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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

A barafunda das figuras geométricas

     


                                                                       

    Lara Rocha 

          Era uma vez numa grande fábrica, várias figuras geométricas que foram deitadas ao lixo, porque o responsável achou que tinham defeito. Quadrados, círculos, triângulos, lusangos, paralelepípedos, retângulos, meias-luas, às dezenas, juntaram-se no depósito, tristes e sem perceberem onde estavam. 

- Ui, que cheirete! - diz um quadrado 

- Onde estamos? - pergunta um triângulo 

- Acho que estamos...no lixo! - responde um círculo 

- No lixo...? Mas... porquê? 

         Levantam-se, olham em volta, olham uns para os outros, e em pânico correm de um lado para o outro, a gritar por socorro, a procurar uma saída, engancham-se uns nos outros para tentar chegar ao cimo do depósito. 

        Os retângulos presos uns aos outros, tentam fazer uma escada, por onde sobem os quadrados e os círculos, mas os círculos não se seguram, os retângulos estão tão assustados que escorregam e desmontam-se. 

         Os triângulos tentam ajudar, servem de apoio, mas os paralelepípedos são pesados e ao rolar dão encontrões às outras figuras, passam por cima de alguns retângulos, quadrados e círculos. Todos gritam, discutem, empurram-se, voltam a fazer de tudo para saírem de lá. 

         Um arrumador do lixo, fez a ronda pelo espaço e preparou os sacos para meter na trituradora. As figuras geométricas gritam por socorro. O arrumador, um rapaz jovem que aproveitava os seus tempos livres para fazer obras de arte, ficou com a sensação de que ouviu alguma coisa. 

         As figuras ficaram muito quietas, com medo que fossem destruídas. O jovem espreita e fica muito surpreso: 

- O que é que estão aqui a fazer estes objetos...? São... figuras geométricas? Porque é que estão no lixo, não as vejo estragadas. 

         E sem perder mais tempo, num piscar de olhos encheu quatro sacos de lixo com as peças em madeira, que para ele estavam perfeitas. Meteu na mala do seu carro, e no fim do serviço levou-as para sua casa. 

         Tirou-as do saco, uma por uma, pô-las em cima de uma mesa, observou-as atentamente, limpou o pó a cada uma, carinhosamente, e começou a criar obras com as figuras geométricas. Pintou um quadrado com várias cores, colou um círculo no meio, de outra cor, e em cima do círculo um cilindro. Virou o quadrado ao contrário, e serviu de suporte a uma cara com um chapéu de palhaço. 

        Colou círculos, e fez uma figura feminina, com um bebé ao colo, pintadas. Com  outros quadrados, retângulos e tiras de madeira que não tinham forma, fez casas, muito bonitas, prédios, com janelas e portas, a estação de caminhos-de-ferros, túneis, escolas, centros comerciais, o hospital e carrinhos pequeninos.  

        Usou retângulos e paralelepípedos para montar árvores, a igreja, os bancos de jardins, um supermercado em miniatura, com círculos e pedaços de madeira para construir figuras humanas, pintadas, e até pediu à sua mãe para fazer roupas e vesti-los. 

        A mãe fez as roupas com gosto, e o rapaz continuava a inventar figuras, a brincar com as figuras geométricas que iam para o lixo. Ele divertia-se muito a construir objetos, casas, pessoas, natureza, meios de transporte, animais, quadros com objetos transformados, e tudo que se lembrasse. 

         E vocês, já brincaram com objetos que pareciam estragados, transformaram-nos noutros brinquedos, ou imaginaram servir para outras tarefas? Quais? Em que os transformaram? 

Podem deixar aqui as vossas respostas, ou os vossos papás e avós. 

                                                                        

                                                                                FIM 

                                                                           Lara Rocha 

                                                                        18/Novembro/2020


             

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