Número total de visualizações de páginas

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

O mosaico da aldeia



   Era uma vez numa aldeia pequenina, com poucos habitantes, uma parede enorme, muito branca, que nem sabiam muito bem quem a tinha posto lá. 
     Todos os dias, um senhor olhava para aquela parede e sentia uma grande tristeza, um enorme vazio. Não sabia explicar porque sentia isso, mas não gostava daquela parede branca. 
     Um dia, um pintor sentou-se à janela da sua casa e olhou para a parede. Rabiscou uma tela, para tentar inspirar-se, mas não lhe saiu nada de ideias. Passou esse senhor que não gostava da parede branca, e comentou: 

- Não gosto nada desta parede branca! Provoca-me uma grande tristeza e um enorme vazio. 

- Óh, estou a ver. Sabe que eu também não gosto muito desta parede tão branca, mas às vezes quando olho para ela, consigo imaginar umas imagens. E que tal se experimentarmos desenhar aí alguma coisa...? Sem se preocupar se está bem desenhado ou não... 

- Hummm...eu não sei desenhar, mas se diz que não interessa se sei ou não desenhar...acho que consigo riscar ali qualquer coisa. 

- Isso. Força! 

- Vai fazer o mesmo? 

- Sim. Faça primeiro. 

- Com o quê? 

        O pintor dá-lhe um pincel e algumas tintas. O senhor fica a olhar para aquilo, sem saber o que pintar. 

- Arrisque! Não tenha medo, nem pense muito. Olhe para a cor que lhe chamar mais a atenção, ou misture algumas... 

        O senhor sorri. Molha o pincel um bocadinho em cada cor e salpica um cantinho da parede. 

- Que bonito! Deu-me uma ideia... 

          O pintor vai ter com ele, molha o pincel, com as mesmas cores, e faz uns traços soltos. 

- Áh! Parece o arco-íris. 

- Isso. Vamos dizendo palavras, e vemos se surge alguma coisa. 

     Os dois disparam palavras, as mais bonitas que conhecem, que transmitem boas mensagens, e vão desenhando sobre essas palavras, com cores, formas, pintas. 

    À medida que outros habitantes vão passando por lá, apreciam a parede, e o pintor convida-os a participar, dizendo as palavras mais bonitas que conhecem, e a desenhar alguma coisa que gostassem, onde quisessem ao longo da parede. 

      Este desafio é do agrado de todos, participam com entusiasmo, vontade e alegria. Uns fazem desenhos maravilhosamente perfeitos, lindos, outros coisas mais simples de que gostam. 

       Entre salpicos, pintas, riscos, vão nascendo: nuvens, flores, ondas, linhas, pássaros, casas, árvores, casais, crianças, peixes, fontes, cascatas, montanhas, avós, sol, chuva, e outros animais. 

        O pintor completa com a sua perfeição e com novas imagens que lhe surgem ao ver o que está lá. 

        Num instante, a parede fica completa. Uma verdadeira obra de arte, cheia de cor e vida, luz, amor. 

- Como está maravilhosa esta parede! Que orgulho! - suspira o pintor com um grande sorriso 

           Decidem fazer uma festa para inaugurar e apreciar a parede. Todos concordam, reúnem-se com petiscos, o pintor faz um discurso de agradecimento a todos os habitantes, dá os parabéns a todos, chovem fotografias para a parede, palmas, atá vai para o jornal das outras terras, que invadem a aldeia para ver ao vivo e de perto. A aldeia ganhou uma nova vida, e a parede ficou conhecida como o mosaico da aldeia. 

                                                   FIM 

                                             Lara Rocha 

                                                                                                                                 29/Janeiro/2021 

                    

                                                        

Sem comentários:

Enviar um comentário

Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras