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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O guarda-chuva




            Era uma vez uma família de gotinhas de chuva que viviam nas nuvens. Muito lá em cima. Um dia, foram passear, e de repente, encontraram um espaço aberto, sem nuvens, cheio de vento.
- Óh não! – Grita a gota de chuva mãe
- Mãe…- Gritam todas as gotinhas assustadas

- O que está a acontecer? – Pergunta uma gotinha

- Está muito vento! – Diz outra gotinha

- Apanhamos um buraco. – Diz a mãe

- E agora? – Perguntam todas assustadas

- Agora vamos cair lá abaixo! – Responde outra gota mais crescida

- Não! – Gritam todas

- Voltamos para trás? – Pergunta outra gota gorda

- Sim… segurem-se – Grita a mãe

- Onde? – Perguntam as gotas

- Como conseguirem! Agarrem-se a mim… – Responde a mãe 

            Tentaram de todas as maneiras segurar-se, agarram-se umas às outras, prendem-se pelos cabelos, dão as mãos, querem recuar para a nuvem antes do buraco, mas não conseguem porque o vento era mais forte do que elas.

- Não consigo, mãe! – Gritam as gotinhas mais pequenas, assustadas

            Como não podiam lutar contra o vento, e começaram a perder as forças, não tiveram outra solução, a não ser, deixarem-se cair. Começam todas a gritar, a descer devagar, depois o vento fê-las rodar e desceram muito depressa, todas juntas, em roda e depois em fila. Gritaram o caminho todo. Estavam muitas crianças a brincar em terra, no parque, e viram que o céu estava muito escuro.
- Venham para dentro…vai chover! – Grita uma adulta que estava com eles
            Mas os meninos repararam que vinham gotas de chuva a cair e ficaram a ver. As gotas descem muito rápido e gritam:

- Ááááááhhhh…vamos cair!

- Onde? – Perguntam as pequeninas

- Não chão…em qualquer sítio! – Responde a gota mais velha

- Não se preocupem, vamos cair no fofo! – Garante a mãe gota

            E a mãe tinha razão. Felizmente os meninos não entraram, e seguem as gotas de um lado para o outro, para ver se elas não caem no chão. Assim as gotas caíram em cima dos seus guarda-chuvas.
Outras gotas são projectadas para a relva, mas não se magoam porque caem em cima de um monte de folhas que caíram das árvores. Quando reparam que estão a salvo, respiram de alívio.

- Ufa! – Suspiram todas

- Caímos bem! – Garante a gota mãe

            De repente cai um enorme raio de trovoada, os meninos desatam a correr para a sala aos gritos, e um deles, tem tanto medo que larga o guarda-chuva. As gotas juntam-se todas, abraçadas e metem-se debaixo do guarda-chuva.

- Estamos abrigadas…estamos todas bem? – Pergunta a mãe?

- Estamos! – Respondem as filhas

- Mamã, e agora como vamos voltar lá para cima? – Pergunta uma gotinha

- Um dia destes voltamos. Não sei quando, nem como, mas voltaremos.

- Agora estamos cá em baixo… - Diz outra gotinha

- Felizmente caímos no mole! – Diz outra gotinha

- Pois, se caíssemos no chão podíamos magoar-nos.

- Pois era. – Dizem todas

- É uma tempestade. – Diz a mãe

- Ai, que susto! – Suspira uma gotinha pequenina 

- Pois foi. – Diz outra gotinha pequenina

- Mas já vai passar. – Garante a mãe

            Entretanto, elas estão abrigadas e a tempestade passa. Os meninos voltam a sair e os que deixaram os guarda-chuvas vêem as gotinhas lá debaixo. De repente, uma nuvem média desce à terra, e vai buscar as gotinhas.

- Olhem…uma nuvem no chão… - Diz um menino

- Olá! Vim buscar as gotinhas…alguém as viu? – Pergunta a nuvem

- Estão aqui debaixo do guarda-chuva! – Responde o menino

- Áh! Tiveram muita sorte. – Diz a nuvem

- Como é que elas caíram aqui? – Pergunta uma menina

- Apanharam um buraco cheio de vento e não conseguiram segurar-se, mas não se magoaram, porque caíram em cima dos vossos guarda-chuvas e das folhas secas, não foi?

- Foi.

- Boa! Muito obrigada. – Responde a nuvem

            As gotinhas saem debaixo do guarda-chuva, sorriem para a nuvem.

- Olá! Estão todas bem? – Pergunta a nuvem

- Sim, estamos, felizmente, e tu? – Pergunta a gota mãe

- Também. Soube o que vos aconteceu, e vim-vos buscar. Querem ir? – Pergunta a nuvem

- Sim, claro! – Respondem todas as gotas

- Muito obrigada pelos vossos guarda-chuvas, meninos. – Diz a gota mãe

- De nada! – Respondem os meninos a sorrir

- E tenham cuidado agora quando forem passear. – Aconselha uma menina

- Sim, teremos…- Garante a gota mãe.

            As gotas sobem para a nuvem, muito contentes, e voltam para a sua casa. Os meninos põem os guarda-chuvas a secar no estendal, pendurados pelas bengalas para não ganhar ferrugem, e depois ao contrário para apanharem sol.
         Ainda bem que os meninos tinham os guarda-chuvas abertos, assim, as gotinhas caíram e não se magoaram.  

FIM
Lálá

(22/Setembro/2014) 

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