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segunda-feira, 4 de maio de 2015

As tecedeiras

Foto de Lara Rocha 

Era uma vez uma família de mulheres tecedeiras: duas com bastante idade, mas muito activas, alegres e trabalhadoras; uma jovem mãe de duas meninas gémeas, e uma rapariga ainda jovem.
Trabalhavam muito, conversavam, riam e ensinavam outras meninas que apreciavam essa arte! Teciam coisas muito bonitas: paninhos, guardanapos, toalhas, lençóis, vestidos, e véus de noivas, colchas, e bordavam roupas para pequeninos que eram um mimo. Além disso, faziam arranjos e fabricavam outras roupas.
Um dia, numa noite muito quente de Verão, as tecedeiras estavam cansadas com tanto trabalho, mesmo assim, continuaram. Uma fada que costumava acender os candeeiros dos jardins, com as suas chamas, viu as tecedeiras quase a dormir em cima dos panos que tinham para bordar em pouco tempo.
- Coitadinhas! Como elas estão! – Murmura a fada – Boa noite! Estão tão cansadas. Vão dormir, amanhã é outro dia! – Sugere a fada
- Descansar? – Perguntam todas
- Nem podemos pensar nisso!
- Temo muito trabalho.
- Pois!
- E este é o nosso meio de sustento.
- Temos que ser mais fortes que o cansaço!
- Não temos tempo para parar.
- Mas…e a vossa saúde? Estão a dar cabo dela. Se ficam doentes depois é que não vão poder trabalhar. É melhor descansarem primeiro amanhã continuam. Hoje não vão adiantar nada, nem que fiquem aí a noite toda. Já trabalharam demasiadas horas. – Recomenda a fada
        Mas elas são muito teimosas e tentam lutar contra o sono. Como elas não param, a fada pede ajuda ao João Pestana que deita os seus pozinhos do sono discretamente por cima delas, e elas deitam-se.
        A fada chama as suas amigas fadas tecedeiras, que já conhecem o trabalho das mulheres tecedeiras, e ainda se juntam mesmo sem serem chamadas, as bruxinhas boas costureiras, as borboletas, bordadeiras, e todas trabalham em conjunto nos panos que as mulheres tecedeiras estavam a fazer.
        Dá gosto ver! Parece uma grande fábrica. Cada uma faz um pedacinho e uma tarefa, e ainda se ajudam umas às outras, de pano em pano, e de bordado em bordado.  Elas trabalham muito rápido, em grupo e muito felizes. Divertem-se muito.
        São às dezenas e os belos panos ficam prontos num abrir e fechar de olhos. Ainda têm tempo de fazer um paninho surpresa para as mulheres, onde cada uma deixa um miminho da sua marca de amizade, e os contactos para trabalharem em conjunto.
        Na manhã seguinte, as tecedeiras apanham um grande susto de surpresa quando vêem tudo pronto e o paninho.
- Óh! Adormecemos?!
- Não podia ter acontecido!
- Agora temos o trabalho todo atrasado.
- Espera aí! Já estão todos prontos!
- Pois já. Mas como pode ser?
- Ainda há bocado nos faltavam tantos.
- Esteve aqui alguém.
        E todas as suas dúvidas foram desfeitas quando viram o lindo paninho das outras tecedeiras.
- Óh! Que queridas! – Dizem todos sorridentes e deliciadas
- Tão lindas!
        E vêem que todos os seus paninhos estão perfeitos, lindos. Elas vão visitar as fadas e agradecem-lhes com abraços, sorrisos e flores. As fadas tomam o pequeno-almoço com as tecedeiras e mostram os trabalhos delas. As tecedeiras ficam maravilhadas e convidam-nas para trabalhar com elas. Elas aceitam logo, e chamam todas as outras para se conhecerem.
        Desde esse dia, tornam-se as melhores sócias e amigas umas das outras. As mulheres não precisaram de fazer mais noites, e o trabalho porque era dividido por dezenas de fadas e borboletas tecedeiras, costureiras e bordadeiras que faziam a sua parte e ainda ajudavam as outras, ficava pronto num instante.
        Os trabalhos não paravam de crescer, eram centenas de pedidos, a toda a hora. Os trabalhos eram cada vez mais bonitos, diferentes, feitos com muita alegria, carinho e amizade! Até sonhos e desejos teciam. Em grupo, muito trabalho torna-se mais rico, mais rápido e mais divertido. Principalmente quando todos são grandes amigos!
FIM
Lálá
(26/Abril/2015)


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