Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 9 de maio de 2022

A borboleta beijoqueira

 
  

  Era uma vez uma criança pequenina que estava num carrinho, num grande campo à sombra, a ver os seus Avós a trabalhar, com quem ficava enquanto os pais iam trabalhar. 
      Os Avós conversavam com ela, enquanto plantavam coisas deliciosas para comer, e ela ria à gargalhada, enchendo os Avós de ternura, e riso. 
      Numa manhã de sol e calor, uma borboleta enorme, tão grande que quase parecia um pássaro, pousou no narizinho da pequena. Era tão grande que lhe tapou a carinha e ainda foi além das suas bochechas. 
      A pequenina arregalou os olhos, ficou a borboleta que lhe deu um beijinho na bochecha, ri à gargalhada, a borboleta ri com ela. Tinha umas cores mais que bonitas, como ninguém tinha visto. 
      Os Avós assustaram-se, porque pensavam que a borboleta era um pássaro, a Avó grita, o Avô encolhe-se: 
- Olha o maldito pássaro, daquele tamanho em cima da menina. - diz a Avó assustada 
- Não o tinha visto! - diz o Avô 
- Nem eu! 
       A avó preparava-se para chutar a borboleta porque pensava mesmo que era um pássaro, mas quando se aproximam da criança, a Avó recua: 
- Ai, afinal não é um pássaro! Que coisa tão grande! O que é isto? De onde é que isto saiu? - diz a Avó assustada 
- Pois não, é uma borboleta inofensiva! Realmente, é enorme. E olha as cores dela, que coisa maravilhosa, parece uma pintura. Como é linda...- diz o Avô 
- Áh! Nunca vi nada assim, parece um pássaro. 
- Pois parece, mas é uma borboleta! Eu queria oferecer-te uma borboleta gigante, quando começamos a namorar. Nunca encontrei nenhuma, só aquela que te desenhei. - lembra o Avô a rir 
- Áh! A sério...? Que querido! Foi o que tu me disseste...se pudesses oferecias-me uma borboleta gigante. - recorda a Avó a sorrir 
       A borboleta ouve, suspira, sorri, pousa no nariz do Avó e dá-lhe um sonoro e repenicado beijo na bochecha, abrindo as suas asas mesmo em frente aos olhos do Avô. A pequenina fica espantada e ri à gargalhada abanando todo o corpo, os Avós riem com ela. O Avô fica muito surpreso, e encantado: 
- Áh! Deu-me um beijo... - dá uma gargalhada
- Isso era o que tu querias! - diz a Avó a rir 
- Deu mesmo! 
- Pois, pois, na tua imaginação. É bom manter esse espírito brincalhão. Eu não sou ciumenta. - ri a Avó 
       Os dois riem, e a borboleta pousa no nariz da Avó, abre as asas gigantes, dá-lhe um sonoro e repenicado beijo na bochecha. 
- Áh! Deu mesmo. A mim também. - diz a Avó a rir 
- Vês? Eu disse. E olha como a nossa neta está feliz! - repara o Avô.
       A borboleta ri, abana as suas asas gigantes e maravilhosas, como se estivesse a dançar. Pousa nos narizes, e nas bochechas, mais beijinhos à Avó, mais beijinhos ao Avô, mais beijinhos à pequenina.         Os três parecem hipnotizados ao ver aquela magia, acompanham todos os movimentos da borboleta, aplaudem, fotografam, levam mais beijinhos, a pequenina também, e riem. 
- Nunca vi uma borboleta assim, tão bonita, tão gigante. - diz a Avó
       Os dois voltam ao trabalho, sempre de olho na bebé e na borboleta, que voa por cima das plantações, das flores, beija cada pétala de flor, beija árvores, beija outra vez os Avós, e a bebé.              Caminha por cima da água de riachos, os Avós deliciam-se com a marca das patinhas tão pequeninas e redondinhas da sua passagem leve, abre as asas, salpica-as, ri,  dá beijinhos aos peixinhos, dá beijinhos às pedras, dá beijinhos às folhas, e deita-se em cima de uma folha que vai na corrente, sem pressa, parecia de veludo. 
        Mais à frente, volta e mais beijinhos aos avós, mais beijinhos à bebé, e quando fica muito calor recolhem para casa. 
       A borboleta instala-se num vaso grande, da varanda, debaixo de uma flor enorme, que ela gostou. A família gostou tanto dos beijinhos que ela dava a tudo e a todos, que disse para ela lá ficar. 
      A borboleta ia para os seus passeios, e voltava sempre para o mesmo sítio, carimbando os avós, a pequenina e os pais da criança com beijinhos e mais beijinhos. 
      O Avô até construiu uma casotinha para a borboleta, na beirada de uma janela, logo que o tempo arrefeceu, bem confortável, bem agradável, onde ficava protegida do frio, do calor, do vento, da chuva.
       A bebé deliciava-se com a borboleta, tal como toda a gente que lá ia, recebendo beijinhos e mais beijinhos da simpática borboleta. Era mais um elemento da família, e deram-lhe o nome de borboleta beijoqueira, com todo o carinho. 

                                             FIM 
                                         Lara Rocha 
                                         9/Maio/2022 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras