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domingo, 18 de agosto de 2013

O MISTÉRIO DAS BANANAS

Era uma vez um grupo de meninos que saiu de casa cedo, para ir brincar ao ar livre, num enorme campo perto das suas casas. Estava prometido um dia de muito calor, e antes que o dia aquecesse demais, aproveitaram a fresca.


            Todos levaram nas mochilas água fresca. Rafael, levou uma garrafinha de sumo de laranja que a Avó fez, com muito carinho, espremendo as laranjas da quinta, e pôs gelo para se manter fresco. O sumo de laranja faz muito bem à saúde, por isso, sempre que pode, o menino come-as e bebe sumo. Assim fica mais forte, contra as gripes e constipações do Inverno. E também levou uns copinhos de plástico para partilhar o sumo de laranja com os amigos.
Hugo, levou bananas para ele e para os amigos, pois não tinha pão fresco, nem bolachas…tinham acabado no dia anterior, e os pães que os pais e os avós estavam a fazer de manhã ainda não estavam prontos, e ele não podia esperar.


            Além da bebida, Filipa, Mónica, Sofia e Clara levaram um delicioso iogurte natural, feito em casa, com leite de vaca, e pão com queijo para comer mais tarde. Dora, leva um chá de limão, pão de cereais com manteiga feito em casa, e fatias de bolo de noz, que a mãe fez, para ela e para os amigos.
 




                          



           


            Enquanto brincavam felizes, e corriam de um lado para o outro, passa por lá uma formiga, à procura de comida.


            Cantarolava e cheirava tudo, para se esquecer que estava quase fraca com a fome, mas quase não tinha força para andar, por isso, ao contrário das outras formigas que andam muito depressa, esta andava muito devagar.

Em cima de uma árvore, estava um macaco brincalhão, com a sua mãe, a tomar o pequeno-almoço: bananas que o seu pai foi buscar.

 



            De repente, a pobre formiga cai no solo com a fraqueza. O macaquinho ficou muito aflito, e desce a correr da árvore, aos guinchos para pedir ajuda. Segura na formiga, levanta-lhe as patas, e abana-a. Chama por ela, mas ela não responde. A macaca mãe, abre um coco e deita o sumo na boca da formiga. A formiga abre os olhos, os macacos sorriem-lhe.
- O que aconteceu – Pergunta a formiguinha, fraca.
- Tu ias a andar, e caíste…! – Diz a macaca.
- Tu é que deves dizer o que aconteceu…nós só te vimos cair…! – Acrescenta o macaquinho.
- Estou cheia de fome! Vim à procura de comida, mas até agora não encontrei nada! – Explica a formiga.
- Áh! Então caíste de fraqueza…de fome! – Pergunta a macaca mãe.
- Sim! – Responde a formiga.
- E porque não comeste antes? Não se deve sair de casa, de manhã, sem comer! – Pergunta e explica o macaquinho.
- Sim, eu sei…eu costumo comer. Mas a nossa terra ardeu ontem, e não temos nada para comer naquele sítio…! Só pó preto, e fumo…! Não sobrou nada. – Diz a formiguinha.
- Óh, que tristeza…que horror…como é possível? – Pergunta a macaca, triste.
- Então era o cheiro a queimado, que sentíamos muito perto, e as nuvens escuras que víamos por trás das árvores…ficamos todos muito assustados! – Diz o macaquinho.
- Sim, devia ser…! Também não sei como conseguem fazer isso. Bem, vou continuar a minha procura de comida…por aqui há, não há? – Responde e pergunta a formiguinha.
- Sim! – Respondem os dois macacos.
- Espera…come e bebe aqui connosco, alguma coisa. – Diz a macaca.
- Não se preocupem…não quero dar trabalho…já estou melhor, com esse sumo que me deram. – Diz a formiga.
- Não dás trabalho nenhum…não te vamos deixar sair daqui enquanto não comeres. – Diz a macaca.
- Pronto, está bem! – Diz a formiguinha.
            A macaca e o macaquinho ajudam a formiga a procurar comida. Apanham muitas folhas, muitas migalhas, muitas frutas que caíram e outras coisas que encontram. Outros macacos ajudam a carregar e a levar para os formigueiros, pois estão todos com fome.
Todos agradecem, e partilham, comem com vontade, e bebem. Já com mais força, as formigas voltam a procurar comida, no mesmo sítio, e…Óóóhhh…que surpresa… umas bananinhas à vista…Huummm…que bom…já havia comida para todo o formigueiro, bastante tempo. Eram as bananas do Hugo, que estavam fora do saco. Os meninos estão a comer o que levaram e a beber, mas sobraram duas bananas…eram as que a formiguinha tinha acabado de ver.
- Olhem…duas coisas boas ali…! – Diz a formiguinha.
- Boa! Vamos…! Ao ataque…! – Gritam as outras formigas.
- Esperem…estão loucas…? Querem ser esborrachadas? – Pergunta a formiguinha.
- Não! – Dizem as outras em coro.
- Então…temos de esperar que eles se distraiam… para lhes tirarmos as bananas sem eles verem. – Explica a formiguinha.
- Achas que eles não vão reparar? – Pergunta outra formiguinha.
- Não! – Garante a formiguinha.
- Huummm…já estou com água na boca, só de olhar para ela daqui! – Suspira outra formiguinha.
- E este cheirinho…Huummm… - Acrescenta outra formiguinha, ansiosa por comer aquele petisco.
- Xiu! Silêncio…! – Ordena a formiguinha.
            E todas ficam em silêncio, a observar atentamente os meninos. E quando eles se levantam, para voltarem a brincar…as formiguinhas, dividem-se em dois grupos, e rapidamente correm para as bananas. Todas pegam por baixo, e muito coordenadas, ao mesmo tempo, levam as bananas, sem tropeçarem umas nas outras, e sem baterem contra outras coisas.



                                      


Pelo caminho, os macacos vêem-nas, e começam a guinchar, a saltar…elas correm para o formigueiro, mesmo a tempo! Quase eram apanhadas pelos macacos. Os macacos vão atrás delas, para ver se recuperam as bananas, mas estas já estão bem escondidas nos seus armazéns. Os macacos espreitam, mas só vêem formigas. Um deles bate à porta do formigueiro.
- Quem é? – Pergunta uma formiga.
- É o macaco.
- O que queres?
- Xiu…não lhes digas que temos as bananas aqui. – Recomenda outra formiga, baixinho.
- O que queres, macaco? – Pergunta a formiga saindo.
- Quero as bananas que trouxeste para aqui…! – Ordena o macaco.
- Bananas? Não sei de bananas nenhumas…! Não entraram para aqui…bananas…! – Garante a formiga.
- Eu vi…! – Garante o macaco.
            Os dois começam a discutir, e a tentar dar a volta um ao outro…a formiga tenta fazer com que o macaco desista das bananas, mas ele é teimoso, e tenta convencer a formiga a dar-lhe as bananas.
Nada do que o macaco diz, convence a formiga a dar-lhe as bananas. A formiga nega, e jura a patas juntas que as bananas não estão lá…que elas são tão fracas, que não podem com bananas às costas…mas o macaco conhece-as bem…é muito esperto…não vai na conversa!
Os meninos arrumam os lanches, e as mochilas na hora em que o calor começa a apertar.
- Onde estão as duas bananas que tinham sobrado? – Pergunta o Hugo.
- Não sei…! – Respondem os outros em coro.
- Tu tinhas deixado fora do saco? – Pergunta Filipa.
- Sim…! – Responde Hugo.
- Achas que alguém as veio buscar? – Pergunta Dora.
- Quem…? – Pergunta Hugo.
- Só estamos aqui nós, e todos estivemos a jogar. – Diz Mónica.
- Vamos procurá-las…não vão ficar aqui a apodrecer…! – Diz o Hugo.
            Todos os meninos procuram, até que encontram o macaco à porta do formigueiro, a discutir com a formiga.
- O que se passa? – Pergunta Hugo.
- Nada! – Dizem os dois a sorrir.
- Então porque estão a discutir…? – Pergunta Sofia.
- Nunca vi uma formiga e um macaco a discutir… - Diz Clara.
- Por acaso viram duas bananas? – Pergunta Rafael
- Eu vi muitas, na minha área. – Responde o macaco.
- Eu não vi…- Responde a formiga, comprometida.
- Estás a mentir…sua falsa…és tu que tens as bananas deles. – Responde o macaco.
- Ai, então viram as bananas…! – Diz Hugo.
- Não…! – Respondem os dois com ar de anjinhos inocentes.
- Eram outras bananas… - Diz a formiga envergonhada.
- Como é que sabes que eram outras bananas? – Pergunta Sofia.
- Elas não têm nomes… - Diz Rafael.
- Ela apanhou-as. – Confessa o macaco.
- Tu viste? – Pergunta Mónica.
- Sim! Eu vi…ela e as outras…agarraram nas tuas bananas, e trouxeram-nas para aqui…- Conta o macaco.
- Não eram as tuas. – Tenta a formiga.
- Eram sim…eu vi-vos vir daquele sítio. – Diz o macaco.
- Havia muitas mais bananas… - Diz a formiga.
- Sim, na minha área, mas as que tu roubaste…eram doutra área…eu vi…! Eram do sítio onde estavam os meninos. – Diz o macaco.
- Ai…que mau… - Diz a formiga.
- Vá…confessa lá! – Provoca o macaco.
- Estás a fazer isso, só porque não conseguiste apanhar as bananas, não é, seu malvado? – Ralha a formiga.
- Eu…não! Não adianta continuares a mentir, porque eles já descobriram que as bananas desaparecidas estão aqui, e foste tu e as tuas amigas que as trouxeram. Eu sou testemunha. – Diz o macaco…
- Foste tu, formiga? – Perguntam os meninos.
- Ai…! Prometem que não me esmagam? – Pergunta a formiga envergonhada.
- Sim…! – Respondem os meninos.
- Está bem…fomos nós que trouxemos as bananas…mas não queríamos roubar…é que pensávamos que estavam abandonadas…e nós…estávamos cheias de fome…é que ontem houve um incêndio na nossa área e ficamos sem comer…desapareceu tudo…! Viemos à procura…e tudo o que pudemos trazer…trazemos, porque não sabemos quando teremos outros petiscos...se continuam a destruir os sítios onde estamos, temos de ter reservas…e para o Inverno…!  Já mudamos de sítio muitas vezes, esta semana…! Por causa de incêndios. – Explica a formiga.
            Os meninos ficam com pena das formigas, e o macaco confirma:
- Sim, pois é…é verdade…à bocado uma formiga caiu na nossa área com a fome, e eu e a minha mãe demos-lhe de comer e beber…depois ajudamo-la a encontrar comida. – Conta o macaco.
- Desculpa…não foi por mal…se quiseres nós devolvemos-te as bananas…! – Diz a formiga.
- Fica uma para os meninos, e outra para nós, macacos. – Sugere o macaco.
- É justo! – Diz o Hugo.
- Mas e vocês, ficam sem comer banana? – Pergunta a formiga.
- Não faz mal! – Respondem os meninos.
- Nós já comemos uma, e temos mais…- Explica o Hugo.
- Só queríamos saber o que lhes tinha acontecido, porque tinham desaparecido…- Diz Rafael.
- Pois! – Dizem os meninos.
- Ai, que vergonha…Roubar é muito feio. - Diz a formiga.
- Sim, mas tu não roubaste…já disseste que pensaste que estavam abandonadas…! Nós se calhar, se víssemos bananas abandonadas também as levávamos para não se estragarem! – Diz Hugo a sorrir.
- Claro! – Respondem os outros meninos.
- Bom proveito! – Diz Hugo, a sorrir…
- Mas partilhem…é bonito, e até a banana vos vai saber melhor! – Diz Clara.
- Também querem? – Pergunta a formiga.
- Não, obrigada. - Respondem os meninos.
            Chega o Gorila, pai do macaco, com troncos de bananas apetitosas atrás das costas. Aproxima-se do grupo.


- Muito bem, meninos, e formiga…É muito bonito esse vosso gesto bondoso de partilha...mas não precisam…Há aqui bananas para todos! Convida os teus familiares, formiga!
Todos fazem uma grande festa com o que sobrou dos meninos, e as bananas. Afinal nenhum ficou com a banana. Todos comeram outras bananas.


FIM
Lálá
(18/Agosto/2013)



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