Número total de visualizações de páginas

sábado, 6 de junho de 2015

No jardim do moinho

foto de Lara Rocha 

Era uma vez uma casa num recanto escondido de uma floresta, um antigo moinho de uma família muito rica. Dessa família só uma rapariga ainda jovem quis ficar com o moinho, que todos os mais velhos diziam não servir para nada…achavam que esse moinho não passava de um molho de pedras.
Para essa jovem passou a ser a sua casa, pois ficava muito perto do seu local de trabalho, e assim poupava dinheiro. Mobilou o moinho, com a ajuda dos amigos que lhe deram muitos móveis de que já não precisavam ou não gostavam.
Uns restauraram umas coisas, e reconstruíram outras, outros concertaram cadeiras, mesas, sofás e montaram a cozinha, a luz elétrica, água, lareira, fogão, frigorífico, tinha tudo! O moinho não tinha divisões, como outra casa qualquer, mas ela conseguiu que tudo o que precisava coubesse no espaço que tinha disponível, e ficou maravilhosa.
O moinho tinha um anexo, e outro andar por cima, com um grande e agradável terraço onde a jovem adorava estar, ver a paisagem, descontrair e meditar, ou apanhar sol. Sentia-se muito bem no seu moinho, tinha jardim e horta onde não faltavam quase todos os alimentos que se podem cozinhar e comer, por isso, quase não fazia compras. Os seus pais iam muitas vezes visitá-la ao moinho, almoçavam, passeavam e jantavam e ajudavam-na sempre.
Uma noite ela foi ao terraço porque viu da janela de baixo algo diferente no jardim. No inicio teve medo, mas também não ficava descansada se não fosse ver o que era, e saber se estava em segurança.
De cima, teve a certeza que havia algo de diferente…umas flores que brilhavam no escuro, como os pirilampos.
- Será que estão pirilampos presos ou fechados naquelas flores? Nunca vi…se calhar, como vem chuva amanhã abrigaram-se ali, talvez não consigam voar…! Mas…estão muito quietas e as suas luzes estão acesas.
Viu a sombra dos gatos vadios que ela alimenta, cheirarem as flores de onde se viam as luzes iguais às dos pirilampos mas que não mexiam. Os gatos começam a miar…estão desconfiados.
Antes que ela perguntasse mais alguma coisa, uma bela surpresa acontece…as flores abrem uma por uma, e de cada uma sai uma bailarina pequenina, graciosa e levezinha, com asinhas finas, que se assustam quando veem os enormes olhos dos gatos.
Quando percebem que são os gatos respiram de alívio e mudam de cor a cada pequenino movimento que fazem. A jovem assiste completamente rendida.
- Áh! Mas o que é isto? Estarei a ver bem?
Desce as escadas do terraço e vai para o jardim, junto das flores. Sim…está a ver mesmo bem! As pequeninas bailarinas são mesmo mágicas…de cada flor de onde elas aparecem, ouve-se uma música diferente, e cada bailarina dança ao som dessa música.
Elas fazem lindas danças, espalham luz e cor por todo o jardim, voam de flor em flor e dançam a música de cada uma. A jovem aplaude, e segue todos os movimentos encantadores das pequenas, com um enorme sorriso, toda enternecida e com os olhos muito brilhantes.
São pequeninas fadas que foram enviadas a pedido das crianças com quem a jovem trabalha, que a adoram, e que lhe retribuem todos os dias todo o carinho e atenção que ela lhes dá, com beijos, abraços, desenhos, flores, mimos e mais mimos. Desta vez, o mimo foi enviar fadinhas bailarinas, cheias de luz, para alegrar e fazer companhia à jovem.
A fadinha chefe diz-lhe:
- Olá, boa noite! Viemos alegrar a tua noite e fazer-te companhia, a pedido de umas crianças que conheces muito bem e que querem mostrar-te o quanto te adoram…
E a outra fadinha acrescenta:
- O quanto te adoram e o quanto te agradecem tudo o que lhes dás.
- Já sei quem são! Óh! Que queridas, e queridos…todos os dias dão-me mimos. Dou-lhes o meu melhor e eles merecem…retribuem.
- Verdade! – Dizem todas
- Eles acham que nunca é demais… - Diz outra fadinha
- Obrigada! Tão lindas que vocês são. Adorei ver-vos dançar. Se estiverem com eles, dêem-lhes um beijinho muito repenicadinho como aqueles que lhes dou, com desejos de boa noite e bons sonhos. Adorei a surpresa.
- Daremos o recado! – Garante uma fadinha
- Vamos para lá agora. – Diz outra
- Tomem conta deles e dos seus sonhos. – Pede a jovem
- Fica descansada! – Dizem todas
- Serão sempre muito bem-vindas à minha casa! – Diz a jovem sorridente
- Voltaremos! – Garantem
- Aqui tens flores que adoramos. – Diz outra fada
- São vossas! – Diz a jovem a sorrir
- Até já. – Dizem todas
- Até já. – Responde a jovem
E as fadinhas bailarinas voltam para o quarto das meninas e dos meninos, dão-lhes o recado, e eles até dormem melhor nessa noite. Gostam tanto do jardim à volta do moinho que nessa mesma noite vão lá dormir, outras dormem nas beiradas das janelas do moinho e outras no terraço.
Todas as noites elas dançam para a jovem que as aplaude e segue todos os seus movimentos, às vezes até dança com elas. Elas trazem uma nova luz ao jardim e ao moinho, e uma nova cor e alegria às noites da jovem.

                                                           FIM
                                                           Lálá
                                                     (6/Junho/2015)  


Sem comentários:

Enviar um comentário

Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras