Número total de visualizações de páginas

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Entre a lembrança e o recomeçar...- monólogo para adolescentes e adultos

    
Desenho de Lara Rocha 

       Enquanto tocaste no violino do meu coração, com os teus beijos, os teus abraços, o teu olhar, as tuas mãos nas minhas...enquanto os nossos corpos estavam juntos...as cordas do violino do meu coração...e do teu...tocaram juntas, e o seu som ecoou por todo o meu corpo, por todo o meu ser...quando deixaste de me amar...as cordas do violino do meu coração, vibraram desafinadas, descoordenadas, descompassadas, misturadas, confusas, e choraram...e no meu ser...ficou o silêncio, pois as cordas do violino do meu coração. cansaram de tanto chorar...e secaram! 
    Agora...o violino permanece...aos poucos, voltou a tocar músicas alegres! Que pena não as ouvires...apenas para saberes, que o violino do meu coração, toca alegremente mesmo sem ti! Apanhei todas as notas musicais que pairaram no ar, a cada gargalhada sincera que davas. 
     Com cada nota musical, fiz a mais linfa música de amizade que se transformou num grande amor...e essa música tocou até que o leitor avariou, nem a música, nem o amor voltaram a tocar. 
   Mas as notas musicais que pairavam, aquelas com que construí a nossa música de amor ficaram guardadas para sempre na floresta da memória. Às vezes ainda ouço essas notas musicais, e a música completa. Mas a música agora é triste! 
     De cada vez que te vi, pendurei nas cortinas do meu coração: desejos, sonhos e sorrisos, palavras alegres. Das janelas dos meus olhos elas desprenderam-se e voaram em forma de beijos quando me sorriste e quando me ofereceste uma flor. Óh, afinal a flor era só mais um dos desejos que pendurei com os outros nas cortinas do meu coração, e que voou da janela dos meus olhos. 
    Com o pincel das tuas longas e escuras pestanas, pintaste com o verde dos teus olhos, um lindo jardim de Primavera no meu coração. 
    Desenhaste com a tua boca, estrelas...e colaste-as nos meus olhos, e no meu sorriso. Flores abertas ao sol. O tempo passou, e como não cuidaste mais do jardim que pintaste em mim, nem olhaste mais para as estrelas e flores...o jardim da Primavera transformou-se num jardim silencioso, sem cor, nem vida...pelo gelo da tua indiferença, pelas palavras geladas que me dirigias, e todo o meu corpo, todo o meu ser, toda a minha alma, congelou! 
  Nesse jardim, debaixo do gelo, juntamente comigo, transformei as lágrimas que os meus olhos deixaram cair, por ti...em sólidos candeeiros de cristais de estalactites que no fim...quando voltou a ser Primavera brilharam e derreteram todo o gelo que tinhas deixado no meu coração! 
   Até um dia...quem sabe... meu escultor de gelo...ou meu pintor de Primavera ! Ou simplesmente...até já...bem...sei onde te encontrar, e estás nem perto...se nos voltarmos a encontrar... olha para os meus olhos, e verás no que me transformei!   

                                            Lara Rocha 
     

Sem comentários:

Enviar um comentário

Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras