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sábado, 3 de abril de 2021

monólogo lágrimas e palavras comestíveis



Há palavras que não podemos dizer para não magoar os outros, mas que nos envenenam todo o corpo. Há palavras que nos dirigem algumas pessoas, e às quais não respondemos, engolimos, bebemos veneno.

emoções, sentimentos, palavras, que gostávamos de dividir, por exemplo na hora do desespero, ou se dividimos raramente/ nunca recebemos conforto A resposta é o silêncio, a ignorância, mais veneno para o corpo…

Não poder dizer a outra pessoa que amamos, o sofrimento que ela nos causa por terminar o namoro, ou por não nos dar a atenção que gostávamos, e muitas outras situações, não podermos dizer que temos saudades dele (a), com medo de que essa pessoa se afaste ainda mais, que interprete mal, ou que ainda diga coisas piores.

Principalmente saber que nós estamos mal e essa outra pessoa está bem, como se nada fosse! Dói muito…Deixa-nos geladas (os), destrói-nos a alma, faz-nos chorar, e achar que não vamos conseguir dar a volta. 

Tira-nos a alegria, o sorriso, e a vontade de viver…Faz-nos sentir estranhos, tristes, como se fossemos desconhecidos de nós mesmos, deixa-nos doentes. Há palavras que ouvimos, que não dizemos...Que parecem facadas no nosso interior, 

Deixa-nos com a sensação de estarmos mortos. É muito triste…! E se pudéssemos provar as palavras que ouvimos? Todas teriam sabores diferentes! Umas saberiam a doce, outras a amargo, umas a salgado, outras a deslavado.

Umas saberiam a picante, outras a fresco, ou a quente, outras...seriam gelo...cada uma tem mesmo um sabor diferente. Não as comemos com a boca, mas o coração come! Se sorrimos, ele gostou do sabor das palavras. Se choramos, ele não gostou do sabor. 

O que faz ele com os diferentes sabores das palavras? Guarda-as? Deita-as fora? Se pudéssemos tocar na palavras...Umas seriam veludo, outras pétalas macias de flores. Umas seriam vidros partidos, facas, picos, agulhas e pedras que nos magoavam de certeza. 

Outras seriam outro material indefinido, penas leves ou asas finas de borboletas...Voaríamos com elas? Porque não...Algumas palavras que nos dizem são tão leves...Tão macias...tão boas...O coração gosta delas. Outras, cortam-nos aos pedaços, rasgam-nos, ferem-nos, furam-nos, atravessam-nos… 

O coração não gosta dessas. Quando ele gosta do toque das palavras, sorrimos. Quando ele não gosta, choramos. Cada palavras tem um sabor diferente, cada palavra tem uma cor diferente, cada palavra tem uma textura diferente...Mas ouvimos todas!

O mesmo acontece com cada lágrima! Cada lágrima conta um segredo, nunca confessado. Um desejo, nunca realizado, um sonho, uma recordação ou várias recordações. Felizes, tristes, doces, românticas, um sentimento, uma emoção, um medo. 

Cada lágrima conta...momentos de dor, de saudades de alguém, de algum lugar, de alguma coisa especial, de um momento...de um tempo feliz...e mesmo de alguns momentos inesquecíveis, e mesmo de alguns minutos especiais. 

Cada lágrima conta mágoas, rancores, iras, frutrações, derrotas, vitórias. Cada lágrima solta um grito, ou vários gritos silenciosos, profundos, que têm de ser calados, sufocados...que emanam do oceano interior...grito de aflição, de dor, de tristeza, de raiva, de ódio, de amores não correspondidos, proibidos, Que não saem dos sonhos... 

Cada lágrima, Conta a solidão, Canta a tristeza, Cada lágrima...Varre a alma, Limpa o  coração, Purifica, Descongela-nos,  Liberta o que está preso na alma… Cada lágrima...Mostra tudo o que temos Dentro de nós...Quando as máscaras caem.. Cada lágrima, despe-nos, Mostra o que somos realmente. Cada lágrima… Conta uma história de vida.


Lara Rocha 

2/4/2021

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