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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Uma prenda de Natal da Fadinha


NARRADORA - Era uma vez uma pequenina fadinha, que uns dias antes do Natal quis oferecer alguma coisa de muito especial aos meninos que estavam doentes. A fadinha ficava triste, ao pensar que alguns meninos não tinham Natal com as famílias, nem podiam ir para casa. De repente, quando passeava pela floresta, e voava à volta do lago mágico, deixou de ter pena dos meninos e pôs mãos à obra.
FADINHA – Não! Pára! Não podes ter pena delas…penas…têm alguma animal, e a pena…bloqueia-te. A tristeza diminui os teus poderes!
NARRADORA – Aparece a linda sereia de prata, brilhante, e de longos cabelos pretos, com olhos verdes.
SEREIA – Tens toda a razão. Não sei porque estás triste.
FADINHA (sorri) – Ai, que susto.
SEREIA (ri) – Desculpa.
FADINHA (sorri) – Já estavas aqui há muito tempo?
SEREIA (sorri) – Algum.
FADINHA – Ouviste as minha lamurias?
SEREIA (ri) – Sim, é o que eu faço todos os dias…ouvir lamúrias.
FADINHA – E não ficas triste?
SEREIA – Não! Apenas…ouço. Mas…o que fazes por aqui a esta hora, além de…qualquer coisa a ver com penas…?
FADINHA – Vim passear, e pensar um bocadinho sobre umas coisas.
SEREIA – Posso saber que coisas?
FADINHA – Estava a pensar nos meninos que estão no hospital, doentes, que não podem ir a casa.
SEREIA – Sim, deve ser mesmo muito triste. Mas porque te lembraste dessas coisas tão tristes…? É Natal…
FADINHA – Por isso mesmo.
SEREIA – Não. O Natal não é tristeza…quer dizer…pelo menos não devia ser.
FADINHA – Pois não.
SEREIA – Mas, o que te adianta ficares triste a pensares neles?
FADINHA – Eu estava a pensar oferecer alguma coisa muito especial, mas não sei bem como fazer.
SEREIA – Deixa-me adivinhar…uma coisa muito especial, para meninos que estão no hospital…Huummm…a cura deles!
FADINHA (sorri) – Sim, é isso mesmo. Mas não sei médica.
SEREIA – Não precisas de ser médica para lhes dar a cura.
FADINHA – Não?
SEREIA – Não.
FADINHA – Não estou a ver como…!
SEREIA – Não vês? Estarás a precisar de óculos, ou de uma lanterna…?
FADINHA (ri) – Não…acho que vejo bem, só não estou a ver como vou fazer essa cura.
SEREIA – É muito fácil.
FADINHA – O que tenho de fazer?
SEREIA – Primeiro…pede uma bola de água.
FADINHA – Uma bola de água?
SEREIA – Sim.
FADINHA – A quem?
SEREIA – Ao lago! E põe as tuas mãos na água.
FADINHA – Quero uma bola de água.
NARRADORA – A fadinha põe as mãos na água do lago, e pede uma bola de água. Forma-se um grande buraco no lago e de repente um enorme chafariz que projecta a bola.
FADINHA – Áh! Que linda bola! É enorme! Uau! E agora? O que faço com ela?
SEREIA – Agora…vamos enchê-la com várias coisas.
FADINHA – E onde vou buscar essas coisas?
SEREIA – Elas estão aqui! Em ti!
FADINHA – Áh! Em mim?
SEREIA – Sim, em ti. Tu tens poderes…!
FADINHA – Áh. Pois tenho! Já me esquecia…mas não tenho poderes para tudo.
SEREIA (ri) – Esqueceste-te que tinhas poderes? Como?
FADINHA (ri) – É que…eu sou criança e gosto de ser como sou, como as outras crianças…gosto de…brincar como elas, de dar e receber carinho, de saltar, correr, dançar, cantar, gritar, cair, sujar a roupa, rebolar na terra, rasgar a roupa…tudo o que elas fazem.
SEREIA – Sim, está bem, mas todas têm poderes.
FADINHA – Sim, eu sei, mas não gostamos de os usar de qualquer maneira. Só quando é preciso.
SEREIA – Aqui são precisos, por isso podes ajudar. Tu, e as tuas amigas. Há muita gente que gostava de ter poderes, principalmente os bons.
FADINHA – Sim, eu sei. Eu também gosto de os ter, principalmente porque posso ajudar muita gente!
SEREIA – Claro, e vais ajudar as crianças. Vamos lá…começar. Pede o que eu pedir…com as mãos na bola, e pede para ti, só para o teu pensamento.
FADINHA – Está bem.
SEREIA – Fecha os olhos, e concentra-te. (p.c) Preparada?
FADINHA – Sim.
SEREIA – Mantém-te com os olhos fechados.
FADINHA – Entendi.
SEREIA – Água! Minerais! Diamantes! Cristais! Sais! Gotinhas de arco-íris! Sorrisos de bebés! Estrelas! Lavas de vulcão! Pedras quentes! A força do Universo! Lágrimas! Salpicos de amor! Pingas de carinho! Fios de Lua Cheia! (Silêncio) Agora…tudo se vai misturar. Podes abrir os olhos.
NARRADORA – A bola enche-se de tudo o que a Sereia disse, e a Fadinha repetiu em pensamento. A enorme bola, torna-se ainda maior, e tudo no seu interior se mistura, e mexe. A bola rebola de um lado para o outro, como se fosse uma máquina de lavar e pára. A fadinha aprecia, maravilhada, e solta grandes exclamações ao ver tanta luz dentro da bola.
FADINHA (sorri) – Áh! Que lindo! E agora, o que se faz com ela?
SEREIA – Agora…pegas na bola e distribuis nos quartos dos meninos que estão doentes nos hospitais, e às mães. Aí dentro estão bolinhas mais pequeninas, e cada menino vai receber uma.
FADINHA – E eu tenho de tirar as bolinhas daqui?
SEREIA – Não! Só tens de chegar aos quartos, dar um beijo na bola grande, e a bolinha mais pequena sai naturalmente, e abre-se sobre as crianças.
FADINHA – Mas o que têm as bolinhas mais pequenas?
SEREIA – Têm tudo o que essa bola grande tem…tudo o que aí metemos. São bolinhas carregadas de amor, saúde e cura.
FADINHA (sorri) – Áh! Está bem.
SEREIA – Chama as tuas amigas para ser mais rápido.
FADINHA – Isso. Boa ideia.
SEREIA – Vão! Não percam tempo…
FADINHA – Até já…muito obrigada.
SEREIA (sorri) – De nada…até já.
NARRADORA – A fadinha pega na bola gigante, feliz, e chamas as amigas. Todas ajudam a carregar a bola, que é leve, mas vão juntas para a distribuição ser mais rápida. A cada beijo delas, saem as bolinhas, naturalmente, como tinha dito a sereia, e cada fadinha distribui pelos quartos dos meninos, durante toda a noite. Cada bolinha sabe a sua função. No dia seguinte, de manhã, os médicos fazem exames aos meninos, que estranhamente estão felizes, sorridentes, com pele rosada, e uma energia nunca vista. As mães estão surpresas, mas felizes, ainda que não saibam o que se passa. No dia seguinte, os médicos das crianças reúnem-se com as mães, e estão boquiabertos, muito felizes. As mães estão muito nervosas, e com medo.
MÉDICO CHEFE – Queridas mães…temos noticias para vocês, dos vossos filhos!
MÃE 1 – Ai, diga doutor…sejam quais forem.
MÃE 2 – Estou a ficar muito nervosa.
MÃE 3 – Acho que é hoje que me atiro abaixo da janela com o meu filho.
MÉDICO 1 – Por favor, não diga isso, nem num momento de grande desespero.
MÃE 3 – O doutor não entende o nosso desespero e angústia, por termos um filho tão pequeno, com uma doença daquelas, pois não?
MÉDICO 1 – Sim, entendo. Mas não é caso para tanto…há sempre uma saída.
MÉDICO-CHEFE (sorri) – Calma…tenham calma! Não vai ser preciso chorarem mais, nem pensar no pior, nem passar os dias aqui no hospital.
MÃES (suspiram) – Ai, valham-nos todos os deuses!
MÃE 2 – O que quer dizer com isso, doutor?
MÃE 1 – A situação é assim tão grave?
MÃE 3 - Muito mais do que o que nós pensávamos?
MÉDICO-CHEFE – Não! Muito pelo contrário. As notícias que tenho para vocês não podem ser melhores! (As mães dão as mãos umas às outras) – Os vossos filhos, estão curados! Por incrível que pareça…estão curados! Os valores estão excelentes. Não há qualquer sinal de doença. Os vossos filhos podem ir para casa, e viver as suas infâncias como todas as outras crianças…cheias de saúde, alegria, energia…podem correr, saltar, brincar, rir, cair…tudo!
NARRADORA – As mães suspiram de alívio, felizes, e emocionadas, abraçam-se e beijam-se umas às outras.
MÃES (gritam, sorridentes) – Vencemos!
MÃE 1 (feliz) – Os nossos filhos, venceram, e fizeram-nos vencer.
MÃES (felizes) – Sim.
MÃE 2 (sorridente) – São uns lutadores.
MÃE 3 (feliz) – E o nosso amor por eles, também teve a sua parte na cura.
MÃES – Claro.
(Abraçam os médicos, e beijam-nos).
MÃES – Muito obrigada, doutores.
MÃE 1 (feliz, grita) – Milagre!
MÃE 2 – As nossas preces foram ouvidas.
MÉDICO – CHEFE (sorri) – Nós também estamos muito felizes, e surpresos…não sabemos como é que esta recuperação sem tratamentos aconteceu…e tão rápido.
NARRADORA – Pouco depois, saem com os filhos, orgulhosas e felizes, e o mesmo acontece em todos os outros hospitais por onde passaram as fadinhas. O seu presente foi mesmo muito especial. A fadinha saltita feliz, e ri de alegria. Vai logo a correr contar às amigas e agradecer-lhes a ajuda, e todas felizes, vão agradecer à sereia do lago.
TODAS – Muito obrigada, sereia! E Universo, por atenderem ao nosso pedido.
SEREIA (sorridente) – De nada…tu mereces! Foi um prazer ajudar-te, e contribuir para a recuperação dos meninos.
FADINHA (sorri) – Tu tinhas razão…os ingredientes estavam mesmo aqui. Dentro de nós.
SEREIA (sorri) – Claro que sim.
NARRADORA – E todas festejam alegremente. Para as mães e para os meninos, foi com certeza uma bela prenda de Natal, antecipada, porque ainda faltavam uns dias. Às vezes recebemos presentes inesperados, mesmo quando não é Natal. A saúde é um dos maiores presentes que recebemos, e esse não vem embrulhado em papel, nem é dado por alguém…às vezes, só lhe damos valor, quando infelizmente ela escapa, e ficamos doentes. Devemos cuidar dela, como se fosse um presente de todos os dias, muito especial e muito delicado. Que esta bola de luz chegue a cada menino doente, e que possa curá-los a todos, levando-os para casa e para que sejam felizes, com a sua família…outro dos grandes presentes que podemos receber todos os dias! Que todos tenhamos uma boa saúde, e estes dois maiores tesouros do mundo, que se encontram muito perto de nós! Feliz Natal.

Fim
Lálá
(18/Dezembro/2013)




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