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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O FLOCO E OS FLOCOS


            

















         Era uma vez um floco de neve, branco, muito leve. Passeava entre nuvens enormes, muito escuras e muito pesadas. Uma nuvem pequenina ficou maravilhada a ver o floquinho passear tão leve e tão sorridente que quis segui-lo para ver onde ia.
            A sua mãe, uma nuvem muito pesada, muito escura, cheia de raios de trovoada não gostou nada que a pequena tivesse ido atrás do floquinho e começa a disparar raios.
O floquinho, não percebeu o que estava a acontecer, só sentiu um empurrão e começou a descer a rodar a grande velocidade. Rodou, rodou, rodou…gritou assustado e aterrou num monte de folhas secas no chão de um parque cheio de meninos.  
- Mas que coisa tão estranha…onde estou? Como é que eu vim parar aqui?
            Todos os meninos o rodeiam e olham para ele:
- Um floco de neve…-Grita um menino, todo feliz
- Sim…! – Gritam todos
- De onde veio? – Pergunta outro menino
- De lá de cima, é claro. – Responde outro menino
- Então quer dizer que…vai começar a nevar. – Diz uma menina
- Sim. Olhem aquelas nuvens. – Observa outra menina
- Que pesadas e escuras. – Reparam todos
- Pois é! – Diz a professora
- Olhe professora, vai nevar…está aqui um floco de neve. – Repara uma menina
- Pois está. Está muito frio, e aquelas nuvens são mesmo de chuva…- Diz a professora
- Em forma de neve! – Acrescenta outra menina
- Isso mesmo. – Diz a professora
            A nuvenzinha que o seguia, depois de o procurar por todo o lado, lá em cima, viu que ele estava lá em baixo. Começou a chorar com pena do floco. E porque está tanto frio, as suas lágrimas transformam-se em gelo, e quando aterram, no solo, junto do outro floco, são floquinhos de neve.
            Os meninos fazem uma grande festa, gritam, riem, todos querem pegar nos floquinhos.
- Áh…! – Gritam todos
            Estendem as mãos, e os floquinhos caem nelas.
- Que levezinhos… - Diz a professora a sorrir
- Pois são! – Respondem todos
            Sopram floquinhos de neve uns para os outros, felizes. Uns floquinhos caem e abraçam-se uns aos outros, juntando-se a muitos outros, e formando grandes pedaços de neve.
            Eles caem sem parar, e os flocos começam a acumular. Em certos sítios, os meninos já conseguem fazer com os montinhos de flocos, um boneco de neve, e bolas para atirar uns aos outros.
A nuvem já não sabe qual é, nem onde está o floco que ela tinha visto. Chora ainda mais, e forma-se ainda mais neve.  
- Tantos flocos juntos…Agora já não sei qual deles és…! Óh… porque é que foste lá para baixo? Eu queria brincar contigo. - Suspira a nuvem
            A nuvem ficou tão triste, que caíram mais flocos.
- Tanto floco… óh, não acredito.
- Não sejas egoísta. Olha como estão felizes lá em baixo. – Grita a nuvem mãe trovoada.
- Foste tu que o mandaste lá para baixo?
- Claro.
- Porquê?
- Onde já se viu. Não eras tu que tinhas de ir atrás dele…ele é que tinha de ir atrás de ti, e conquistar-te, se conseguisse.
- Mas eu é que estava a gostar dele.
- Por isso é que eu o mandei lá para baixo.
- Então foste tu…?
- Fui.
- Porquê?
- Ele nunca seria para ti.
- Não sabes!
- Claro que sei…não seria. Andavas sempre com ele perdido.
- Só queria que ele fosse meu amigo.
- Mas ele podia não querer. E depois? Ficavas a sofrer, é claro.
            Mas a nuvem não desistiu. Nessa mesma noite, enquanto tudo dormia, ela aspira todos os flocos de neve. Olha para eles.
- Onde está o meu floco? Ai, como é que eu vou saber? Eles são todos iguais…
- Já estamos cá em cima outra vez? – Pergunta outro floco
- Parece que sim. – Diz outro floco
            A nuvem não reconhece o amigo e manda outra vez os flocos de neve todos lá para baixo. Amontoam-se e formam tapetes de neve à porta das casas, aos pés das árvores e no chão.
            Da nuvem formam-se mais flocos, e caem nos troncos das árvores. A nuvem aspira outra vez os flocos todos para ver se encontra o que ela tinha gostado e não encontra. Volta a atirar os flocos todos para o solo.
            A quantidade de neve cresce cada vez mais, porque a nuvem desistiu de procurar entre milhares de flocos. Eram todos iguais…todos brancos, todos muito leves e frios…
            Os flocos caem sem parar. Juntam-se todos no solo, e os meninos, na manhã seguinte acordam com uma bela paisagem branca, com um sol frio e fraquinho.
            Cada um, e depois em grupo, fazem lindos bonecos de neve, diferentes, vestidos a rigor com a estação, decorados com muito gosto e divertem-se muito.
            E vocês? Já sentiram um floquinho de neve a cair na vossa mão? Como foi? Gostaram?

FIM
Lálá

(19/Novembro/2014)

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