Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 30 de junho de 2015

Os castelos de areia

Era uma vez quatro famílias de pais, mães, e filhos, amigas umas das outras, que foram para a praia de manhã bem cedo, num dia que prometia ser muito quente.
Sentaram-se à beira do mar, que estava baixinho, cheio de possecas, e construíram com baldes e pás dois enormes castelos, tão perfeitos e com tantos pormenores que pareciam verdadeiros.
Tinham várias torres, janelas e portas, tão bem feitas, que se podia andar lá dentro, quer dizer, os humanos não, mas os animais cabiam à vontade. Os adultos estavam tão divertidos como as crianças, e faziam competições para ver quem construía melhor.
Os castelos estavam umas verdadeiras obras de arte, por isso mereceram centenas de fotografias, muitas gargalhadas e diálogos inventados como numa história ou numa peça de teatro. O sol estava a ver tudo de cima, e até ele ficou espantado, encantado.
Na hora de mais calor, todos saem da praia e os castelos ficam inteiros. O sol ficou a arder de curiosidade, e como não podia ir lá ele, lançou um raio muito fino e comprido, para que este lhe contasse tudo.
O raio passeou por todo o castelo e descreveu ao sol todos os pormenores que existiam no interior dos castelos. Enquanto ouvia as descrições, também começou a sonhar acordado e a imaginar-se nesse castelo com a Sol dos seus sonhos ou a Lua ou uma estrela…e fez questão de transformar a areia quase em pedra, para que os castelos aguentassem mais tempo.
Ele tinha a certeza que mais alguém que bem conhecia também ia adorar, e o seu raio tratou do resto: disse às fadas do mar, às sereias e às estrelas-do-mar que aquela noite traria uma prenda muito especial para elas. Elas estavam ruídas de curiosidade, e ansiosas que chegasse a noite para verem a surpresa. Não era todos os dias que tinham surpresas, muito menos vindas do sol.
O mar continuou longe dos castelos, e nessa noite, estava uma lua cheia gigante, luminosa, parecia quase dia. Umas fadas que viviam nas rochas da praia voaram e repararam naquelas obras de arte…aqueles castelos enormes, feitos em areia e tão perfeitos.
- Áh! Que lindos castelos… - Dizem todas as fadas
- Quem fez isto? – Pergunta uma fada
- Estão maravilhosos. – Comenta outra fada
- Esperem aí. O sol disse que teríamos uma surpresa esta noite, será que é esta? – Lembra outra fada
- Claro! – Respondem todas
            E ouve-se a voz do sol no espaço:
- Sim, é mesmo essa a surpresa…estes enormes e belos castelos feitos de areia.
- Ááááááhhhh… - Exclamam todas
- Maravilhosos. – Comenta outra fada
- Obrigada sol! – Dizem em coro
- Eu sabia que iam adorar. Agora o resto é convosco! Divirtam-se, e aproveitem enquanto o mar está longe. – Diz o sol a rir
- É isso. Muito obrigada…
            Elas chamam as fadas da luz, que rapidamente aparecem e iluminam todo o castelo com o seu rasto, não precisam de muita luz porque a lua já tem bastante, mas dentro dos castelos era preciso.
E mesmo sem esperarem pelas fadas da praia, as sereias e as estrelas-do-mar vão à praia e ao ver aquelas luzes todas gritam em coro:
- Castelos…? Uau! Áh, que lindos…
            E nadam rapidamente até lá, cumprimentam alegremente as fadas.
- Então era esta a surpresa? – Perguntam as sereias e as estrelas-do-mar em coro
- Isso mesmo! – Respondem as fadas a sorrir
- O sol é mesmo querido. – Comentam todas
            As fadas cozinheiras aparecem com tabuleiros recheados de pequenos petiscos como os que só elas sabem fazer.
- Não há festa com esse nome, sem petiscos, não é verdade…? – Diz a fada cozinheira chefe
            Todas ficam surpresas e aplaudem. Não sobra nem uma migalha. Os cavalos-marinhos perguntam se podem participar na festa, e também ficaram. Chegam as fadas da música que são adoradas por todos os animais da praia e a festa começa a sério, enche-se de alegria, muita dança, muitas entradas e saídas dos castelos, muitos risos e conversas cruzadas, e amizade. Parece que estão ligados à corrente eléctrica, nessa noite ninguém dormiu, até que com os primeiros raios de sol estavam finalmente muito cansados, e adormeceram onde pararam.
Quando os humanos chegaram tiveram uma bela surpresa: os castelos ainda estavam de pé, tudo direitinho, e pela área dos castelos, viram dezenas de estrelas-do-mar, pequeninas fadas a dormir nas varandas dos castelos, caranguejos e sereias a dormir à fresca, dentro dos castelos, cavalos-marinhos a dormir em sítios que nunca pensaram que seria possível, e búzios por todo o lado.
Os adultos começam a fazer muito barulho com a alegria da surpresa, tiram centenas de fotografias, que as fadas, as sereias, as estrelas-do-mar e os cavalos-marinhos acordam e desatam a fugir assustados.
De um momento para o outro, o mar sobe, fica muito agitado e destrói os castelos num abrir e fechar de olhos, e ainda dá uma bela banhoca aos humanos, que fogem mais para cima, muito zangados.
- Pelo menos ficaram as fotografias. – Comenta um dos pais
Nesse dia não houve possecas…só houve mar revolto. Será que o mar ficou com ciúmes? Uns dias depois, gostaram tanto da experiência que quando o mar voltou a descer, os humanos construíram outros castelos, e os animais fizeram outras festas.
E vocês já construíram castelos na areia quando foram à praia?
Esses castelos foram visitados por fadas, sereias e cavalos-marinhos ou estrelas-do-mar?
Gostavam que isso acontecesse?
Quem gostariam que invadisse o vosso castelo de areia?

FIM
Lálá
(29/Junho/2015)

     

Sem comentários:

Enviar um comentário

Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras