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domingo, 28 de agosto de 2016

A floresta das quatro estações



Era uma vez uma floresta cheia aparentemente igual a qualquer floresta, cheia de enormes e centenárias árvores, animais raros, em vias de extinção, sol e sombra. Mas era só aparentemente, porque era realmente uma floresta muito diferente.

A entrada era feita por uma pequena gruta que tinha um guarda: um peixe grande, estranho, feio, que parecia muito assustador, carrancudo e antipático, mas na realidade, sempre que via alguém, olhava de cima a baixo, cheirava, e se achava que o visitante era do bem, sorria, cumprimentava e deixava entrar.

Puxava uma alavanca e abria-se uma cortina feita de grandes ervas, muito compridas que caiam de umas rochas. 
O visitante atravessava a porta, e entrava num lugar da floresta com uma temperatura muito agradável, nem calor nem frio, geralmente sol, não muito quente, uma aragem, um vento suave.

Por todo esse espaço havia flores, umas em botão, outras abertas, de todas as cores, e espécies, cada qual a mais bonita, flores que pareciam sorrir a quem passava, e dançar ao sabor do vento, leves…Viam gotinhas brilhantes pousadas e a reluzir com o sol, na relva fresca, do orvalho da noite.  

Ouviam sons de pássaros a cantar, árvores cheias de ninhos, uns com ovos, outros com passarinhos bebés, tocas nos pés das árvores, de coelhos, tocas nos troncos, de raposas, mochos, corujas e outras espécie de aves, borboletas e andorinhas. 
Ouviam o barulho de água a correr, viam sol e sombra, e umas vezes apareciam nuvens, o vento tornava-se mais frio, caiam umas gotas de chuva, e o sol voltava a brilhar.

Depois havia outra porta, feita com uma cortina de conchas, que faziam um barulho delicioso quando se tocavam e balançavam à passagem do vento leve e quente. 
Quando desviavam as cortinas, os visitantes punham os pés em areia, macia, fofa, branca, limpa e com uma temperatura agradável.

Caminhavam pela areia, viam palmeiras, e ouviam o som do mar vagaroso, muito baixinho, com rochas à mostra, água quentinha, transparente, onde se viam corais, pedras de todos os tamanhos e cores, peixes de muitas espécies diferentes, estrelas-do-mar, cavalos-marinhos, viam-se golfinhos muito próximo da costa, barquinhos, ouviam-se gaivotas, e podia-se mergulhar à vontade.

O sol começava a ficar cada vez mais quente, a escaldar, e as pessoas deitavam-se na areia à sombra de palmeiras, e dos seus guarda-sóis, depois mergulhavam, molhavam-se várias vezes e secavam-se, porque o calor era muito, e bebiam muita água, depois iam para as suas casas.

Saiam desse lugar, e encontravam uma porta feita de um tronco de uma árvore velha, que abria e fechava com um galho mais ou menos grande e grosso. Esse lugar era mais fresco, o vento umas vezes era quente e forte, outras vezes era fresco, frio e forte, mesmo com sol que era mais fraco.

Havia mais nuvens, às vezes chovia, e a paisagem era um bocadinho mais escura, as folhas das árvores caiam às centenas, e eram em tons de vermelho, castanho, amarelo, verde, roxo. 
Viam-se nozes no chão, castanhas, umas nos ouriços, outras fora dos ouriços, bolotas espalhadas por todo o lado, e os varredores da floresta amontoavam as folhas aos pés das árvores, mas vinha o vento e elas que adorava as folhas, principalmente vê-las a dançar, soprava-lhes forte, elas rodopiavam outra vez, e faziam quase uma chuva de folhas de várias cores. Que lindo espetáculo, mas coitados dos varredores.

Viam uvas, maçãs e peras, milho alto, espigas, e muitos outros produtos da terra típicas que só apareciam nessa época do ano. 
Os seus habitantes apanhavam tudo o que a terra lhes dava, para ganharem dinheiro com as utilidades e coisas deliciosas que faziam com esses brindes da natureza. Faziam festas típicas, andavam mais agasalhados e a natureza era um bocadinho mais triste.

Por fim, chegavam à última porta, que era feita de uma nuvem escura, macia mas espessa. Atravessavam a porta e sentiam logo um vento gelado, que atravessava a pele e gelava todo o corpo. Quase não havia natureza, toda a paisagem era gelo, um manto branco, e sentiam flocos de neve a cair na cara, nas mãos, na cabeça…

Os seus habitantes passeavam enchouriçados de roupa, quase só com os olhos de fora, praticamente não havia animais a circular, o céu estava quase sempre escuro, o sol quando aparecia era tão fraquinho que quase nem se sentia, só trazia um bocadinho mais de claridade. Dos telhados das casas via-se sair fumo, das lareiras e das cozinhas.

Só havia uma grande festa, que aparentemente cortava todo o frio… a que chamavam o Natal…aquecia os corações, porque juntavam-se muito mais nas casas uns dos outros, e também vendiam muitas coisas.

Era uma floresta que tinha as quatro estações do ano num só lugar! Uns visitantes conheciam todas, e depois instalavam-se alguns dias ou semanas no lugar da estação do ano que mais gostava…Primavera…Verão…Outono e Inverno.

As que tinham mais visitas eram a Primavera e o Verão, porque seria? Porque há mais luz, mais vida na natureza e mais alegria.


Se fossem a esta floresta, para que cantinho iam? Porquê? O que encontrariam lá, além disto? Ou encontrariam coisas diferentes? Desenhem ou pintem, ou escrevam sobre a vossa estação do ano preferida.

 

FIM

Lara Rocha 

(27/Agosto/2016)

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