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quinta-feira, 26 de março de 2020

sei que me queres tocar - monólogo sobre homossexualidade II


desenhado por Lara Rocha 

Sei que me queres tocar, mas não me tocas. Sei que me tocas com o olhar, mas porque não me tocas com essas tuas mãos perfeitas, que anseio por sentir nas minhas? Tens medo? O que te impede de realizares o teu desejo, que eu sei ser o mesmo que o meu.
          Não podes. A sociedade falsa não deixa, vai julgar, vai humilhar, e agredir. Sei que me queres dar a mão, porque não me dás? Porque somos do mesmo género, e vão logo pensar que temos um caso.
          Deixa-os pensar…pelos menos nós assumimos, ao contrário deles que traem por trás. E tu deixas-te levar pelo que os outros cheios de falsos moralismos, dizem. Porque cedes aos comentários desumanos, cheios de máscaras, e a rótulos xenófobos? Porque te escondes? Porque me escondes de todos? Porque estamos a sofrer, e a tocar-nos apenas com o olhar?
          Não importa o olhar dos outros, são invejosos, falsos. Os outros são uma barreira ao nosso amor. Um amor sincero.
          Amor. Palavra que a maior parte não sabe o que significa, mas nós sabemos, somos do mesmo género, mas feitos da mesma coisa que eles. Somos eles, e elas, porque temos de nos esconder do que dizem ser pecado? Então, todos nascemos do pecado, porque somos filhos e filhas, frutos do amor entre os nossos pais.
          O amor não tem género, nem propriamente motivo. Amor é liberdade, porque nos obrigam a esconder só porque os outros acham que não é normal? Só queremos e merecemos ser respeitados pela nossa escolha. Só porque amamos alguém do mesmo género, o que muda em nós como seres humanos? Nada!
           Amar alguém do mesmo género não deixa de ser amor, porque o amor não tem rótulo, nem tem de acontecer sempre entre pessoas de géneros opostos.
           Amor, esquece o que os falsos pensam e toca-me com as tuas mãos no meu corpo, que é igual ao teu! Amor, amo-te, ama-me sem medo, esquecendo o mundo lá fora. Somos humanos, precisamos de amor, do toque, do afeto, abraços, beijos...nada disso tem género! É simplesmente amor na sua autenticidade, em todo o seu significado, e amplitude. Amor é o que queremos, amor, sem género!

- Monólogo sobre a homossexualidade para adolescentes e adultos - 
para pensar… 
palavras de um poeta sem nome!   

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