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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Os barquinhos


Era uma vez um menino que construiu vários barquinhos. O primeiro foi em papel. O menino lançou-o ao rio, mas pouco tempo durou, porque o papel desfez-se.
- Óh! Que pena.
Construiu outro em esponja. O menino lançou-o ao rio. A esponja boiou algum tempo, mas com tanta água, ficou muito pesada e afundou.
- Mas…onde foi parar a esponja…? Como é que ela se afundou? Ou foi alguém que a roubou?  
Depois, o menino construiu outro, com uma casca de bolota, que pintou e lançou ao rio. Acompanhou-o até que o barquinho caiu numa cascata, desceu rapidamente e mergulhou.
- Não posso acreditar! Óh…volta, barquinho, volta…
Mas o barquinho não voltou. A casca de bolota serviu de alimento a uma tartaruga que vivia por trás da cascata, que viu a casca e comeu, mas depois por causa da tinta, a tartaruga ficou mal-disposta. Tomou um chá de algas e tudo passou.
- As tartarugas comem cascas de bolotas? Não…! Ela não deve ter comido…acho eu. Aquilo era muito duro, e tinha tinta.
O menino ficou muito triste porque perdeu o barquinho de casca de bolota. Voltou para casa e construiu um barquinho de nenúfar. Lançou-o ao rio. O barquinho seguiu ligeirinho e o menino acompanhou-o para ver onde ia parar. Mas o barquinho de nenúfar, foi parar à boca de uma fada do rio, que o comeu deliciada, num abrir e fechar de olhos. Ela adora comer nenúfares.
- Que atrevida…! Gulosa! Isso não é para comeres…! – Ralha o menino
- Também querias? – Pergunta a fada do rio
- Não era para comer! – Diz o menino
- Olha, veio parar aqui, é porque é para comer. Tudo o que vem à rede é peixe. – Diz a fada.
- Isso não é peixe.
- Pois não…é muito melhor que peixe! Huummm…estava mesmo delicioso. Muito obrigada amigo!
- Era o meu barco! – Grita e chora o menino
            A fada mergulha indiferente a rir. E o menino lá perdeu outro barquinho. Volta para casa, muito triste, mas não desiste! Desta vez, constrói um barquinho, feito de casaca de noz. Convencido de que ia ser forte e ninguém o ia levar, lança o barquinho de noz ao rio. O barquinho anda ligeiro e em círculos quando a corrente é mais forte.
O menino ri, mas logo chora, quando de repente, um esquilo esfomeado dá um valente mergulho na água e engole o barquinho de casca de noz, trincando-o. O menino resmunga, mas o esquilo pôs-se em fuga.
Lá volta o menino para casa muito triste, sem o barquinho. Chegou a casa e construiu outro barquinho, com uma tabuinha de madeira que sobrou de umas obras que o seu avô fez. Lançou o barquinho ao rio, mas este não se mexeu…ficou a boiar na água, a balançar de um lado para o outro, até que vem uma enorme águia pelo ar e agarra com as suas enormes garras, a tabuinha.
- Dá cá isso! – Ainda grita o menino, mas a águia não lhe ligou.
            O menino volta a ficar muito triste, e constrói um barquinho de folha de palmeira. Lança-o ao rio, e a folha começa a andar sozinha, devagar.
- Áh! Este vai resistir. – Diz o menino a sorrir.
            Mas estava muito enganado! Quando ele menos esperava…aparece um urso enorme que mergulha para pescar um peixe e enrola-o na folha da palmeira.
- Óh! Não…não posso acreditar.
            O urso levanta-se e olha para o menino com ar de ameaçador. O menino fica com tanto medo que desata a fugir.
- Óh, não…já cá faltava este! Até este…Ai…socorro! Fica lá com o barco…ai, ai, ai…!
O urso seguiu para outro lado, depois de apanhar mais alguns peixes suculentos. Depois de tantas tentativas falhadas, o menino desata a chorar, e pede ajuda ao seu pai e ao seu avô para construir um barco.
Os dois ajudam o menino a construir um belo e enorme barco de madeira resistente, bem montado, bem colado, envernizado, à prova de água e com espaço para ele se sentar. O menino ficou muito contente e puseram o barco no rio. O menino foi passear no seu barco com o pai a vigiar e tudo correu bem.
- Boa, pai…boa Avô…muito obrigado. Vocês são os maiores.
Mesmo com tantas tentativas falhadas, o menino não desistiu, e construiu de vários materiais até chegar ao mais resistente. Vocês também não devem desistir, e devem tentar sempre, mesmo que não consigam fazer sozinhos, peçam ajuda aos adultos…porque afinal todos precisamos de ajuda uns dos outros…não sabemos tudo, não fazemos tudo…não resolvemos tudo só por nós.

FIM
Lálá
(6/Fevereiro/2014)


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