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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A PRINCESA OUTONIA

          


        Era uma vez, há muitos, muitos anos atrás, uma aldeia quase desconhecida, com muito poucas casas, em cima de uma montanha.
      Esta montanha era muito especial, porque aqui chegavam e partiam umas princesas muito especiais, e os seus habitantes sentiam-se de uma maneira muito forte.
    Já tinha estado lá a Princesa Invernia, a princesa Vera, a princesa Verona e agora vinha a princesa Outonia. No dia anterior, os seus habitantes tinham sentido um calor sufocante mas sabiam que a Princesa Verona ia embora logo a seguir, e chegaria muito em breve, a Princesa Outonia, só não sabiam o dia ao certo em que chegava.
       Verona foi de comboio para outra cidade, e nessa noite chegou a Princesa Outonia de uma longa viagem. Esta princesa gosta sempre de marcar a sua presença. Por onde passa ninguém fica indiferente a ela.
      Sempre que chegava à montanha, a primeira coisa que Outonia fazia, era dar uma volta pela montanha, sem pressa com o seu namorado Ventónio, apanhar a fresca, respirar ar puro, e apreciar a paisagem para esticar as pernas da longa viagem. Toda a natureza se transformava para a receber.
 Depois, enquanto tudo dormia, com os primeiros raios de sol, ao amanhecer, a Princesa Outonia adorava passear de balão. De repente abre o balão e chovem folhas de árvores vermelhas, verdes, amarelas, castanhas, cor de laranja e roxas, que se espalham por toda a montanha em cima da erva.
O gado fica eufórico de felicidade quando se apercebe do balão: os cavalos, as vacas, as ovelhas, os cabritos, carneiros, galos, galinhas, e cães que tomam conta deles, desatam a correr por cima das folhas, escorregam felizes e às gargalhadas, rebolam, atiram folhas uns aos outros, e acordam os habitantes.
Quando saem de casa, vêem a chover ainda mais folhas, que dançam e descem levemente, e rodopiam ao sabor do suave vento que acompanha a princesa…e caem delicadamente na relva.
- Chegou a princesa…chegou a princesa… - Grita um papagaio
- Sim! – Gritam todos os habitantes
- Olá princesa Outonia! – Gritam em coro com um grande sorriso
- Olá! – Responde a princesa sorridente
        E chovem mais folhas. Depois da chuva de folhas, as crianças da aldeia têm uma missão muito importante: receber e segurar na gigantesca cesta de frutas deliciosas que a princesa oferece! As crianças chegam-se à frente, o balão começa a baixar, e quase perto do solo, a princesa abre o balão e larga a cesta.
        As crianças seguram-na e agradecem em coro:
- Muito obrigada, princesa.
        A princesa sorri, e este ano oferece também belos vestidos feitos em tons de laranja, rosa, branco, roxo, amarelo, vermelho e azul claro, para que as senhoras vestissem.
  Sempre que esta princesa chega, os habitantes fazem uma enorme festa, com desfiles dos vestidos, banquetes com os produtos da terra, as deliciosas castanhas, romãs, uvas, pêssegos e nêsperas, nozes e figos, sopa de abóbora, manteiga e iogurtes caseiros, queijos de leite de vaca e de leite de cabra, arroz de feijão, sopa de legumes, caldo verde, e muitos mais. Tudo muito saboroso. Vinho para os adultos, e sumo de frutas para as crianças e senhoras.
A festa dura dia e noite, e todos cantam, dançam, fazem fogueiras, e brincam com a princesa e com o seu namorado. Depois deste dia de festa, os habitantes aproveitam tudo o que a princesa lhes dá: umas vezes vento forte, outras vezes apenas uma aragem…quase não se sentia…outras vezes frio, e outras vezes vento forte e quente. Umas vezes sol, outras vezes nuvens e chuva. Umas vezes céu azul, outras vezes céu escuro, entre o cinzento e o azul-escuro, e mesmo um brinde surpresa: trovoadas.
         A Princesa Outonia é misteriosa e bonita. Em Dezembro vai passar férias para outro lado, e a visitante seguinte da montanha é a Princesa Invernia. Mais fria, mais distante por ser tímida, mas não menos bonita e não menos especial que todas as outras.
   Todas as princesas que visitam esta montanha, têm as suas belezas próprias, cores diferentes, oferecem coisas diferentes, e todas são especiais, não é?
FIM
Lálá
(1/Setembro/2014)  

         

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