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terça-feira, 11 de abril de 2017

A MENINA E AS CEREJAS

                         

 Era uma vez uma menina que foi passear por um dos campos da sua casa, num dia de muito sol e calor. Levou um vestido comprido, colorido, com folhos, e chapéu largo para lhe tapar o sol. Pelo caminho, quis tirar os chinelos para sentir a terra, e andou sem pressa.
      Parou debaixo de uma gigantesca cerejeira, carregada de lindas cerejas vermelhas, e sorriu encantada. Quis apanhar algumas, mas não chegava.
- Óh, que lindas cerejas. Dá vontade de comer esta árvore toda, só de olhar para aquela cor, e aquele tamanho. Hummm...cerejas...que delícia. Mas estão tão altas! Como é que eu vou chegar-lhes? Já sei, se encontrar um gato, eu peço-lhe, eles conseguem subir às árvores. Já tentei subir às árvores noutras alturas, e não correu bem. 
        Nem de propósito passa um gato da sua grande família de gatos, a desfilar, muito atento, a seguir um pequenino passarito que voava. 
- Ei, mesmo a jeito... - Diz a menina a sorrir. Óh bichano, podes fazer-me um favor...? Não te importas de subir a esta árvore para me apanhar umas cerejinhas...? 
         O gato nem para ela olhou, só estava fixo e preocupado com o pássaro que seguia. 
- Ei...óh gato...vá lá...! 
      O gato seguiu caminho, a menina voltou a olhar para a árvore e passou outro gato a correr desenfreado. Ela chamou-o, e pediu: 
- Óh gatinho, podes fazer-me um favor... (o gato para a olhar para ela) Podes subir a esta árvore para me cortar umas cerejinhas? 
- Desculpa, não contes comigo. Tenho muito medo de subir às árvores. Não gosto de alturas. (o gato desata a correr) 
- Um gato com medo de alturas...e de subir a uma árvore? Nunca vi. Deve ser má vontade. Mau...! E uma borboleta, será que me pode ajudar?
        Vê uma borboleta, e pergunta-lhe: 
- Olá linda borboleta. Podes ajudar-me, por favor? Podes cortar-me daí umas cerejinhas? É que não chego aí. Já tentei subir ao tronco, mas escorreguei. 
         A borboleta ri: 
- Desculpa, eu gostava muito de te ajudar, mas as cerejas são demasiado pesadas, e não tenho nada para as cortar. 
        A menina fica triste: 
- Óh...e agora? 
        A borboleta segue o seu voo. Vou tentar subir à árvore outra vez. Tentou subir, mas escorregou, felizmente só ficou sentada no chão. A seguir viu um enorme caracol e pediu que a deixasse subir para a sua carapaça, ele deixou mas sabia que não ia conseguir, porque o caracol não era assim tão grande, ainda ficava longe da árvore.
        A menina agradeceu, desceu e tentou subir por uns cogumelos grandes que estavam aos pés da árvore, mas nada feito...só os esmagou com os pés, e ainda por cima ficou cheia de comichão. Foi lavar os pés a um rego de água e voltou à árvore, ficou a pensar como iria chegar às tão apetitosas cerejas. 
        Viu um passarinho a voar e pediu-lhe ajuda, disse-lhe que queria cerejas, que já tinha experimentado várias maneiras de subir à árvore, mas não conseguia. O simpático passarinho cortou com o biquinho umas quantas cerejas, que a menina apanhou em baixo, levantando o seu vestido, para fazer de balde. A menina ficou radiante, e muito agradecida ao passarinho, que também ainda se deliciou com algumas cerejas. Pelo caminho, a menina ainda pediu ao passarinho que apanhasse uns lindos e enormes girassóis para oferecer à sua mãe e às suas Avós, e tias. Este levou-os no bico até casa da menina. 
       Toda a família ficou orgulhosa, feliz e agradecida à menina, puseram as cerejas num balde e foram comendo conforme lhes apetecia. As senhoras a quem ela ofereceu os girassóis ficaram todas felizes, e como recompensa, para agradecer ao passarinho, a menina arranjou-lhe abrigo para os dias frios que se avizinhavam, e era costume na sua terra. Uma casotinha num velho tronco de uma árvore, tapou os outros buracos do tronco com um cobertor, e preparou uma bela cama para o passarinho, macia, protegida do vento e do frio, água e comida. Mesmo com o frio, a menina ia visitar o passarinho, conversar com ele, dar-lhe carinhos, e perguntar se precisava de alguma coisa. Entretanto o passarinho arranjou novos amigos na casa da menina, que se tornaram como uma família. 

                                                                             FIM 
                                                                             Lálá 
                                                                    (11/Abril/2017) 

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