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domingo, 9 de agosto de 2015

O SR. CONE



Era uma vez um senhor muito forte e largo, barrigudo, e mais estreito para baixo. Chamava-se Diogo, mas pelo formato do seu corpo, todos lhe chamavam de SR. CONE. Não era nada simpático, pelo contrário, estava sempre trombudo, não se ria, não brincava e quando falava com alguém era para resmungar ou ralhar. A sua voz grossa, e zangada parecia um trombone, ou uma trovoada.
Toda a gente que queria alguma coisa dele, mesmo só para ver se ele ficava mais simpático, sabia onde morava o SR.CONE TROMBONE. Achava-se o dono de tudo à sua volta corria e chutava toda a gente que se aproximava da sua casa e protestava por tudo!
Um dia, umas fadas voaram à volta da sua casa, e quando ele se apercebeu, chutou-as como quem sacode moscas ou melgas. Elas ficaram ofendidas, e zangadas. Os amigos das fadas não gostaram nada desse tratamento e quiseram castiga-lo. As fadas agradeceram a preocupação, mas elas não querem guerra nem violência, por isso não deixaram que fizessem mal ao SR.
Preferiram resolver as coisas a bem. Primeiro, tentaram falar com ele, e saber porque é que ele as tinha tratado daquela maneira. Ele não sabia! Perguntaram-lhe se alguma vez elas lhe tinham feito mal, e ele respondeu que não, mas gritou-lhes que naquele dia elas estavam a invadir o seu espaço.
Elas disseram-lhe que o espaço não era dele…a casa dele poderia ser só sua, se ele quisesse, mas à sua volta, todos tinham o direito de passar, aquele terreno era público, e o espaço que as fadas sobrevoavam também não era dele!
Muitos animais passeavam e voavam lá por cima, por isso ele não tinha nada que as proibir ou chutar. Além disso, elas não estavam a mexer com ele, nem com ninguém. As fadas tentaram várias maneiras de falar com o SR. CONE TROMBONE, para tentar perceber porque é que ele era assim, e ajudá-lo se pudessem, a melhorar o seu mau humor.
Ele era tão irritante que só respondia grosso, gritava, era meio bruto, as fadas até ficaram mal-dispostas. Tentaram com os seus amigos palhacinhos, mas ele nunca se riu, resmungou, e chutou-os, tal como fez com as fadas.
Depois de gastarem todas as tentativas de conversar, e resolver as coisas a bem, sem tanta resmunguice, o SR. CONE TROMBONE era teimoso e não mudava. Parecia que estaca cada vez mais insuportável.
Decidiram então aplicar o segundo plano: juntaram-se muitas fadas, com as asas de cores mais suaves: tons de verde, azuis, amarelas, brancas, roxas, rosas, sobrevoaram a casa do SR. CONE TROMBONE e salpicaram-na com as cores, sacudindo as asas. A casa que era branca às pintas pretas transformou-se em branca com pintas e salpicos de cores claras.
Depois, o SR. CONE TROMBONE dormia com a janela meia aberta por causa do calor. As fadas entram pela janela e enchem o SR. CONE TROMBONE de raios com essas cores, e ele nem se apercebe. Dão-lhe um banho de cores, e afinam o trombone para um tom de voz mais suave a agradável.
Na manhã seguinte, as fadas já não estão lá, o SR. CONE acorda muito feliz, com um sorriso de orelha a orelha, muito menos barrigudo, a cantar e a saltar. Toma o pequeno-almoço, e sai a porta. Olha para as paredes com a sua nova decoração e solta uma grande exclamação:
- Áh! Mas que linda que está a minha casa…o que aconteceu às bolas pretas?! Quem fez isto? Quando? Não me apercebi de nada! Bom, mas vou ter de descobrir para agradecer! Está fantástica! E este sol maravilhoso…Áááááááhhhh… Bom dia! Bom dia! Bom dia! – Grita feliz com um sorriso leve e aberto.
            Passa pelas senhoras, dá-lhes a mão sorridente e beija-as delicadamente.
- Bom dia! – Diz ele
            Elas primeiro assustam-se e depois riem muito surpresas. Retribuem e seguem caminho, pensativas. O que teria provocado aquela mudança tão grande? E a voz tão diferente...! Aos cavalheiros dava-lhes um aperto de mão, e dizia «Bom dia!». Eles retribuem e comentam uns com os outros:
- Perdeu o Trombone?
- Parece que sim.
- O que aconteceu com ele?
- Está muito diferente.
            Todos comentavam a mudança do SR. CONE TROMBONE, muito surpresos. Quando se aproximaram do terreno, e quando todos contavam que o homem os expulsasse ou ligasse o seu TROMBONE para gritar, o SR CONE disse para estarem à vontade, e até convidou para entrar na sua casa, serviu café e chá e água, e ajudou os seus vizinhos quando os via carregados, ou nos trabalhos de campo.
O SR. CONE perdeu mesmo o TROMBONE, e tornou-se amigo de todos. Uns dias depois, enquanto passeavam pela zona, à noite, viram as fadas a festejar alegremente no terreno do SR. CONE, e foi então que perceberam que foram elas as responsáveis pela grande mudança do SR. CONE. Todos agradeceram!
Fim
Lálá

(28/Julho/2015)

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