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domingo, 10 de agosto de 2014

A lula, o polvo e a super criança






(Pintado por Lara Rocha, do Livro de Pintar para Adultos) 
 
 Era uma vez uma lula e um polvo ainda pequenos que foram levados pelas ondas, do alto mar, para a costa, para fugir dos terríveis pescadores. 

 Nadaram e mergulharam, até que aterraram na costa muito cansados.

- Mas...já chegamos? – Pergunta a lula ainda cansada
- Já! E achas que andamos pouco?
- Não! Estou com as minhas guelras geladas...e...entupidas.
- Aqueles monstros perseguem-nos.
- Pois é!
- Mas acho que aqui estamos seguros!
- Sim.
- Hummm…aqui há coisas boas. Cheira bem!
- Huuummm…realmente!
        Os dois comeram algas variadas, de tamanhos, cores e texturas deliciosas. Estavam com tanta fome que de tantas algas que comeram cresceram de repente. 
     Gostaram tanto daquele sítio que aí ficaram mais uns dias. Nesses dias cresceram assustadoramente e engordaram, quase sem darem por isso.
     Um pescador viu o tamanho deles, e abriu a boca muito surpreso.
- O que é isto?
     A lula e o polvo não se mexem de tanto que comeram.
- Áh! Vou levá-los...vou ganhar milhões com estes bichos tão grandes...de onde terão vindo? Não são da nossa costa.
      Ele pega nos dois e leva-os para casa. A mulher e a filha pequena assustam-se com o tamanho deles.
- Nunca vi nada assim! – Diz a mulher
- Eu também não! Vamos pô-los em exposição para ganharmos milhões. – Sugere o homem feliz
- Eu não quero isso! – Grita a filha assustada
- Vão ficar lá fora…! – Diz o homem
- Onde encontraste estes monstros?
- Aqui na nossa praia! – Diz o homem
- De onde vieram?
- Não sei...já me perguntei do mesmo! O que interessa é que eles estão aqui, e vão-nos tornar ricos...muito ricos.
- Espero bem que sim.
    O pescador põe os enormes moluscos no terraço e faz reclame para todos irem ver. Nesse dia recebe mesmo muitas visitas e muito dinheiro, porque era novidade e ninguém tinha visto uma coisa daquelas.
     Mas nos dias seguintes já ninguém foi ver. Alguns até pensaram que o pescador estava a exagerar só para ganhar dinheiro. A lula e o polvo conversam:
- Estou farta de estar aqui!
- Eu também!
- E estou farta de ser vista.
- Eu também.
- Já viste que pouca sorte a nossa?
- Pois foi!
- Primeiro...íamos ser pescados por aqueles monstros, e levados para o prato, depois...íamos parar à costa, a pensar que era um sítio seguro...vem este e pesca-nos. E agora, estamos aqui, sem quase nos conseguirmos mexer!
- Queria fugir daqui!
- Eu também, mas não temos saída, pois não? 
- Não!
     A mulher e a filha do pescador, com os ciúmes e zangadas por aqueles animais não lhes darem mais dinheiro, pegam em facas, garfos e tesouras e estão decididas a acabar com eles. 
    Sobem as escadas com ar de ameaçadoras. Mas a super criança estava atenta como sempre, e muito rapidamente, lançou um raio de luz sobre os dois para ficarem muito pequenos. Eles ficam realmente minúsculos, a super criança pega neles e vai pela praia.
- Óh não! – Gritam os dois assustados
- Para onde vamos agora? – Pergunta a lula
- Não se preocupem! Vão para um sítio seguro! – Garante a super criança
- Uma panela? – Pergunta o polvo
- Um tacho? – Pergunta a lula
- Um aquário? – Pergunta o polvo
- Não! Nenhum desses sítios. – Diz a criança
- Ai, que medo! – Suspira a lula
      A super criança pousa-os numa grutinha, uma rocha da praia.
- Onde estamos agora? – Pergunta o polvo
- Estão no sítio seguro! Na mesma praia de onde saíram mas protegidos.
    Estavam lá centenas de moluscos como eles os dois e aproximam-se logo deles.
- Olá! – Gritam todos
- Olá! – Respondem os dois a sorrir
- Bem-vindos! – Diz outro polvo
- Obrigada! – Respondem os dois
- Mas como vieram aqui parar tantos? – Pergunta a lula
- Fomos trazidos pela super criança. A mesma que vos trouxe! Ela é o nosso anjo da guarda.
     Todos aplaudem a super criança. A super criança ri e diz:
- Vou voltar ao trabalho! Fiquem à vontade.
- Muito obrigada! – Respondem todos
     Enquanto a lula e o polvo respiram de alívio por estarem a salvo, e na companhia de tantos iguais a eles, a mulher e a filha do pescador, que iam todas lampeiras, ficam geladas.
- Onde estão aqueles molengos? – Pergunta a filha
- Deviam estar aqui! – Responde a mãe
- O pai disse que estavam aqui, mas não estão!
- E agora?
- Para onde terão ido?
- Será que fugiram ou alguma ave os levou?
- Não sei.
- E agora?
- Agora...nada feito!
   As duas ficam muito zangadas, porque queriam mesmo acabar com aqueles bichos, mas perderam-nos. A super criança apareceu mesmo a tempo!
   As duas descem as escadas aos gritos, e na praia há festa no resguardo das lulas e dos polvos, que voltam a ter a sua liberdade e proteção.
        Tiveram mesmo sorte!

                                     FIM
                                     Lara Rocha 
                                  (29/Julho/2014) 

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