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sábado, 29 de novembro de 2014

Dona Preguiça, os vizinhos e o Tempo

                                             
   









   Era uma vez uma Preguiça, muito gorda que vivia quase sempre deitada numa árvore, pouco se mexia e só dormia. 
  Fazia tudo muito devagar. Era muito caladaPor cima do seu tronco, vivia um casal, misterioso, silencioso, discreto, que praticamente só eram vistos de noite
   Durante o dia, dormiam e estavam quase sempre dentro do tronco, na sua toca.
     Por baixo, aos pés da árvore, viviam muitas famílias de muitos cogumelos, que a Preguiça mal conhecia. Eram mal-encarados, antipáticos, coscuvilheiros, venenosos, por isso não tinham amigos.  
      Tinha ao lado, uns vizinhos muito mexidos, traquinas, que não paravam quietos. Subiam e desciam os troncos das árvores mais de cem vezes por dia, muito rápido…pareciam foguetes e muito barulhentos: guinchavam, gritavam, faziam muitos ruídos. Alguns muito irritantes.
        No meio da árvore da Preguiça, e da árvore dos macacos, havia outra pequena árvore, onde habitada por morcegos que se metiam dentro do tronco, numa toca pequenina e escura
      Nos troncos viviam e pousavam dezenas de passarinhos de todas as espécies. Dentro das tocas não chovia, mas fora delas chovia muito, e quando chovia, a preguiça nem sequer saía.
    Todos os dias, passa por esse sítio um ser muito misterioso, demasiado rápido, quase não lhe vêem o rosto nem o corpo de tão rápido que ele anda. 
      Dizem que se chama Tempo e anda sempre de um lado para o outro. É mais rápido que os coelhos e que todos os animais que correm.
- Não percebo quem é este ser…! – Comenta um macaco
- Nem eu! Não sei porque anda com tanta pressa… - Responde outro macaco
- Até fico cansada…só…de…o ver… (boceja) passar… (espreguiça-se) Ai…ele anda tão…rápido! – Acrescenta a Preguiça
- Pois é! – Respondem todos
- Espera… (boceja outra vez) Este deve ser…- Diz a Preguiça
- Eu sou o Tempo, de quem toda a gente fala! É por isso que todos dizem que o tempo passa a correr. Eu sou o tempo e passo mesmo sempre a correr! – Grita o tempo a correr
- E não ficas…cansado? – Pergunta a Preguiça
- Às vezes. Mas não posso parar. Às vezes ando um pouco mais devagar, quer dizer…eu ando sempre igual…mas as pessoas dizem que às vezes ando devagar. – Explica o Tempo
- Ai…estou atrasada para a festa! – Grita uma bailarina que passa
- Lá vou eu… - Grita o tempo
- Está na hora de ir almoçar! – Comenta um lobo esfomeado que vai à procura de comida
- Já vou. – Diz o tempo
- Já é tão tarde! – Suspira um lavrador que passa depressa
- Óh não…Já estamos no fim da manhã… resmunga uma coelhinha
- Ufa…estou cansado…mas não posso parar. – Confessa o tempo
- Vai mais devagar. – Sugere uma tartaruga
- Não posso. Este mundo anda cheio de pressa…não sei para quê! – Diz o tempo
- Mas para quê…? Tanta pressa…! Com tanta pressa…não vêem nada. – Diz um mocho
        O tempo já desapareceu da beira deles, sem darem por isso. O tempo é mesmo assim. Não o vemos, mas sentimos bem a sua passagem, mas já a preguiça é muitas vezes nossa amiga, ou inimiga, mas conseguimos vê-la e senti-la.

FIM
Lara Rocha 
(29/Novembro/2014)




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