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terça-feira, 18 de maio de 2021

A menina que sonhou que era chuva

 


       Era uma vez uma menina que estava aborrecida, por ter de ficar dentro de casa.      

Chovia muito, e ela não gostava nada de ficar em casa. 

A sua Avó, com quem ficava até a mãe e o pai regressarem do trabalho, ensinou-lhe uma maneira de ela se sentir mais feliz, mesmo em dias de chuvas.

         Convidou-a a olhar para a janela e ver as cores das nuvens. Umas com formatos engraçados, pareciam animais, outras monstros, uma fazia lembrar um dragão, outra uma ovelha de lã cor de laranja. 

         Viu nuvens cor de rosa, roxas e azuis escuras, com uns raios de sol que as atravessavam. Os raios de sol esconderam-se, e as formas das nuvens juntaram-se numa imensa manta escura.

        Começa a chover, e a avó convidou a neta a apreciar a variedade e intensidade das gotas a cair. 

        Começaram a cair umas gotinhas pequeninas, fininhas, que pareciam brilhantes a cobrir os passeios, e reparou que haviam tracinhos de água no vidro.

       A Avó abriu a porta onde estavam protegidas da chuva para ouvir os sons. As primeiras gotinhas quase não se ouviram, mas rapidamente começou a carregar, juntamente com o aumento da intensidade do vento, que abanava as folhas. As gostas tornaram-se mais pesadas, mais grossas, maiores, até se transformarem em saraiva.

       O barulho da chuva a cair pareciam pedras, era granizo, o vento estava fortíssimo, tiveram de fechar a porta e foram ver chover para a janela, que estava cheia de gotas enormes, com bolas de granizo à mistura, e um barulho muito forte.

      A avó relembrou tudo o que tinha acabado de ver, convidou-a a ver como era mágico as gostas caírem das nuvens tão escuras, primeiro levezinhas, quase sem se ouvirem, sem se verem, e de repente, com o vento a assobiar, as gotas transformaram-se em granizo, pesadas, barulhentas.

       A menina estava assustada, mas quando viu que a Avó estava a adorar aquele espetáculo, sentiu-se segura, e deixou-se levar pelo som da chuva, do vento, do granizo, deitou-se num pequenino sofá onde gostava muito de estar sentada a apanhar sol, e adormeceu.

      Sonhou que uma fada saiu de um raio de sol, e transformou-a numa gota de chuva. Foram as duas passear, pelas nuvens, e desceram,  levadas pelo vento. Chegaram ao solo, descendo pelo raio de sol entre as nuvens, até ao passeio.

      Primeiro, uma gotinha levezinha como se fosse um brilhante, a fada disse que ela estava muito bonita, parecia uma pedrinha preciosa, caída das asas de uma borboleta. 

      Depois, sentiu o vento, e tornou-se mais pesada, caminhou pelo passeio, e por onde passava deixava o rasto de muitas outras gotas de chuva caídas das nuvens.

      Essas gotas que ficavam para trás, amontoavam-se, e brilhavam. Mais à frente sentiram o vento forte, a menina ouviu outra vez no seu sonho, o barulho do vento forte, e da chuva a carregar, até que se transformou numa pedra de granizo, pesada, quase não conseguia andar pelos passeios.

      Não gostou nada dessa parte, por isso acordou, e olhou para a janela, ainda estava a chover muito pesado, o céu estava cheio de nuvens e o barulho do vento era assustador.             Contou à Avó o seu sonho, e as duas riram, mas concordaram que eram sons muito bonitos, agradáveis, diferentes.

      E vocês, se sonhassem que eram chuva, seriam gotinhas levezinhas, mais pesadas ou pedras de granizo? Ouviriam o som do vento? Como desciam das nuvens para a a terra?

                                Fim 

                           Lara Rocha 

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