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domingo, 9 de março de 2014

OS BODINHOS

Era uma vez várias famílias compostas por: Bodes, cabras, cabrinhas e cabritos, com lã de várias cores, uns com chifres maiores, outros mais pequenos. Eram famílias felizes, unidas, que viviam na corte de uma grande casa de família de camponeses, com outros animais.
            O seu dia-a-dia era sempre o mesmo: comer, brincar, saltar, dar leite e dormir. Mas um dia, tudo muda. Recebem na sua corte a visita que um ser muito especial. Uma linda mulher com asas de borboleta, brilhantes.
            Ninguém sabe quem é, nem o que está ali a fazer. Nunca a tinham visto, por isso ficaram todos assustados e agitados. Pais e filhos unem-se quanto mais podem.
- Ai, mamã…o que é isto? – Pergunta um cabritinho assustado
- Não sei, filho! Mas seja o que for, não nos fará mal…acho eu… - Diz a mãe cabra, também com medo
- Isto se não der cabo de nós antes… - Murmura o bode
- Não assustes mais os meninos! Nem a nós. – Pede a cabra
- Vais dizer que não estás com medo…
- Claro que estou com medo, mas não devemos mostrá-lo aos nossos filhos.
- Ora, eles têm de se habituar à realidade…na vida real, nem tudo é bonito e bom, não há só bons corações, também há mau. Não há super-heróis salvadores.
- Certo, mas isso não ajuda neste momento.
- É o fim do mundo! - Murmura outro bode
- Ai, não…! – Choram os pequenos
- Vamos para um forno! – Suspira uma cabra
- Óh não! – Gritam todos
            O ser especial ri
- Calma! Eu vim eu paz. Não vos vou fazer mal…! Nem cozinhar-vos – Todos suspiram de alívio – Também não é o fim do mundo…Sei que estão assustados porque não me conhecem, é normal…mas não sou uma coisa má…sou do bem, e vim trazer-vos uma prenda!
            Todos entreolham-se surpresos e até um pouco desconfiados.
- Não…não é nenhuma armadilha! – Diz o ser mágico
- Ui. Ela até lê os nossos pensamentos! – Comenta um bode que tinha pensado exactamente isso…que ela seria uma armadilha.
- Diga logo o que vem cá fazer! – Pede uma cabra
- Está bem!
            Abana as asas, e tira de lá um lindo cristal.
- Óóóóóóhhh… que lindo! Uau! – Suspiram todos encantados
- Este cristal vai dar-vos poderes especiais! – Explica a mulher
- Poderes especiais? – Perguntam em coro
- Desculpe menina, com todo o respeito…isso é bom ou é mau? – Pergunta outro bode
- É bom! Vocês têm uma missão muito importante!
- Missão? – Perguntam todos em coro
- Sim! Com este cristal vão ganhar poderes especiais, e divertir umas pessoas muito especiais num lugar muito longe.
- Desculpe…eu gostava de colaborar, mas não podemos sair daqui! – Desculpa-se uma cabra
- Vão poder sair…e vão sair…sem ninguém dar por isso! E voltarão sem ninguém perceber! – Diz a mulher
- Como? – Perguntam em coro
- Vamos tornar-nos invisíveis? – Pergunta outra cabra
- Não é bem! Quer dizer…sim, vão tornar-se invisíveis por algum tempo, mas vão reaparecer noutro sítio!
- Ááááhhh…! – Exclamam em coro
- Desculpe…não acredito nisso! – Diz outro bode
- Tem todo o direito de não acreditar, mas espere para ver.
- Mas o que temos de fazer? – Pergunta uma cabrinha
- Vocês vão ter o poder de se transformar em personagens de circo…e fazer as habilidades que eles fazem!
- o quê? – Perguntam em coro
- Eu? No circo? – Pergunta um bodinho
- Nunca fui ao circo…não sei como é! – Diz outra cabrinha
- Nem eu! – Dizem todos
- Não se preocupem! O cristal vai encarregar-se de tudo isso…só têm de se deixar levar e divertir-se muito.
            De repente o cristal abre-se e sai de dentro dele, uma explosão de raios de luzes de todas as cores, sobre os animais e todos começam de repente a fazer habilidades de verdadeiros artistas de circo.
Uns são trapezistas, outros são palhaços, outros balançam-se no telhado, outros equilibram-se em arames, em rodas e em paus ou andas, outros dão grandes saltos, outros dão cambalhotas, outros são domadores corajosos de leões, outros de cavalos, e outros de elefantes.
            Aparecem também bodinhos que fazem danças espectaculares, estátuas e formas com os corpos. Outros fazem truques de magia, tirando coisas das cartolas, outros fazem enormes bolas de sabão, e outros são ginastas.
            A fada aprecia deliciada, ri e aplaude. Estala os dedos e os bodes, as cabras, os bodinhos e as cabrinhas, desaparecem da corte e aparecem num enorme campo com mais bodes, mais cabras, mais cabrinhas e cabritinhos que estão sentados a aguardar ansiosamente pela visita do circo. Quando vêem a tenda, todos saltam alegremente, aplaudem, bramem, e preparam máquinas fotográficas.
            Um dos bodinhos apresenta o circo, e todos aplaudem. Dão um lindo espectáculo, muito animado, cada um com a sua tarefa, todos assistem com grande alegria e encantados, riem muito, brincam, saltam, dançam e deixam todos os que assistem, muito felizes.
            No fim do circo, a fada estala os dedos, e todos os animais reaparecem na corte. Um dos meninos mais novos dos casais da quinta, acorda sobressaltado, e vai à corte onde estavam todos os animais. Todos estão sossegados, alguns a dormir, outros a abanar os casquinhos, outros a petiscar, outros a morder a lã e a coçar-se, outros a sacudir as orelhas e rebolar…mas reina a paz.
- Áh! Estão aqui…! Que susto! Vejam lá que sonhei que vocês tinham ido fazer um espectáculo de circo, para um campo. Vocês eram os artistas do circo! (ri ás gargalhadas, e todos os animais bramem como se estivessem também a rir) Afinal…foi só um sonho! Claro! Ainda bem. Até devia ser engraçado um circo feito com animais como vocês…era a mesma coisa que os vossos chifres começarem a dar luz… (ri às gargalhadas)
            E os chifres dos animais começam mesmo a dar luz…e a piscar…o menino fica estático, gelado, pisco os olhos várias vezes seguidas…e assustado:
- O que é isto…? Eu estou a ver bem? Ou estou a sonhar…? Os animais com os chifres a dar luz…? O que é que se passa aqui? Ãhhhh…? Os animais com os chifres a dar a luz…? Isso não é possível…só acontece nos sonhos…mas…mas…eu estou acordado…! Estou acordado…e a ver os chifres dos animais a dar luz…Óh não…! – Diz o rapaz, a tentar mentalizar-se.

E desata a correr, aos gritos pela casa fora.


                                                           FIM
                                                           Lálá
                                               (6/Março/2014)


            

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