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domingo, 9 de agosto de 2015

Os gatos e as bolas











Era uma vez uma ninhada de sete gatos, o Pai Ré, a Mãe Mi, e os filhos: Dó; Fá; Sol; Lá e Si. Eram todos grandes e robustos, o pai de pelo preto e branco, a mãe com pelo branco. O Dó, e a Fá tinham pelo preto, a Sol e a Lá eram brancas, e a Si era malhada, com pelo preto e branco.
Os de pelo preto tinham olhos verdes, as brancas, olhos azuis, e a malhada, olhos amarelos. O pai gato tinha uns olhos que mudavam de cor conforme a luz, entre o amarelo e o verde, a mãe, olhos azuis.
Uma família muito bonita e feliz, que vivia nas ruínas de um castelo muito antigo, cheia de casotinhas onde dormiam, no cimo de uma montanha. Ultimamente, nessa montanha andavam a cair muitas bolas e balões que não sabiam de onde vinham. Talvez da cidade ou fugidos das mãos de meninos.
Os gatitos acharam muito misterioso e quiseram descobrir de que eram feitas aquelas bolas cheias de cor, que pareciam muito mais leves que as outras. E eram mesmo…eram bolas de sabão de todos os tamanhos, pequenas, grandes, médias e enormes.
Umas pairavam, no ar, outras deslocaram-se pelo ar muito devagar, outras bolas voaram rápido até desaparecerem, outras rebentaram no ar, e outras ficaram pousadas nas flores até rebentarem. As flores arrepiaram-se e tossiram.
Os gatinhos seguiram atentos, todos os movimentos das bolas, o Dó tentou apanhá-las e a Fá seguiu o seu exemplo. A Si ri-se e disse-lhes:
- Seus totós…ainda não perceberam que estas bolas não são para apanhar?
- Pois não! São bolas de sabão! – Acrescenta a Sol
- Áh! – Exclamam o Dó e a Fá
- Pois é! – Diz o Dó
- É por isso que são tão leves! – Diz a Fá
- E sabem a sabão! – Comenta uma flor
Todos riem
- Como é que sabes? Conseguiste comer alguma? – Pergunta a Lá
- Não comi, mas muitas rebentaram em cima de mim! – Responde a flor
Todos riem
- Algumas ainda não rebentaram. – Repara a Sol
- Mas vão rebentar e não demorarão muito. – Assegura a flor
- Que pena! Eu queria tanto voar numa bola daquelas! – Suspira a Si
- Eu também. – Concorda o Dó
E tentaram imaginar onde irão aterrar. Mas logo são distraídos por outras bolas, que também chegam a voar, eram todos redondinhos, cheios de cor e com fios. Eles não sabiam que eram balões, e não resistiram.
- Outras bolas? – Perguntam todos em coro
- Estas parecem mais pesadas! – Repara a Fá
- É! Estas não são de sabão! – Garante a Si
- De que serão feitas? – Pergunta a Sol
- E também parecem leves!
Primeiro cheiraram, não sentiram qualquer cheiro. Depois tocaram numas com as patas, e arrepiaram-se com o material…uns balões rebentaram logo, quando os gatinhos rasparam a patinha. Que grande susto! Até saltaram para trás a tremer.
Outros balões esvaziaram-se quando os gatinhos furaram sem querer, com as unhitas, estremeceram, saltaram e miaram aos gritinhos. Outros gatinhos puseram – se em cima dos balões, rebolaram e caíram porque os balões não se seguraram e acharam muito divertido.
 Outros rebentaram à primeira prova, logo que os bichos espetaram os dentinhos. Os gatinhos gritam e miam muito assustados. Depois dos balões, os gatinhos vêem na montanha outras bolas muito coloridas, umas de espuma, outras de borracha, e outras de esponja. Com desenhos, e muitas cores muito diferentes.
- Será que estas também vão rebentar? – Pergunta a Mi assustada
- Espero que não! – Respondem todos
- Como é que elas apareceram aqui? – Pergunta a Si
- Devem ter vindo da cidade! – Supõe a Fá
- Estas são diferentes! – Repara a Sol
- Parecem mais duras. – Diz o Dó
Primeiro, os pequenos exploram – nas de todas as maneiras que conhecem, com unhas e dentes, põem-se em cima delas, saltam, tentam segurar-se mas logo caem. Os outros riem, e fazem o mesmo.
- Estas são mais duras! – Repara a Sol
- Pois são! – Dizem todos
- E não rebentaram! – Diz a Si
- Ainda bem! Nem furaram! – Diz a Fá
Depois todos atiram as bolas, uns para os outros, correm atrás delas, agarram-nas com a boca, seguram-nas com as patas, e brincam divertidos. Quando dão por ela, depois de muito trambolhão, cambalhotas e muita gargalhada, os bichos jogam com os pais que não resistem à brincadeira.
À noite, a Princesa Noite, com o seu vestido bordado de estrelas, espalhou por todas as ruínas do castelo, dezenas de luzes de todas as cores que iluminaram todo o espaço que até esse dia não tinha uma única luz.
Os gatos ficaram tão felizes por terem luz que festejaram a noite toda e redescobriram todo o espaço que pensavam conhecer muito bem, mas as surpresas que viram, nunca mais acabaram.
De uma das bolas de luz sai uma bela arara, que os guia por cada recanto e divisória do castelo. Cada canto, curva, parede, porta e janela, estava recheada de lendas e histórias maravilhosas, com personagens encantadas e muita magia.
Os gatos não couberam neles de felicidade e de encanto, fizeram uma autêntica viagem no tempo e nem dormiram nessa noite. Nunca imaginaram a maravilha e os mistérios que aquele conjunto de pedras na montanha, abandonado, escondia.
Sentiram-se uns verdadeiros Reis. Viram o sol nascer nessa manhã, cantaram num doce e melódico miar para agradecer e foram descansar completamente rendidos à magia daquele lugar.
E vocês? Se fossem gatinhos e vivessem nas ruínas de um castelo, como era esse espaço? Onde ficava?
Tinha mais casas ou viviam lá animais? Quais?
Tinha flores?
E luzes? Ou era um sítio onde só havia a luz do sol e da lua?
Que surpresas acham que os gatinhos descobriram?
Em que sítios do castelo?
E se vocês fossem estes gatos, o que descobririam com a luz nas ruínas do castelo?
Escrevam ou desenhem.
FIM
Lálá

(2/Agosto/2015) 

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