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domingo, 11 de agosto de 2013

A MUDANÇA

Era uma vez uma jovem que se chamava Tânia. Vivia numa cidade enorme, muito poluída, onde estava muitas vezes céu nublado, cinzento, frio e chuva.
            Tânia não gostava muito de viver com tanta chuva, mas tinha de ser, pois os pais tinham-se mudado para essa cidade, para ficar mais perto do local de trabalho. Ela adorava sol, e tinha muitas saudades de o ver, de sentir o seu calor, assim como adorava flores.
            Quando se mudou, levou muitas sementes de flores diferentes que se davam bem no frio, mas as que gostavam de sol, como os girassóis, estavam ainda muito pequenos e murchos, porque poucas vezes havia sol.
- Óhhhh…tenho tantas saudades de sol…e vocês também, não é meus queridos?! Sim, eu sei! Podíamos mudar de sítio…para um, onde houvesse muito sol…! Assim vocês cresceriam muito mais! – Dizia Tânia, muitas vezes, às suas flores.
            Poucos dias depois, Tânia fica muito feliz com uma notícia que os pais lhe deram:
- Filha, vamos fazer as malas…temos de mudar outra vez de sítio…! – Informa a Mãe.
- Óh! Outra vez? – Suspira Tânia chateada.
- O nosso trabalho assim o exige…é para nosso bem! – Diz o pai.
- Que chatice…andar sempre de um lado para o outro…e vamos sempre para chuva! Estou farta deste céu escuro…deste frio todos os dias, de tanta chuva…As minhas flores nem crescem! Olhem para os girassóis…minúsculos e murchos. – Resmunga Tânia.
- Eu sei, filha! Tens razão, e nós também não gostamos de tanta chuva, tanto frio, tanto céu cinzento…mas temos de aguentar…precisamos de dinheiro, para voltar para a nossa aldeia onde há sol que baste! – Diz a mãe.
- Tenho tantas saudades da aldeia! Lá, até da chuva e do frio, gosto! – Diz a Tânia.
- Eu também filha! – Diz a mãe.
- Pára de reclamar, rapariga! Nada se faz sem sacrifício…nada é recebido de volta sem trabalho, sem dedicação. – Resmunga o pai.
- Melhores dias virão! – Diz a mãe.
- E para onde vamos agora? Para outro sítio sem sol? – Pergunta a Tânia.
- Não…este parece que tem bastante sol…pelo menos…onde está localizado, e é campo! – Responde a mãe sorridente.
- A sério? Boa…finalmente! Espero bem que sim…posso levar as minhas flores, não posso? – Pergunta Tânia a medo.
- Sim, claro que sim! – Fiz a mãe a sorrir.
            A Tânia festeja com saltos e risos. A mãe ri-se, mas o pai avisa zangado:
- A preocupação dela é o raio das flores…para que queres as flores?  Vai lá fazer as malas, que rapidamente temos de sair daqui. – Resmunga o pai.
- Para ficar feliz, e para olhar para elas…para me lembrar da nossa origem…um sítio que faz parte de mim…e que adoro! – Explica Tânia.
- Deixa-te de lamechices…e saudosismos…- Resmunga o pai.
- Eu sinto o mesmo… - Acrescenta a mãe.
- Despachem-se, mas é! Não sei se vão ter espaço para tanta flor. – Murmura o pai.
- Claro que vamos ter! – Respondem as duas em coro.
- Fica descansado que não vão em cima de ti. – Resmunga a mãe.
            Fazem as malas, e vão metendo na caravana. As flores são as últimas a entrar. Depois de uma viagem mais ou menos longa, para a nova casa, Tânia fica com um sorriso de orelha a orelha, ao ver que estavam num sítio com um lindo céu azul, sem nenhuma nuvem, uma temperatura muito agradável, e um sol brilhante, com campos enormes à frente, e à volta da casa grande. Também havia animais da quinta: cavalos, póneis, ovelhas, vacas, porcos, galinhas, patos e cães.
            Tânia salta de alegria. Dois casais muito simpáticos das casas ao lado oferecem-se logo e ajudam a descarregar as coisas, numa conversa muito animada. Há mais crianças que também se dão logo à confiança e conversam com a Tânia.
            Acomodam as coisas, e logo que fica livre, Tânia vai pôr os vasinhos das flores ao sol, mas por conselho dos outros meninos, ela tira-os dos vasos e planta-os no campo, num canteiro que estava livre. Os meninos ajudam e plantam carinhosa e delicadamente, enquanto as crianças vão brincar, alimentar os animais, e andar a cavalo, os girassóis ganham vida, ficam com umas cores mais fortes, e mais bonitas, e rodam alegremente em todas as direcções.
- Áááááhhh…! – Suspiram todos os girassóis.
- Que maravilha! – Suspira um girassol.
- Mas que sítio é este? – Pergunta outro girassol.
- É muito diferente de onde estávamos. – Responde outro girassol.
- Sim! Aqui há…sol com fartura…! - Repara outro girassol.
- E olhem só o espaço que temos para as nossas raízes! – Repara outro girassol.
- Saímos dos vasos apertados! – Suspira de alívio outro girassol.
- Aqui sim…é um sítio para nós. – Repara outro girassol.
- Já estava farto daquela janela. – Repara outro girassol.
- Eu também. – Respondem em coro.
- E daquele espaço fechado…apertado…! – Repara outro girassol.
- Eu também! – Respondem em coro.
- E daquela água toda nas janelas.
- Aquela escuridão sempre diante de nós.
- Que horror.- Suspiram todos.
- Acho que me sinto muito mais novo! – Comenta outro girassol.
- Eu também! – Respondem em coro.
- Óh, que sol fantástico! Até me apetece correr por aqui fora! – Desabafa outro girassol.
- A mim também. – Respondem em coro.
- Eu sinto-me tão feliz…só me apetece rir e saltar… - diz outro girassol.
- Eu também! – Respondem em coro.
- Aqui vamos ganhar saúde, crescer, e dar grandes! – Acrescenta outro girassol.
- Sim! – Gritam em coro.
            E eles tinham razão. Saboreiam o sol, agradecem ao sol, dançam ao sabor da aragem, suavemente, felizes, mexem-se cheios de energia e alegria, cantam juntos, e ganham uma nova vida.
            Nos dias seguintes, a Tânia e os meninos, cuidam deles e ficam encantados com as suas cores…regam-nos, acariciam-nos, e cuidam do resto dos animais e do campo.
Com o sol, os girassóis crescem, dá gosto ver aquele pedacinho de campo, com cores tão bonitas…e neles pousam as borboletas…cada qual a mais bonita, todas diferentes, mas lindas, e as abelhas para lhes tirar o pólen. As suas folhas tornam-se muito verdes, e servem de abrigo, e de sítio de diversão, para alguns caracóis. Os girassóis permitem isso tudo, e criam novas amizades.
Tânia está muito mais feliz, porque tem céu azul e sol a maior parte do tempo, brinca todo o dia ao ar livre, corre e salta pelos campos alegremente com os outros meninos atrás dos animais, brincam com a terra, andam descalços, ajudam os pais, e cuidam das flores e dos animais. O pai carrancudo está mais simpático e os vizinhos são óptimas pessoas, convivem, fazem festas, ajudam-se…e a comida é muito mais saudável.
A vida do campo e as brincadeiras ao ar livre…os pés e as mãos na terra…o contacto com os animais e com as flores…é muito saudável, o sol traz grande alegria, vida, e faz crescer as plantas.
Por tudo isto, Tânia e os meninos agradeciam às estrelas e ao sol todas estas coisas boas, que tinham todos os dias. As próprias flores e legumes agradeciam à mãe natureza, ao sol e aos meninos. Tudo na natureza faz falta para os seres vivos, é por isso que devemos respeitar e tratar bem a natureza e agradecer-lhe tudo de bom, e tudo de bonito que ela nos dá!

E vocês agradecem? Se não o fazem…podem e devem começar a fazê-lo, porque as coisas tratadas com carinho, cuidado e dedicação são muito mais especiais, muito mais bonitas.
Há mil e uma coisas que devemos agradecer todos os dias, ou de vez em quando, porque há coisas que realmente são verdadeiros….presentes da natureza…assim agradecemos a quem nos dá prendas, também podemos, e devemos agradecer à Natureza os presentes que ela nos dá, e trata-la bem, com respeito!
Apreciar tudo o que ela tem de bonito, bom e mesmo algumas que não são tão bonitas ou agradáveis para nós, pessoas, mas são muito importantes para a Natureza e para nós que vivemos dela.
A natureza merece ser bem tratada. Agradeçam também ao sol e às nuvens, à chuva, ao vento, ao frio, ao calor, à trovoada, à geada, à neve, aos rios, ao mar…!
Podem até oferecer-lhe algumas coisas, como desenhos de pedacinhos dela, flores ou palavras bonitas sobre ela, ou a palavra «obrigada» e imagens da natureza…e principalmente, o melhor agradecimento que lhe podem dar…é protege-la, trata-la bem, com carinho e respeito, sem a destruir e sem a poluir.

FIM
Lálá

(31/Julho/2013) 

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