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sábado, 7 de agosto de 2021

As rotinas do sol

     

pintado a óleo por Lara Rocha 

      Era uma vez um Sol, que desceu de paraquedas muito lá de cima, até à Terra, onde ainda estava muito escuro, mas sabia que a hora de despertar se aproximava. Esta é uma rotina que ele adora! Começa sempre com o aterrar numa praia gigante, deserta, exótica, daquelas que parece que nem existe, e não. Só o Sol sabe dessa praia, só ele é que vai para lá, acordar partes do mundo! 

      Quando aterra, espreguiçou-se, estende todos os seus raios e abre um sorriso tão grande que espalha brilhantes por todo o lado. Boceja com tanta vontade que salpica o mar, com a sua luz, que ao pousar na água ganha muitas cores, umas mais claras, outras mais escuras. 

      Levanta-se lentamente, e começa a saltitar na água como se fosse um balão vermelho num elástico. Enquanto continua a levantar lentamente,  olha para a paisagem, aprecia os pescadores em alto mar e na costa a recolher o peixe fresco. 

     Vê e ouve as gaivotas esfomeadas, cheias de energia, a esvoaçar à procura da primeira refeição, a mergulhar em busca de alimento. Vê pessoas à janela de casas, outras a caminhar pela rua, a passear cães nos passadiços e na própria praia, ainda quase a dormir em pé, e outras de carro, a correr de um lado para o outro. 

      Fica cansado de ver tanta agitação e de ouvir tanto barulho, que regressa à praia. Saltita na areia, deita-se, rebola, enche os raios de areia, pega nela, acaricia-a, sorridente, clareando toda a praia, e porque brinca na areia aquece-a. 

      Como fica cheio de areia, vai tomar banho ao mar, que ainda está gelado, mas depois de brincar com a água, aqueceu-a. Uma série de amigos marinhos vem logo cumprimentá-lo, e alguns humanos, como surfistas, desportistas que adoram treinar logo de manhã, e artistas fotógrafos ou pintores, para aproveitar toda a beleza que espalha. 

       Também gosta de conversar com o vento marinho que não resiste à sua passagem, e os dois ainda dão umas boas gargalhadas, passeando-se pela praia e abraçando as amigas palmeiras que adoram senti-los. 

       É o sol que as desperta, e o vento que as penteia..bem...ele acha que penteia, mas a maior parte das vezes, despenteia. O que vale é que elas não ficam zangadas, porque gostam do carinho do vento, dizem que acordam com uma nova energia, bem dispostas e frescas. 

    Depois de tudo feito, volta a subir e fica próximo da Terra, até a sua amada Lua chegar, para trabalhar, sempre maravilhosa, linda, com o seu vestido em tons brancos e azulados, e brilhante, umas vezes mais curto outras noites, mais comprido. Mas sempre elegante. 

      O sol gosta de a ver, enquanto ela está a trabalhar, sentado na Via Láctea, da janela do seu quarto onde se deita e descansa numa nuvem macia, ou debaixo de uma grande árvore feita de estrelas cintilantes, no jardim, onde se senta confortavelmente até voltar ao trabalho, despertando o Mundo às mesmas horas, ou a horas diferentes, sempre feliz, enchendo-nos a todos que o vemos, com a sua energia, alegria e calor. 


                                                                                FIM 

                                                                             Lara Rocha   

                                                                            7/Agosto/2021 

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