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segunda-feira, 4 de maio de 2015

A CESTA DAS CEREJAS



   Era uma vez uma casa pequenina de pedra, pintada de branco com cerejas, muito bonita, construída entre umas cerejeiras muito grandes, de troncos muito grossos.
      Atrás da casa havia um pequeno quintal com flores de cores tão bonitas e pétalas tão grandes, tão macias, que atraiam centenas de borboletas, joaninhas e passarinhos…e até fadas da floresta que dançavam à volta delas.
   Mas…nem tudo era perfeito. Uns pássaros malvados e invejosos dos outros, que viviam no castelo de uma bruxa, na cratera de um vulcão há muito tempo desactivado, que só pensava em fazer mal.
    Como vivia num sítio feio, que ela dizia odiar…adorar…, não suportava sítios bonitos, lugares com luz, jardins bem tratados, e cheios de flores, e campos de cultivo. 
       Ela também detestava pessoas boas e felizes, por isso, sempre que podia, mandava os seus pássaros horríveis, e muito rebeldes, dar cabo de tudo o que estava de pé.
    Esses pássaros eram tão venenosos como a bruxa. Nem sequer eram para ela os produtos que mandava destruir, eram mesmo por maldade, e porque ficava feliz com destruição.
   Ninguém que era bom, sabia da existência desta malvada, o que sabiam era que esses pássaros não eram nada bem-vindos porque destruíam tudo. 
  Aterrorizavam os outros animais e os humanos. Até os cães e os lobos sentiam a maldade no ar…primeiro tinham medo e depois tentavam proteger, mas não conseguiam.
    Numa manhã, altura em que as cerejeiras estavam carregadas, a bruxa queria cerejas para um feitiço, mandou os pássaros a essa casa, que atacaram todos os que tentaram proteger a casa e as cerejas, com muito barulho, guinchos, bateres de asas agitados, e conseguiram levá-las, deixando um rasto de destruição atrás de si. As gargalhadas de vitória da bruxa fizeram tremer o seu castelo e a terra á volta.
     O casal ficou muito irritado, até que a mulher teve uma ideia: encher um cesto com todas as cerejas que tinham caído dos pássaros que as abanaram, para o caso de eles voltarem, comerem as do cesto e não as das árvores.
   As cerejas do cesto eram bonitas, doces, e grandes. Mas o marido não quis ser bom, também não queria ser mau, mas apenas dar uma ensinadela a esses terroristas.
    Pegou numa série de bolinhas de madeira e pintou-as da cor de cereja, pôs outras bolinhas de esponja pintadas de cerejas e pedrinhas redondas que imitavam na perfeição as cerejas.
   Pôs tudo numa bela cesta com perfume de cereja, e deixou bem visível. Na manhã seguinte, os pássaros da bruxa voltaram e preparavam-se para atacar outra vez a casa e as árvores, mas foram atraídos para a cesta onde estavam as cerejas falsas.
     Alguns pássaros tentaram comer, mas quando engolem ficam tão pesados que não conseguem voar mais, e vão pelo campo com muita dificuldade, à procura de veterinário para lhes tirar as pedras, mas é a bruxa quem as tira.
         A bruxa fica fora dela com a raiva, quando percebe que foi enganada, mas os pássaros já estão habituados e metem-se na gaiola antes que vão parar ao forno.
      Como a cesta funcionou, o casal volta a fazer o mesmo, mas desta vez, eles já sabem que as cerejas não são para comer, e os cães andam à solta, a rondar as cerejeiras como os pássaros têm medo, não se aproximam mais, nem comem as cerejas.
      A bruxa teve de arranjar outras coisas para os seus feitiços…e arranjou, mas pelo menos a bruxa não quis saber mais de cerejas.
         Os pássaros aprenderam a lição…de que as cerejas não são para eles.
                                               FIM
                                               Lálá
                                      (29/Abril/2015)


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