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domingo, 11 de agosto de 2013

AS ESTÁTUAS DE ALGODÃO

    



     Há umas fadas que vivem nas nuvens e adoram brincar com elas, construir lindas e perfeitas obras de arte e divertir-se. Como as nuvens são muito leves, as fadas moldam-nas muito facilmente.
            Um dia, de muitas nuvens, uma menina assistiu da varanda de sua casa, à construção de estátuas feitas de nuvens, aprecia e imagina o que estão ou vão fazer, e quem são.
- Um cão sentado numa alcofa! Que giro! Deve ser primo dos meus cães. Ali...está um coelho quase a comer uma cenoura! Até já tem a boca aberta...e a cenoura está quase a entrar na sua boca.
            A menina vê uma série de nuvens pequeninas seguidas, em fila, e uma grande.
- Vai ali um rebanho de ovelhas pequeninas atrás da mãe! (grita) Vão para casa? Boa viagem! Devem viver numa enorme quinta, com lavradores. Mas estas não têm o pastor! Onde está o pastor? (procura) Áááááhhh...não está! Se calhar elas já sabem o caminho de cor ou...não...não se estão a mexer...devem estar à espera do lavrador, ou talvez estejam a aquecer-se...sim, está muito frio! Mas elas com aquela lã toda não devem ter frio! (grita) Cuidado com os lobos! Áh! O cão vai ali ao lado...é enorme. Acho que é um Serra da Estrela! Deve ser o cão que as vai levar para casa...ou...está só a tomar conta delas? Que pena não me responderem!
            Noutro sítio vê umas nuvens mais pequeninas, redondinhas e achatadas e parece que estão encaixadas umas nas outras.
- Parecem umas naves espaciais, umas bolhas de astronautas, e planetas...! Tantos! Mas os planetas não se vêem assim...nem de dia. As naves espaciais também não se vêem. Ou estas são diferentes? Se calhar estão a vigiar o espaço.
Noutro lado, aparece um molho de nuvens todas juntas, que parecem uma só, com outra estreita e comprida que passa pelo meio.
- Ui, esta parece um furacão, ou...uma espada espetada numa almofada. Deve ser para ordenar algum príncipe, e o rei vai dar com a espada nos seus ombros, e na sua cabeça. (ri, e grita) Ei...não se esqueçam de me convidar!
            Mais á frente dessas nuvens, a menina vê outra com formato de animal:
- Está ali o cavalo do príncipe...não...não é um cavalo, é mais um pónei porque é pequenino e achatado. Tem as patas da frente, como se fosse a andar, e a crina...ali em cima...a cauda...sim é isso mesmo! Deve ser o pónei do príncipe. E ali está...um animador da festa...aquela nuvem parece mesmo um cantor com óculos de sol! E aquela...uma bailarina! Que gira! E ali...está uma bateria...um microfone...um rádio...uma...pandeireta, um banco, uma televisão, uma câmara de filmar...uma máquina fotográfica...ei...tantas! Está ali uma que parece...um balão...e outra que parece um E.T. Ali...uns óculos de sol...e...uma flor. Um pássaro...um avião, a Lua...?!Não...a Lua não aparece de dia...então...deve ser...um baloiço, ou uma fatia de bolo...não, aquela parece uma banana. Esta, parece uma cadeira de baloiço (ri) Aquela parece uma senhora bem velhinha, uma Avó! Ali está uma panela, uma casa, que deve ser a dos pastores das ovelhas e do cão, uma casota que deve ser a do cão...umas montanhas pequeninas e umas montanhas grandes...
            A menina continua a apreciar as formas das nuvens de algodão, imagina 1001 formas diferentes, divertida. De repente, aparece uma nuvem enorme, assustadora, muito espessa e muito escura. Dessa nuvem sai um trovão enorme, muito forte, com um raio que dá uma luz muito forte e faz um desenho no céu...parecem raízes. A menina estremece assustada, fica estarrecida e grita:
- Óh não...chegou uma bruxa que vai devorar estas estátuas todas de algodão! Atenção, fadas que vivem nas nuvens...guardem as estátuas rápido, e fujam!
            A Avó da menina, que estava a preparar um lanche apetitoso, grita da cozinha, também assustada:
- Filha, anda para dentro lanchar!
- Avó, está ali uma bruxa má que vai destruir todas as estátuas e eu estou a ver se as fadas das nuvens conseguem guardá-las a tempo! – Diz a menina.
            A Avó vai ter com ela:
- Que bruxa? Onde?
- Aquela bruxa ali...olha...até solta raios...já desapareceram muitas estátuas de nuvens que as fadas tinham feito!
- Áááááhhh...pois está a trovejar...e vai cair um valente pé de água! Claro que conseguem guardar tudo a tempo! Elas são muito poderosas e devem receber muitas vezes a visita dessa bruxa nesta altura do ano, por isso...quando a vêem ao longe, fogem logo com as peças. – Explica a Avó.
- Porque é que ela é tão má Avó?
- Deve ter inveja das Fadas, e do trabalho delas, como não sabe fazer coisas tão bonitas, destrói.
- Pois, deve ser!
- Infelizmente há pessoas assim, não há Avó?
- Sim, querida, infelizmente há!
- Porquê?
- Porque...porque...olha, porque só têm maldade dentro delas!
- Não são felizes, pois não, Avó?
- Duvido que sejam! Elas fazem maldades para ver se conseguem ser felizes, com a desgraça dos outros, mas olha...duvido que consigam! Não conseguem ser felizes, nem conseguem ver os outros felizes, por isso tentam destruir o que os outros têm de bom e elas não têm!
- Estes adultos são mesmo horríveis.
- Há gente boa! Felizmente!
- Sim, eu e tu! Somos felizes e não precisamos de fazer maldades aos outros, não é Avó?
- Claro que sim, filha. 
            A menina levanta-se e as duas entram. Já fechadas, começam a cair as primeiras pingas grossas de chuva. Na cozinha, a menina começa a comer e continua o assunto com a Avó.
- Avó, tu também já viste as obras que as fadas das nuvens fazem com o algodão?
- Sim, vejo sempre! São umas verdadeiras artistas. – Diz a Avó a sorrir.
- Óh Avó, e tu conheces as fadas das nuvens?
- Conheço.
- E já as viste alguma vez?
- Não, elas são muito pequeninas e estão muito longe...mas se calhar na tua idade vi-as muitas vezes! – Diz a Avó a sorrir. – Mas sei que elas existem! – Garante a Avó.
- Sim, pois existem! Para fazerem umas obras tão bonitas como as que vi, só podem ser feitas por seres tão bonitos e tão especiais como elas. – Diz a menina.
- É verdade! – Concorda a Avó.
- Óh Avó...sabes o que é que eu gostava?
- O quê?
- Eu queria construir estátuas de algodão! E tão bonitas como as delas! Mas eu não posso ir para as nuvens e fazer como elas. – Suspira a menina.
- Pois não! Não podes ir para as nuvens como elas, mas como está a chover, podemos construir estátuas de algodão, tão bonitas como as delas, e podemos criar outras! – Sugere a Avó.
- Boa Avó! – Responde a menina sorridente e eufórica. – Mas...como?
- Temos aí muito algodão...cola...e inventamos as nossas estátuas de algodão! – Explica a Avó.
- Boa! Sim, Avó...és o máximo! Vamos construir todas as lindas estátuas que nos vieram à cabeça...
            Durante o lanche, a menina conta à Avó todas as estátuas que viu nas nuvens. A Avó ouve e sorri. No fim do lanche, a Avó pega em pacotes de algodão, cola, tintas, tesouras, e as duas divertem-se a construir estátuas de algodão, criam várias figuras, de diferentes tamanhos e formas, pintam o algodão, e inventam histórias relacionadas com as estátuas. Enquanto elas estão nesta diversão, lá fora chove torrencialmente, e troveja fortemente. Põem as peças a secar e vão jantar. As fadas das nuvens espreitam pela janela e aplaudem, sobrevoam pelas estátuas para ficarem ainda mais bonitas e secas mais rapidamente. No dia seguinte a menina brinca feliz com as estátuas de algodão, com a Avó e com as Fadas das Nuvens que também dão vida às estátuas, pondo-as a mexer, e a falar. As duas inventam diálogos muito divertidas.


FIM
Lálá
(29/Julho/2013)


Actividade:
            E vocês meninos e graúdos?
Alguma vez olharam para as nuvens? Também viam e vêem formas, figuras, personagens, animais...ou estátuas de algodão? Quais?
Experimentem olhar para as nuvens...descrevam o que vêem nelas (que imagens vêem)
Gostavam de tocar nas nuvens, e construir estátuas com elas? Quais fariam?
Experimentem fazer estátuas em algodão, e imaginem que estão a tocar nas nuvens. Descrevam a experiência...o que fizeram com elas, como as sentiram? Que material usaram para construir as estátuas em algodão?
Podem oferecer à natureza, flores ou palavras bonitas sobre ela, ou a palavra «obrigada» e imagens da natureza…e principalmente, o melhor agradecimento que lhe podem dar…é protege-la, trata-la bem, com carinho e respeito, sem a destruir e sem a poluir.



FIM
Lálá

(31/Julho/2013) 

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