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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O presente da Princesa Verona


A princesa Verona costuma aparecer na terra no Verão, chega no dia 21 de Junho, quando a princesa Vera vai de férias. 
Não é difícil saber que ela chegou, desfila com toda a sua beleza e sedução, todos sentem os seus passos leves, tão leves… que parece flutuar.
As suas roupas saltam à vista de quem passa, pelas suas cores ardentes, e arejadas, frescas, cheia de luz, brilho, alegria, sorrisos e risos. 
Ela é tão especial que contagia todos os seres humanos mais felizes, entusiasmados, procuram as praias, o mar, as montanhas, e tudo o que refresque. 
O Sol entrega-se completamente a ela, fica louco de paixão e desejo por esta princesa, eufórico…
Mas…esta princesa também vai de férias, para a chegada de outra princesa: a Outonia, não sem antes deixar um presente aos terráqueos porque sabe que todos ficam muito tristes quando vai embora. As duas são muito amigas, e encontram-se no dia 21 de Setembro.  
        Este ano a Princesa Verona não sabia o que deixar de presente, e pediu ajuda à sua amiga Outonia que chegou na noite de 20 para 21 de Setembro, com uma Lua Cheia enorme, luminosa, um céu cheio de estrelas, e um ar quente no cimo da montanha mais alta nos arredores da cidade. 
          A Lua sorri às duas.
- Amiga Outonia…fizeste boa viagem?
- Olá Verona, sim, foi muito longa, mas correu tudo bem, obrigada. Já vais embora não é?
- Sim! Vou de férias. Sei que eles vão ficar muito bem entregues. Mas não sei o que lhes deixar de presente desta vez! – Suspira a princesa Verona
            A lua tosse:
- Desculpa, princesa Verona, mas não concordo…acho que já deixaste um belo presente para eles…olha que não merecem tanto. Fartaram-se de pegar incêndios.
- Isso é verdade! – Responde a princesa Verona
- Até tu ficaste com alergias e doente, lembras-te? – Relembra a lua
- Sim, claro que me lembro… - Diz Verona triste
- Então, acho que não devias deixar nada. – Sugere a Lua
- A Lua tem razão, amiga. – Concorda a princesa Outonia
            Faz-se silêncio e as três ficam pensativas.
- Olha…se fazes mesmo questão de deixar alguma coisa…espera até de manhã, e aparecemos as duas juntas, numa dança… - Sugere a Outonia
- Não posso esperar. Tenho de ir andando…bom, este ano não deixo nada. – Diz a Verona
- Ou mandas depois. – Diz a Outonia
- Porque não fazem agora, vocês as duas? Pode ser que alguém vos veja…- Sugere a Lua
- É…também nos divertimos um pouco. O que achas? – Pergunta Outonia
- Está bem! – Concorda Verona
         As duas estalam os dedos, dão umas voltas, rodopiam perto do chão, e aparecem vestidas de gala. 
      Aparece logo o vento coscuvilheiro, e as fadas da Natureza, que começam a tocar com as suas harpas, flautas, violinos, violoncelos, ferrinhos e tambores.
As fadas sabem muito bem que música tocar, e as duas princesas dançam ao som das várias músicas, leves, lindas, de mãos dadas, a flutuar, e cruzam-se várias vezes.
Enquanto dançam, espalham magia por todo o lado, riem, rodam no ar, com os longos cabelos a esvoaçar, as árvores do espaço despertam, e dançam com as princesas…as suas folhas começam a desprender-se devagar, a medo, uma por uma, e também elas dançam umas com as outras, juntamente com as princesas.
Ainda ficam muitas nas árvores, aquelas que são mais tímidas, e que já estão tristes por saber que a princesa Verona vai embora. 
Cada princesa espalha as suas cores, o vento dá uma ajudinha, soprando-as em diferentes direcções, e elas juntam-se, separam-se, fazem rodas sempre a dançar, e a rir, misturam-se ao dar abraços, as princesas acariciam as árvores, e os seus troncos arrepiam-se de frio. 
Umas folhas que caíram dão as mãos e fazem um enorme cobertor de folhas para cobrir os ramos das árvores.
É uma noite cheia de música, de diversão, muitas gargalhadas e brincadeiras entre as duas princesas, as folhas e as árvores. 
Com os primeiros raios da manhã, as centenas de folhas que caíram adormecem no chão, aos pés das árvores, a Princesa Verona saiu discretamente, e silenciosa, suavemente, quando a princesa Outonia também se deitou e dormiu na relva fofa.
Na manhã seguinte, o sol aparece, e a princesa Outonia acorda com a claridade.
- Já é de manhã? Verona…
            Procura Verona pelos arredores, mas não a vê.
- A Verona já foi embora.
- Óhhh…! Não pode ser, e eu adormeci, sem falar mais com ela, ou sem lhe dar um abraço. Óh Verona, podias-me ter acordado! – Diz Outonia, triste
            Do sol, Verona responde:
- Outonia…dorme! Ainda é muito cedo.
- Porque é que já foste embora? Não te vi mais, nem falamos mais, nem te dei um abraço!
- Demos muitos abraços…vá lá, não fiques triste, se não também fico. Eu vou voltar, muito em breve!
- A sério? – Diz Outonia com um sorriso
- Claro que sim. Só chegaste hoje, mas eu ainda vou continuar aí contigo mais uns dias. Para fazermos mais umas festas! Gostei muito desta noite. – Diz Verona sorridente
- Eu também! Era por isso que eu já estava triste…a pensar que só nos veríamos daqui a uns meses! – Responde Outonia
- Não! Já devias saber que todos os anos eu fico contigo mais tempo…não te lembras?
- Claro que me lembro, mas vi-te com tanta pressa…
- Eu sou assim. Tu já chegaste, mas eu vou ficar mais uns dias. Este é o meu presente para os terráqueos, este ano…para lhes dizer que embora esses me tivessem mal tratado, acredito que vão melhorar, e que podem mudar…passar a tratar-me melhor. Vão apanhar um grande susto, vais ver.
- Com a tua presença?
- É! Mas daqui a bocado eu conto-te…agora descansa, que eu também vou descansar.
- Está bem. Obrigada, amiga!
- Obrigada eu…até já.
- Até já.
           As duas princesas dormiram um pouco, e voltaram a encontrar-se muitos dias seguidos. Foi um início de Outono muito seco, e com dias ainda muito quentes. 
        A princesa Verona ainda ficou mais dias, e queria assustar os humanos, mas estava mais preocupada em divertir-se.
A princesa Outonia é mais tímida, e chegou discreta, mas igualmente linda: vestida com cores: vermelhos, verdes, amarelos, cor-de-laranja, castanho claro e escuro, roxo. 
E este ano a princesa Outonia ensinou a sua amiga princesa Verona a construir lindos tapetes com as folhas, parecem mantas de retalhos, cheios de cores.
A princesa Verona adorou. Por isso é que vemos sempre tantas folhas espalhadas pelo chão, o que tem a sua beleza, pela mistura de cores, e variedade de tamanhos, formatos...
As crianças adoram andar por cima destes tapetes, mas nem sempre acaba bem…porque caem…principalmente quando chove.
Alem destas belezas, estes dois manos oferecem às pessoas: castanhas, frutos deliciosos como uvas, que fazem muito bem à saúde, milho, espigas, há muita alegria nas vindimas, fazem-se magustos, e os campos ficam lindíssimos.
Como as pessoas no Outono ficam mais tristes, a princesa Verona ficou muitos mais dias, com a sua amiga princesa Outonia, para as deixar mais felizes e mais bem-dispostas.
As duas princesas estiveram pouco tempo sem se verem, porque não tardou nada e chegou a Princesa Invernia, antes do dia previsto, com todas as suas belezas.
E vocês? Já sentiram a presença destas duas princesas? A Verona e a Outonia?
Que presentes já vos deixou a Princesa Verona antes de ir de férias?
E a princesa Outonia? Já viram os lindos tapetes que ela faz?


FIM
Lara Rocha 
(27/Agosto/2015)



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