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segunda-feira, 4 de maio de 2015

PRESENTES DE MAIO


        Era uma vez uma aldeia onde viviam poucas pessoas em moinhos abandonados que foram transformados em casas. Eram quase todos familiares, e davam-se muito bem. A aldeia vivia do comércio dos produtos que a terra produzia, e de visitas de estudo.
        Na aldeia o clima variava muito…tanto estava frio de manhã e calor de tarde, ou calor ou frio todo o dia, outras vezes calor de dia e frio à noite. Chuva, sol, nevoeiro e vento no mesmo dia, mas os habitantes já estavam habituados e gostavam. Devia ser por isso que os produtos eram tão deliciosos e frescos.
        Gostavam muito de viver aqui, e o seu dia-a-dia era como o de toda a gente da cidade: os adultos iam trabalhar para a cidade, as crianças para os colégios e escolas da cidade, quando precisavam de médico iam à cidade, e fazer algumas compras de coisas que não havia na aldeia e voltavam ao fim-da-tarde. Na aldeia só ficavam os habitantes que trabalhavam na terra.
        Mas esta aldeia tinha acontecimentos que eram só deles…festas e tradições próprias que não havia em mais lado nenhum, e também recebiam uns pequenos presentes da Natureza que todos recebemos em Maio! Os campos oferecem flores para fazer as coroas com Maios, tempestades e cerejas.
        No final do mês de Abril, os seus habitantes já se previnem…apanham as toneladas de cerejas que produzem, e tapam com plásticos próprios, as cerejeiras onde ainda não há cerejas, ou ainda estão a crescer.
        Mas as tempestades, aqui são mais fortes…muito assustadoras, e geralmente chegam sem aviso, duram horas e às vezes dias. Um dia que começa com um belo sol quente, passado algum tempo, é interrompido por trovões estrondosos, que até fazem tremer o chão e as janelas das casas, raios que riscam as nuvens escuras, e parece que caem no chão.
        A trovoada não vem sozinha…o vento acompanha-a, e é tão forte que parece aspirar tudo à sua volta, faz redemoinho, e chega a deitar árvores abaixo, a arrancar plantas da terra, e raízes ou até telhados.
        O ramalhete da tempestade, não ficava completo se não houvesse a chuva que traz consigo a saraiva, muito pesada e tocada a vento, faz muito barulho…parecem pedras a cair.
        Ao fim-de-semana e à noite quando podem, juntam-se nas casas uns dos outros, à lareira a conversar e a conviver alegremente, comem cerejas e fazem bolos, compotas, sabonetes e cremes caseiros e velas com cheiro a cereja.
        Em Maio comem-se as cerejas ao borralho.

                                       FIM
                                       Lálá
                                   (2/Maio/2015)


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