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quarta-feira, 11 de novembro de 2020

monólogo para adolescentes e adultos «Saudades de um outro…»



(Suspira ao olhar para o telemóvel e para uma foto).

RAPARIGA - Releio as tuas mensagens…as poucas que me mandaste desde que entraste na minha vida! E porque tenho saudades…! Não entraste há muito tempo, na minha vida, mas eu já te tinha acolhido no meu coração…mas também rapidamente saíste dela. Da minha vida, porque continuas no meu coração, adormecido…! Como uma estrelinha sem brilho, perdida numa imensa galáxia…Sem brilho, porque está doente…! Sim, para mim estavas a ser uma estrelinha! Não, não fui eu que te mandei embora…tu é que quiseste sair. De livre vontade, ou talvez não…talvez…a tua doença é que te tenha retirado! Sim, essa retirou-te muitas mais coisas, principalmente a boa disposição, a calma, a paciência, a alegria, a simpatia, a meiguice, a delicadeza… a vontade de falar…! Releio as tuas mensagens, e vejo a tua foto, a única que tenho, desde o último encontro, aliás…último e único…depois de tantas promessas que me fizeste, de que nos iríamos encontrar muitas mais vezes… foi inesperado e doce, o nosso primeiro e único encontro. Sim, foi lindo! Parecíamos dois adolescentes envergonhados…! Mas foi como um lindo sonho, que durou aquela hora, mas pouco depois…um monstro…o monstro dos pesadelos…levou esse sonho! Para onde? Não sei, isso só tu poderás responder. Se calhar…nem tu sabes bem por onde andas! Andas perdido nos teus pensamentos, nas palavras que não dizes…mesmo a quem te quer bem! Eu estava tão feliz quando a nossa amizade começou… (rir) Amizade…?! Será mesmo? Será que sentias isso…como eu senti…? As nossas conversas, sempre tão agradáveis, sobre diferentes temas…Como tu dizias…adoravas falar comigo…! E admiravas-me! Isso estava a fazer-me tão bem ao ego… à auto-estima! As palavras simpáticas que só tu me dizias…a força que me transmitias com as tuas mensagens…e a alegria que trazias aos meus dias, sempre que falávamos, ou nas mensagens queridas que me mandaste param o telemóvel. Será que estava mesmo a começar uma amizade…Ou terei sido eu, que na minha inocência, e romantismo, ou infantilidade, talvez…que imaginei que aquela troca de mensagens ou de palavras, seria o nascimento de uma linda amizade?! Ou seria a minha vontade de ter um amigo…? Homem…! O erro pode ter sido meu…talvez tenha uma visão muito cor-de-rosa das coisas, das relações…talvez ache que sejam todos como eu! Sinto a tua falta… Sinto saudades do homem, amigo… que estava a começar a conhecer. Até que… aos poucos… tudo se transformou…! Em silêncio, em frieza, em distância… em esquecimento… talvez! Aos poucos, afastaste-te, deixaste de falar comigo, deixaste de ser aquele homem simpático, brincalhão, animado, dedicado, que transmitia força… e luz…! A tua doença… talvez… é que te tenha transformado num novo ser…! Sinto saudades! A tua frieza, nas duas últimas vezes que falamos, já quase foi preciso eu arrancar-te da garganta palavras…quer dizer…monossílabos… preocupou-me… deixou-me triste, gelada…Apesar de isso me ter congelado o coração, não dei muita importância, pois todos nós temos dias maus…!Tinha esperança que…amanhã seria outro dia, e tu estarias melhor…que amanhã… tu voltarias a ser aquele amigo…! Mas no dia seguinte…e no seguinte…e no outro…e no outro a seguir…até hoje… de tua parte só recebi o silêncio…Um silêncio que de dia para dia atravessa a minha pele, o meu coração. A maneira como falaste comigo da última vez…Talvez não fosses tu a falar… talvez fosse a tua doença a falar por ti! Porquê…? Porquê…? O silêncio! Vá lá…deixa que te ajude…! Eu…e os teus…que te amam! Só tens de abrir o teu coração para mim, em vez do teu silêncio. Quanto mais os dias passam… e as noites… sem uma única palavra tua, sem uma única mensagem tua… mais o silêncio se torna insuportável para mim, mais o coração dói, e mais triste eu fico! Mesmo com o teu silêncio, com o teu gelo, a tua distância… eu ficarei à espera…à tua espera…Amigo! De dia para dia, as saudades aumentam, assim como a tristeza…e o sentimento de impotência! Não sei lidar contigo…! Quero ajudar-te, mas não consigo…Porque tu não te abres comigo! Com o teu silêncio não poderei ajudar-te! Dizes que não queres falar, nem comigo, nem com ninguém…está bem! Não és obrigado. Eu entendo… a tua doença é que deve dizer isso…quer dizer…ela é que te domina… ela é que fala por ti… Quero voltar a ser feliz e a sorrir, por ter um amigo como tu…Quero que a sementinha da nossa amizade que estava a nascer… renasça e cresça mais forte! O silêncio é que não por favor! Esse não vai fazer com que a sementinha cresça…! Quero que a tua frieza, se transforme em calor…em luz…em brilho…por favor…deixa-me ajudar-te! Quero que a estrelinha que está no meu coração, volte a brilhar dentro de mim! Tenho saudades! Amanhã é outro dia…esta noite vou sonhar contigo, com a volta da tua amizade…! E com o fim da tua doença! Amigo…espero por ti! Estou sempre aqui…neste momento com saudades! E que a nossa amizade renasça. Beijos repenicados, e grandes…como nós dizíamos um ao outro, depois de falarmos. Não te esqueças…estou aqui! Amigo!!!


Lara Rocha

(4/Dezembro/ 2012)



  



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