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terça-feira, 11 de maio de 2021

Os poderes do Lobo de pelo dourado

      



  Era uma vez um lobinho muito bonito, que nasceu com o pelo demasiado branco, os olhos de um azul muito clarinho, diferente dos outros. Chamaram-lhe floco. No início todos os adultos o olhavam de canto, desconfiados, nunca tinham visto um dos seus com aquela cor de pelo, mesmo assim, para não deixarem os pais tristes diziam que era um lobinho encantador. Os pequeninos não queriam saber qual a cor do pelo, queriam e adoravam brincar com ele. 

        Os seus pais pensaram que ele ia ser albino, mesmo assim iriam amá-lo, e tratavam muito bem dele. À medida que foi crescendo, o seu pelo branco foi ganhando umas rajadas douradas, que brilhavam de dia, e cintilavam de noite, como as estrelas. Ficaram todos muito assustados, e levaram-no a um sábio lobo, com muita idade, mas muito bem de saúde, cheio de conhecimentos. 

        Mal olhou para o lobito, pressentiu que ele ia ser especial, descansou os pais, dizendo que não tinha nenhum problema, talvez já outros antepassados teriam passado pelo mesmo, podia ficar assim, ou ficar totalmente coberto daquela cor e não tinha qualquer problema. Não revelou a outra parte, que o ia tornar diferente, mas ele sabia-o! 

        O lobo cresceu, e o seu pelo ficou todo dourado, cintilante, como era bonito! E parecia pressentir que havia lobos em perigo: aparecia pouco antes dos perigos acontecerem, e estava lá para salvar todos os que precisavam! 

        Quando os pequenos e grandes não sabiam da existência de armadilhas escondidas, o lobo farejava ou parecia receber sinais de alarme e como quem não quer a coisa, desviava o caminho para os livrar do perigo. 

        Abocanhava os pequenitos com carinho, pelo lombo, sempre se aproximavam do rio com água a correr com muita força, e entretinha-os na margem, explicando-lhes que não podiam estar ali, assim tão pequenos, era muito perigoso, pela água, e pelos ursos que iam lá pescar. 

       Pressentia quando as lobas iam ter bebés, mesmo antes das próprias saberem, cheirando-as na barriga, e esfregando-se centenas de vezes, perto delas, comportando-se como um lobinho bebé, a tentar comunicar-lhes que vinha mais um a caminho, e rondava-as sempre atento para que nada de mal lhes fizessem, perguntava sempre se precisavam de alguma coisa. 

        Quando os bebés nasciam, ele passeava-os e adormecia-os, acalmava-lhes as cólicas, brincava com eles, e protegia-os. Era padrinho de todos os pequenos, pela sua generosidade, cuidado e proteção. Acompanhava os lobos mais velhos, mais lentos, conversava longamente com eles, ria, e aprendia muito, como ele próprio dizia. 

        Sentia a aproximação de predadores, incluindo humanos que lhes queriam fazer mal, e mandava-os recolher, por isso nem sequer as sombras deles viam. À noite, o seu pelo era tão luminoso e cintilante que iluminava uma boa parte do chão por onde passava, e nunca passeava sozinho, porque uma alcateia inteira passeava com ele, sabiam que estavam em segurança. 

        Era quase uma lanterna! Brincava com todos, acompanhava todos, ajudava todos, protegia todos, faziam bailes à luz da Lua Cheia que ficava ainda mais misterioso e bonito com o brilho do seu pelo, ao dançar maravilhosamente bem. Uivava como, e com os grandes. 

        Pressentia quando se aproximavam tempestades umas horas antes, prevenia os outros que ia acontecer, por isso, deveriam fazer tudo o que precisassem até àquele tempo e ajudava-os. Era o orgulho dos pais e de todos, um floco branco que passou a ser dourado e era tão especial, cheio de poderes.

                                                                    FIM 

                                                                    Lara Rocha   

                                                                    11/Maio/2021

    

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