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sábado, 6 de setembro de 2014

A BORBOLETA DE ASA E MEIA


foto de Lara Rocha 

        Era uma vez um enorme parque de uma grande cidade onde viviam milhares de flores, pássaros e borboletas, de muitas cores. Entre as borboletas, uma…tornava-se sempre no centro das atenções dos visitantes, porque era muito diferente das outras.
Só tinha uma asa e meia. Uma das suas asas era muito mais pequena que a outra, enquanto as outras borboletas tinham as duas asas perfeitas, do mesmo tamanho, e lindas.
        Mas o ser diferente de todas as outras, não a incomodava, nem o ser o centro das atenções, ou o ouvir dizer: «coitadinha!». Ela era tão, ou mais feliz como as outras, mas as outras não a queriam como amiga, porque tinham ciúmes.
        Só porque tinha uma asa mais pequena que a outra, toda a gente fixava os olhos nela, tiravam-lhe fotos e aplaudiam os voos pequenos e desajeitados que ela dava ser querer.
        Um dia, o jardim foi invadido por dezenas de borboletas com defeitos, numa grande felicidade: algumas só tinham uma asa, outras meia asa, outras duas asas pequenas e um corpo grande, outras com asas muito grandes em relação ao corpo, outras com as antenas de tamanho diferente, outras com cores feias, e outras com pintas estranhas.
        A borboleta de asa e meia fez logo amizade com todas essas diferentes, conviveram alegremente umas com as outras, trocaram carinhos e elogios sinceros, e divertiram-se todas como nunca, com danças e brincadeiras, muitas gargalhadas e aplausos.
        As outras borboletas observaram-nas atentamente, invejosas por serem perfeitas, e não repararem nelas. Pensaram que se calhar estavam a ser injustas, e estariam enganadas em relação à borboleta de asa e meia!
Decidiram experimentar conviver com ela e conhecê-la, juntando-se também às outras. Nesse convívio repararam que nenhuma era igual à outra, e que todas tinham algum defeito ou vários, mas mesmo assim eram muito amigas e tão felizes.
As borboletas estavam realmente muito enganadas em relação ao que pensavam sobre a borboleta de asa e meia e as outras que tinha, chegado há pouco. Gostaram tanto delas, foram tão bem recebidas pelas que tinham defeitos, que nunca mais as largaram.
Até passaram a dar espectáculos visuais maravilhosos, lindos, todas juntas, para quem visitava o jardim, e tal como a borboleta de asa e meia, foram também o centro das atenções.
Quando reparam nelas próprias, também descobriram uma série de defeitos…mas nenhum deles fazia com que elas deixassem de ser simpáticas, meigas, atraentes e amigas.
Afinal…todos somos diferentes, para quê por de lado alguém que não teve a mesma sorte que nós, de ter um corpo completo? Não é por lhe faltar alguma coisa fora…aos olhos dos outros, que vai faltar por dentro, às vezes até têm mais por dentro e isso é o que se dá aos outros, não é o fora!
O coração é igual para todos…mas cada um preenche-o como quer. Somos todos iguais porque somos todos humanos, com sentimentos, mesmo com as nossas diferenças.
FIM
Lálá

(2/Setembro/2014) 

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