é porque aqui vivem pessoas de bom coração, é por isso que o terreno é bom.

- Entendi.

- Não vale a pena plantar estas sementes boas em maus terrenos, onde não as recebem.

      E os dois construíram um mundo melhor, pelo menos para algumas famílias, aquelas que receberam as sementes…onde talvez já as houvesse. Mas como disse o rapaz: nunca são demais.
E é na família que devem existir bons terrenos para plantar sementes de luz, com a certeza de que vão crescer fortes e felizes.

FIM
Lálá
(17/Outubro/2014)


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