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sábado, 6 de setembro de 2014

AJUDA!

Era uma vez um rebanho de muitas ovelhas, grandes e pequenas que pastava sem pressa no seu campo de sempre. Na montanha que ficava muito mais acima desse campo viviam alcateias de lobos que respeitavam os lavradores, e não atacavam os animais, mesmo que tivessem muita fome.
            Para agradecer esse respeito pelo gado, os lavradores deitavam-lhes comida que sobrava, ou ossos, na estrada entre a montanha e a casa. os lobos já sabiam disso, e só comiam mesmo o que lhes davam.
            Um dia, os animais ficaram muito agitados, estranhos, inquietos, nervosos…os cães ladravam sem parar, uivavam, andavam de um lado para o outro, os lobos também uivavam e não conseguiam estar quietos!
            Os lavradores começam a ficar muito preocupados.
- O que se passa com os lobos hoje? – Pergunta um senhor
- Não sei! Estão muito agitados…inquietos… - responde outro senhor
- Não gosto nada de os ver assim! – Diz uma senhora muito preocupada
- Lá estás tu com essas ideias malucas. – Resmunga o seu marido
- Vais ver como vai acontecer alguma coisa! – Garante a senhora
- Cala-te. Não vai acontecer nada.
- O que será que vai acontecer? – Pergunta uma velhinha muito assustada
- Não é muito bom sinal quando os bichos ficam assim! – Acrescenta a sua irmã também muito assustada
- Dizem que eles pressentem…coisas…
- Más! Sim, pressentem coisas más.
- Ai, que todos os anjos nos protejam…
- Ámen! – Dizem em coro
- Vá, deixem-se dessas coisas…às vezes os bichos também ficam nervosos sem motivo aparente. Como nós seres humanos. – Diz um rapaz jovem
- É! – Respondem em coro, para disfarçar o medo
- Mas eles são muito mais sensíveis que nós! – Diz outra vez a velhinha assustada
- Avó, não se preocupe…
- Vamos mas é trabalhar. – Sugere um senhor
- Vamos.
            Cada um segue para o seu trabalho, mas na verdade estavam mesmo muito preocupados e assustados. Os animais tinham a sua razão para estarem agitados, nervosos e inquietos! Nesse dia que começou com um lindo céu azul, um sol brilhante…de repente levanta-se um vento fortíssimo, começa a levantar terra e a fazer redemoinhos.
            Os lavradores estão divididos, tentam prender o gado, e salvar-se a eles próprios. Mas o vento é tão forte que os empurra para trás, fá-los cair, atira-os contra as árvores, e uma grande confusão.
            Começam todos aos gritos, quase não conseguem andar, e numa grande aflição. Os animais correm de um lado para o outro, chocam uns com os outros, e não sabem para onde fugir.
            Forma-se um nevoeiro cerrado, um céu escuro. Os habitantes fogem para onde podem. Os lobos descem da montanha e vão em socorro dos animais e da população.
            Para surpresa de todos, cada lobo arrastou os habitantes na sua boca, pela roupa, para abrigos dos animais porque estavam desviados das casas e tinham de se proteger de alguma maneira.
            Uns lobos correram atrás dos animais a uivar, e com ar de ferozes, para os levar para os abrigos. As lobas levaram animais pequenos na boca, pelo lombo para os abrigos, com tanto carinho e cuidado, como se fossem os filhos delas, e quando estavam finalmente a salvo, lambem-nos.
            Quando surge o primeiro trovão que iluminou o céu todo, e dá um sonoro estrondo…já todos estão recolhidos. Os animais pequeninos vão para juntos dos pais, aliviados. Os habitantes abraçam-se e trocam carinhos, e palavras agradáveis.
- Estamos a salvo! – Gritam todos
- Mas que grande confusão! – Comenta uma rapariga
- Foram os lobos que nos avisaram e que nos salvaram! – Diz uma senhora de idade.
- Os lobos? – Perguntam todos
- Sim! Os lobos. – Responde a irmã da senhora velhinha
- Não os vi! Então foram eles que nos trouxeram para aqui? – Perguntou um menino
- Sim! – Respondem todos
- Onde estão eles? – Pergunta outra rapariga
            Um senhor velhinho, abre a porta do estábulo, e os lobos estão todos à porta.
- Entrem, meus anjos…! Nossos anjos! – Diz o senhor velhinho
            Os lobos entram. Cada habitante abraça, beija e acaricia cada lobo. Os lobos retribuem os mimos felizes, e com lambidelas.
- Muito obrigada! – Gritam todos os humanos
- Salvaram-nos! – Suspira uma criança
- E também salvaram os nossos animais. – Lembra outra senhora
- Sim, é verdade! – Concordam todos
            E uma terrível tempestade cai sobre a montanha, mas felizmente está tudo a salvo! Pessoas e animais.
- Pois é amigos…às vezes a ajuda que precisamos, vem de quem menos esperamos!  - Diz uma velhinha
- É verdade! – Concordam todos
- Pensei que ia ser devorado pelos lobos! – Comenta um menino ainda assustado
- E eu engolida! – Diz outra menina pequenina.
- Eu senti alguma coisa a agarrar-me, e a arrastar-me, mas nem pensei que fosse um lobo…que sorte não termos virado almoço. – Diz uma rapariga
- Eles são animais, mas têm coração…- Diz outra velhinha
- É! Mais coração que muita gente. – Comenta outra rapariga
- Eles são luz…são bons para quem é bom com eles! – Diz outra senhora
- É verdade! Eu já fui salto muitas vezes por cães…mas um lobo nunca tinha sido salvo! – Diz outro senhor velhinho.
            A chuva cai torrencialmente lá fora, com vento e trovoada, granizo e até neve. Enquanto dura a tempestade, todos conversam alegremente, e quando passa…que bela surpresa…um sol brilhante, e tudo coberto de neve.
Todos abrem um grande sorriso, e brinca felizes na neve, todos juntos. Até os animais com os lobos. Fazem bolas de neve e atiram uns aos outros, escorrega, dão muitas gargalhadas, fazem bonecos de neve, e um senhor velhinho, faz uma alcateia de lobos em neve, para lhes agradecer.
Os lobos ficam orgulhosos e felizes. Lambem o senhor, e por serem tão bons, passam a fazer parte da família. Sempre que faltava alguma coisa, ou sempre que precisavam, os lobos estavam lá para isso.
Que bela ajuda não foi?


FIM
Lálá

(2/Setembro/2014) 

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