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sexta-feira, 9 de março de 2012

A FLOR DO CAMPO VAI Á CIDADE…

Personagens:
Menina
Jardineira
Flor do campo
Flor da cidade 1
Flor da cidade 2

Numa bela tarde de Verão, uma menina adolescente recebeu uma linda e vistosa rosa vermelha, de um rapaz de quem ela já gostou muito, mas ele não gostava dela.
Com a rosa ele pretendia pedir uma segunda oportunidade.
A menina recebeu a rosa mas não aceitou o pedido.
Muito chateada, triste e nervosa ao passar no pequeno jardim poluído, situado por cima do túnel da cidade, com flores bonitas porque uma jovem jardineira cuida delas.
A menina olha para a flor muito triste e diz:
– Estúpido! Depois do que eu sofri por tua causa… a única coisa que eu quero de ti é distância! (p.c) Não quero ter nada que me faça lembrar de ti! Esta flor… está doente… com o teu veneno, pateta! (Olha para a flor) Sabes flor… Tu és muito bonita e atraente…com a tua cor… seduzes qualquer um que te vê (p.c) Despertas o fogo da paixão… mas como foi aquele ser… que me deu… não te quero!
Atira violentamente a flor para o jardim. A flor cai quase em cima de outra (f1 da cidade), e grita:
– ÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁHHHHHHHHHHHHHHH
         Uma flor da cidade grita:
– Ei…Cuidado!
         A outra flor da cidade (f2) ri-se e dá a entender que a flor caiu porque está bêbada:  
– Áh, áh, áh… (ri – se) O que é que te deram de beber? Já nem acertas com o caminho…
         Mas a flor do campo não acha qualquer piada e resmunga:  
– Bruta!
         As flores da cidade perguntam em coro:
– Quem, eu?
         Uma flor da cidade (f1) quer sentiu-se ofendida e diz: 
– Tu é que quase caíste em cima de mim.
         A outra flor da cidade (f2) quer saber quem é a nova visita e pergunta:
– Quem és tu?
         A flor do campo, está de cabeça quente, chateada, triste mas reconhece que exagerou e pede desculpa:  
– Desculpa, não estou a falar de ti.
         A outra flor da cidade (f2) diz:
- Ahh…estou mais descansada…é que se não ias já daqui para fora!
         Uma flor da cidade (f1) resmunga:
– Além das porcarias que nos atiram para aqui, ainda temos que aguentar com uma clandestina!
         A flor do campo fica preocupada e pergunta à flor da cidade (f1):  
– Estás a falar com quem?! Sou o quê?
         A outra flor da cidade (f2) concorda com a amiga e diz:
– Realmente…nunca te vi por aqui, nem nas redondezas…
         Uma flor da cidade (f1) está confusa e pergunta à flor do campo:  
– Nem sequer sabes quem és?
         A outra flor da cidade (f2) pergunta à flor do campo:
– De onde é que vieste?
         Uma flor da cidade (f1) faz outra pergunta à flor do campo:
– Como é que vieste aqui parar?
A flor do campo tosse
- Cof, cof,…cof, cof…, cof…cof…
         As duas flores da cidade não sabem o que é tossir e pensam que essa é a maneira da flor do campo falar:
– Tens uma maneira muito estranha de falar, rapariga!
– Acho que ninguém fala assim…
         A flor do campo irritada tosse ainda mais e pergunta:
– Cof, cof… cof, cof..., cof, cof… Que sítio nojento é este?! Cheio de coisas estranhas á nossa volta… cof, cof… cof… tanto barulho irritante…cof, cof,…cof, cof…(grita) Socoooooooooooorro….!
         A outra flor da cidade assusta-se com os gritos da flor do campo e pergunta-lhe:
– Porque é que estás sempre a gritar? Responde mas é ao que nós te perguntamos.
         A flor do campo responde muito triste:
– Vim do campo! (p.c) Cof, cof… e isto não me parece o campo… o lugar onde estava e para onde quero voltar.
         As duas flores exclamam muito escandalizadas:
– Áááááááááhhhhhhhh!!!!
         As duas flores colocam mais questões (f1; f2):
- Cof…cof…?!
- O que é isso?
- Não sei…sei que ela diz muito isso…!
- Deve ser a linguagem dela…
- Não…a linguagem dela não deve ser, porque já falou connosco…!
- Pois foi…então…
- Será um código?
- Não sei de quê…!
- Ou um nome dela…?
– Que nome tão estranho.
- Pode é ser o nome do sítio onde ela veio…!
- Não me parece…nunca ouvi falar nisso.  
– Onde é isso?
– É muito longe daqui?
         A flor do campo responde triste:
– Se é longe ou perto…não sei! (p.c) Sei que lá … cof, cof… não havia estes barulhos insuportáveis … nem… estas coisas sujas espetadas na mesma terra deliciosa e fofa que nós…! (p.c) Eu quero água!
         Uma flor da cidade (f1) pede-lhe um favor:
- Olha, importaste-te de falar a nossa língua…?!
         A outra flor da cidade (f2) explica:
- És estrangeira?
         A flor do campo responde:
- Eu estou a falar a mesma língua que vocês…! Acho eu…!
         A outra flor responde:
- Desculpa, mas tu dizes…cof…cof…milhares de vezes na mesma frase…não sabemos o que quer dizer…!
         A flor do campo explica:
- Cof…cof…? Eu não digo isso…!
         As duas flores da cidade dizem em coro:
- Ai dizes, dizes…
         Uma flor da cidade argumenta:
- Nós ouvimos!
         A flor do campo responde:
- Áááhh…o cof…cof…(tosse)
         As duas flores respondem em coro:
- Sim, isso mesmo…
         Uma flor da cidade acrescenta:
- Acabaste de dizer agora!
         A flor do campo responde:
- Acho que quer dizer que estou a ficar…doente…!
         As duas flores da cidade ficam assustadas e dizem em coro:
- Doente…?
         Uma flor da cidade protesta:
- Então…devias ter ficado na tua casa…
         A outra flor da cidade acrescenta:
- Pois! Não tinhas nada que vir para aqui contaminar-nos.
         Uma flor da cidade comenta:
– Deve ser mesmo muito longe daqui… e… uma terra muito estranha!
         A flor do campo choraminga e implora:
– Tirem – me daqui!
         A outra flor da cidade pergunta-lhe:
– Para que é que vieste para aqui?
         A flor do campo responde triste e chateada:
– Eu não vim… trouxeram – me! Cof, cof, cof, cof, cof… Que cheiro horrível!
         As flores da cidade não compreendem e perguntam:
– Mas como?
         Uma flor da cidade (f1) informa:
– A nós também alguém nos trouxe para aqui!
         A flor do campo explica:
– Um rapaz… arrancou – me sem dó nem piedade e ofereceu – me ao amor dele, aquela menina que viram… foi ela que me atirou…cof, cof… para este sítio… atchim… Imundo! Cheia de coisas sujas…cof, cof, cof… só porque… Atchim… atchim… estava magoada com o rapaz! (p.c) Tirem – me daqui.
         As duas flores da cidade (f1; f2) falam entre si:  
– Não sei o que é isso de…rapaz… mas deve ser uma coisa séria… muito má!
– É! Também acho! (p.c) Deve magoar muito.
– Isso soa – me a… instrumento… se calha com coisas aguçadas, e que cortam…
         As duas estremecem e dizem em coro:
– Uuuuuuuuuuuiiiiiii…
– Nem quero imaginar!
– Até as minhas pétalas se encolhem!
Aparece a jardineira com um grande sorriso e a empurrar o carrinho das coisas de jardim. As duas flores da cidade (f1; f2) ficam contentes quando vêem a jardineira a chegar e dizem:
– Chegaste em boa altura…!
– (sorri) Olha a nossa amiga!
         Uma flor da cidade (f1) tranquiliza a flor do campo e diz:
– Não te preocupes. Ela vai cuidar muito bem de ti.
A flor do campo tosse aflita. A jardineira cumprimenta-as simpaticamente, a sorrir:
– Bom Dia, minhas lindas…
         As duas flores respondem a sorrir:
– Bom Dia, amiga!
         A outra flor da cidade (f2) informa a amiga jardineira:
– Chegaste na altura certa, querida.
         A jardineira sorri e pergunta:
– Já estavam com saudades?
         As duas flores respondem em coro:
– Siiiiiiiiiim…
         Uma flor da cidade (f1) completa:
– Mas não só! (p.c) Precisamos de ti.
         A flor do campo grita aflita:
– Socorro! Cof, cof… Atchim…tira – me daqui!
         A jardineira olha para a flor do campo e diz:
– Uma nova amiga…?! Olá linda!
         A outra flor da cidade (f2) informa a jardineira:
– Diz que veio de um sítio muito estranho…com um nome muito estranho…cheio de estranhas coisas á volta dela!
         A flor do campo grita:
– Eu vim do campo! Atchim, cof, cof… tira – me deste sítio insuportável. Cof, cof… estou a ficar doente.
         A jardineira fica com pena da flor do campo e pergunta-lhe:
– Óhhh… Coitadinha! Vieste de tão longe…porquê?
A jardineira ajeita a terra, aduba e rega, vaporiza sobre as flores, elas riem e abanam contentes, enquanto a flor do campo explica outra vez o que aconteceu com ela:
– Um rapaz cortou – me e arrancou – me sem dó nem piedade! (p.c) Para me dar á amada dele!
         A jardineira sorri deliciada e responde:
– Áh, que gesto bonito, mas podia ter sido mais delicado a colher – te!
         A flor do campo concorda com a jardineira mas ficou magoada:
– Mas ela não gostou…
         A jardineira não compreende muito bem a rejeição da flor e diz:
– Ááááááhhhh… mas tu és tão bonita…
         A flor do campo explica com mais pormenor:
– Ela atirou – me para aqui de qualquer maneira. (p.c) à bruta mesmo…Disse que não queria nada que lhe lembrasse o palerma que me tirou da Paz da minha casa! Cof, cof… Deitou – me fora para eu não a lembrar de coisas… Detesto este lugar!
          A jardineira agora compreende o desespero da flor do campo e diz com pena dela:
– Coitadinha…! A menina deve ter ficado mesmo muito triste por causa dele… mas não te devia ter tratado assim! (p.c) Tu não tens culpa!
         A flor do campo responde triste:
– Pois não…
A jardineira pega nela com todo o cuidado e carinhosamente, e exclama:
– Que maldade…! (P.C) Mas não fiques triste. Vou levar – te para a minha casa e tratar muito bem de ti… eu também sou do campo!
         Uma flor da cidade (f1) pergunta:
– Então conhece – la?
         A jardineira conhece parecidas com a flor, porque também vive no campo e responde:
– No meu jardim tenho lá muitas iguais a ela.
         A outra flor da cidade (f2) quer saber mais pormenores e pergunta:
– Olha, … como é esse sítio estranho?
         A jardineira fala desse sítio com muito orgulho e carinho, e a flor do campo confirma tudo o que a jardineira diz, até acrescenta mais informações sobre o campo:
– (a sorrir) Áh…! É um sítio sossegado.
– É! Não há este barulho doentio.
– (sorri) Pois não. É muito raro passarem carros.
– Cof, Cof,.. Nem há este cheiro horrível no ar.
– (a sorrir) Pois não! Lá só há cheiros bons e doces, frescos puros… naturais…cheiro de flores, de frutos, … há sempre uma brisa suave e agradável, há um ar puro, sem poluição… os únicos barulhos que se ouvem são as pessoas a falar e o da alegria dos animais: dos passarinhos, dos cãezinhos, das ovelhinhas, dos cavalos, das vaquinhas e dos boizinhos, dos porquinhos, todos os animais andam livres e felizes.
– Cof, Cof… lá… Cof, Cof… toda a gente nos trata muito bem… (p.c) Dão – nos muita atenção, muito carinho, alimentam – nos, com coisas deliciosas, e não há destas coisas nojentas espetadas na terra onde comemos e vivemos…
– (sorridente) É muito bom viver no campo.
– Não sei como aguentam viver aqui.
         As duas flores (f1; f2) já estão conformadas com esse sítio e respondem:
– Já estamos habituadas.
– Mas também não gostamos muito deste sítio!
– Realmente o sítio onde tu vives deve ser bem melhor do que este…
         A jardineira confirma a sorrir:
– Sim!
         A flor do campo faz um convite às flores da cidade:
– Querem vir também para o campo?
         As duas flores da cidade (f2; f1) estão muito curiosas em conhecer o campo e respondem:
– Acho uma proposta irrecusável.
– Também acho, mas não sei se me habituo a viver lá!
         A flor do campo reforça:
– Porque é que não experimentam para ver como é mesmo muito bom e muito diferente deste sítio nojento?
         A jardineira sorri e diz:
– Não tinha pensado nessa! (p.c) Também vos posso levar, querem?
         As duas flores da cidade não hesitam e respondem em coro a sorrir:
– Siiiiiiiim…!
         De repente uma dúvida invade uma flor da cidade (f1) e pergunta:
– Mas… e se não nos habituarmos lá?
         A jardineira tem a solução:
– Isso não é problema. Volto a trazer – vos!
         A flor do campo responde contente:
– Siiiiiiiim…Venham! Quando conhecerem o meu sítio, não vão querer outra coisa.
         As flores da cidade estão convencidas e perguntam à jardineira a sorrir:
– Levas – nos?
         A jardineira leva-as com todo o gosto e responde:
– Levo! Venham.
         A flor do campo assegura um dos benefícios de as flores da cidade irem para o campo:
– Vão ser muito mais bonitas, muito vistosas, muito mais saudáveis e muito mais bem tratadas… muito mais felizes!
         A outra flor da cidade (f2) pode constatar os resultados através da flor do campo e diz:
– Realmente és muito bonita… atraente, vistosa…
A jardineira e as flores vão para o campo contentes. A jardineira planta – as, rega – as, acaricia – as, e elas estão muito felizes. As duas flores (f1; f2) trocam impressões uma com a outra:
– Áh! Realmente tinhas razão!
– É muito diferente daquele sítio onde estávamos.
– Sim. Já não se ouvem as irritantes buzinas a toda a hora, e… já não temos a porcaria dos cigarros espetados na mesma terra que nos alimenta, nem papéis…
– Nem nos tratam mal.
– Nem temos aquele fumo enjoativo sempre a vir ter connosco…!
- Elas tinham razão!
- Sim, toda a razão…
- Sinto-me muito melhor aqui!
- Eu também!
- Gostava de ter um espelho para ver se realmente estou mais bonita…!
- Acredita em mim…estás mesmo muito mais bonita…e eu, como estou?
- Tu também!
- Estes perfumes que se sentem no ar são mesmo muito agradáveis…!
- Sim! Também acho!
         À felicidade das duas flores da cidade junta-se a flor do campo, e as três a sorrir abanam-se e gritam felizes:
– Uuuuaaaaaaaaaaaaauu….!
Riem as três flores felizes e agradecem em coro à jardineira:  – Muito obrigada querida amiga!
A outra flor da cidade (f2) diz a sorrir:
– Salvaste – nos!
         A flor do campo suspira de alívio e de alegria, e grita entusiasticamente:
– ÁÁÁÁÁHHHHHH… É tão estar de volta a casa… e é tão bom vocês estarem comigo!
Dão todas as folhas com um sorriso de pétala a pétala e a jardineira diz a sorrir:
– Viva a Maravilhosa NATUREZA! VIVAM AS LINDAS E DELICADAS FLORES! VIVAM TODOS OS RIOS LIMPOS! VIVAM TODOS OS JARDINS VERDES E LIMPOS. VIVAM TODOS OS ANIMAIS QUE A HABITAM!
         As flores gritam em coro felizes:
– Viva!
         A jardineira recomenda:
– Não maltratem a natureza; nem poluam o ambiente! Lembrem – se que há sítios próprios para deitar o lixo! No chão, nos jardins, ou em cima das flores…
         A jardineira e as flores gritam em coro:
– Não!
         A jardineira acrescenta:
– Claro que todos queremos viver com saúde e num sítio onde nos sintamos bem! Isso só é possível se não houver poluição! Lembrem – se: todo o mal que fizerem á Natureza, ela devolver – vos – á!
         As flores dizem em coro, a sorrir:
– Natureza limpa, sim! Poluição Não!


FIM.
LÁLÁ

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