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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O DUENDE DOS PÓLENS

    

     Era uma vez um pequeno duende em tamanho, mas enorme por dentro, com um mega coração, cheio de bondade. Gostava muito de brincar e também trabalhava muito. Era um pouco distraído, mas muito engraçado e sempre pronto a ajudar.
     Na floresta onde vivia quase não tinha descanso. Parecia eléctrico. Quando conseguia parar uns minutos, uma das suas actividades preferidas era sentar-se na berma de um rio a ouvir a água a cair. Respirava fundo, e recuperava novamente a energia.
         O seu trabalho era recolher pólen das flores. Percorria quilómetros pela floresta, e parava em cada flor que via. Dizia bom dia, tinha sempre um sorriso que encantava, e falava com elas. Pedia autorização e às vezes eram elas que escolhiam o pólen mais adequado para o que ele precisava. No fim, agradecia e acariciava-as.
Uns saquinhos eram para a fábrica de transformação, onde o pólen servia para rebuçados, sabonetes, cremes, xaropes, almofadas perfumadas, mel, velas e outras aplicações. Outros saquinhos eram para ele.
Um dia, a fábrica foi obrigada a fechar, pelo menos enquanto não surgiam novas ideias. Precisavam de inventar outras utilidades para o pólen, pois todos os produtos começaram a ser pouco vendidos.
O duende ficou um pouco triste, mas não desistiu. Aproveitou para conhecer um pouco mais a floresta, e descansar. Inicialmente até estava a gostar dessa folga, mas passados uns dias ficou impaciente.
Isolou-se numa pequena gruta, cheia de mimos da natureza, que ele adorava. Perguntou ao rio o que fazer. Não teve resposta. O rio seguia o seu curso normal, e ele ficou sem resposta.
Saiu, e foi pegar nos seus instrumentos musicais. Colocou uns pozinhos de pólen e tocou. Dos instrumentos começaram a sair notas musicais feitas de pólen, que dançaram à sua frente, como belas fadas, e outras com caras de bebés sorridentes e davam risadinhas. Algumas tinham um cheiro delicioso, e pareciam bolas de sabão. Ele dá uma gargalhada:

- O que é isto?

       As notas musicais feitas de pólen, continuam a sair dos instrumentos aos milhares, e quando se juntam ou cruzam, fazem sons diferentes. Ele dança com elas, feliz, e foi quando lhe surgiu uma nova ideia: levar música e a magia do pólen a quem precisava, por exemplo, os que estavam doentes.
          Pôs pés ao caminho, e dirigiu-se ao hospital da cidade. Levou os instrumentos, e começa a tocar na sala de espera. Aconteceu o mesmo: as notas musicais voam em forma de pólen, por toda a sala, e fazem belas melodias quando se juntam. Todos ficam boquiabertos, aplaudem, riem, e todo o ambiente, todos os doentes fica contagiado por uma energia leve, deliciosa, perfumada, e saudável. Mesmo os que estavam mais doentes, ganham novamente saúde, ao ver aquele espectáculo, e as notas musicais desafiam-nos a dançar.
            Ele segue pelos corredores, e em cada quarto faz o mesmo espectáculo…quase magicamente, todos ficam curados, com o seu sorriso, e as suas músicas.
            No final desse dia ficou com o coração cheio de alegria e no dia seguinte, volta a trabalhar na fábrica que reabriu. Contou o que aconteceu, e o director da fábrica cria mais um produto novo. Flores musicais, onde estão armazenadas as notas musicais que o duende toca e que saem dos instrumentos. Vende-se aos milhares por dia.
            O duende ganhou agora mais outro trabalho: além de recolher o pólen das flores, ainda toca instrumentos para as suas notas musicais preencherem as flores, e curarem. São lindas, e tocam melodias muito doces.
            Mesmo com tanto sucesso, o duende do pólen continua a ser o menino simples, simpático e mágico que era antes.

FIM
Lálá
(6/Fevereiro/2015)



1 comentário:

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