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domingo, 24 de fevereiro de 2013

A FOQUINHA



Era uma vez uma foquinha pequenina, que vivia com os seus pais numa gota de gelo. A foquinha era feliz, e adorava viver nesse sítio gelado, cheio de neve. Mesmo com muito gelo à sua volta, a foquinha não tinha falta de amor, dos seus pais, nem de alimento, mas às vezes sentia-se sozinha, e ficava triste, porque lhe faltavam amigos. Um dia, a foquinha estava a patinar no gelo, feliz, e de repente, o gelo começa a estalar, debaixo dos seus pés.
Ela fica muito assustada:
- Mas o que é que está a acontecer? O gelo…está a partir…! (grita) Socorro…
            E afasta-se para trás, cheia de medo, encostada a um grande pedaço de gelo, para onde tenta subir mas escorrega.
- Óh, não. A mamã e o papá tinham razão. Este sítio é perigoso. Óhhh…porque é que eu não obedeci aos meus papás.
            Quando finalmente conseguiu subir para o grande gelo, suspira de alívio e ri.
- Ufa! Que susto. Aqui estou a salvo. Acho eu. Só não percebi porque é que o gelo estava a partir.
            De repente, o gelo parte mais, e da água salta outra foquinha, aos gritos. A foquinha olha muito atenta, surpresa e um pouco assustada.

- Ai, que sufoco! Pfff…! Ai…finalmente estou em terra. Estou. Sim…em terra…quer dizer…em gelo!
            Olha em volta, e repara na foquinha que está em cima do gelo. As duas foquinhas falam uma com a outra.
- Olá!
- Olá!
- Estou a ver-me ao espelho?
- Onde estás a ver o espelho?
- Ai, tu és uma foca?
- Sim, e tu quem és?
- Sou uma foca.
- Ai, tu existes mesmo?
- Claro que sim, se não existisse não me estavas a ver, nem estaríamos a falar.
- Sim, pois é. É verdade.
- Mas de onde saíste?
- Do gelo. E tu vives aqui?
- Sim, vivo naquela casinha de gelo…aquela gota. Não és daqui?
- Não. Vim aqui parar…olha, ainda não sei bem como. Mas fugi de um tubarão.
- Ai, que medo…!
- Sim, é mesmo, mas ele aqui não me encontra.
- Espero que não. Então foste tu que partiste o gelo?
- Sim, tinha de encontrar uma saída. Já estava a ficar cansada.
- Pois!
- Há por aqui algum sítio onde me instalar um pouco? Só para descansar…
- Sim, há. Anda. Vou servir-te de comer, beber, e indico-te um sítio onde vais poder descansar.


As duas conversam alegremente, pelo caminho até uma gruta de gelo, onde tem muitas tendinhas de gelo para viajantes que passem nessa aldeia gelada. É um sítio muito confortável e tem lá tudo. Comida, bebida, camas confortáveis, salas de convívio, casas de banho, piscinas, e música.

A foquinha tinha acabado de ganhar uma nova amiga, e passa o resto da tarde, a brincar com ela, e a conversar, a rir, a mergulhar nas piscinas. De repente a foquinha fica triste, porque pensou que a sua amiga tinha de ir embora.
- Estás triste?
- Um bocadinho.
- Porquê?
- Tu vais embora não vais? – A choramingar – E eu vou ficar outra vez sem amigas para brincar. Óh…eu sinto-me muito sozinha! E estava tão feliz de te ter aqui.
- Não! – Sorri - Eu não vou embora! Quer dizer…vou, mas volto muito em breve para brincar contigo.
- A sério?
- Sim! Claro que sim.
Aparece outro casal de focas muito preocupado, à procura da filhota, a nova amiga
Ela grita:
- Papá…Mamã…estou aqui.
            Os pais vão a correr ter com ela. Agora é que a nossa foquinha ficou mesmo triste. A foca Mãe grita, preocupada:
- Onde estavas metida…?
- Estava aqui, mamã…
            O pai resmunga:
- E quem te deu autorização para te afastares…?
- Desculpem, Mamã e Papá…mas tive de fugir de um tubarão que me estava a perseguir. Encontrei aqui uma saída, e uma nova amiga. Este sítio é muito bom. Mas como é que me descobriram aqui?
            A mãe responde:
- Seguimos o teu cheiro…foi por sorte que te encontramos. Alguma coisa me dizia que estavas aqui. Acontece com todas as focas pequenas.
            A Mãe e o pai ralham:
- Não devias ter saído da nossa beira.
- Já te dissemos muitas vezes que essas brincadeiras malucas são perigosas!
- E já te dissemos muitas vezes para não te afastares de nós, sem nos dizeres.
- Deixaste-nos muito preocupados! Isso não se faz.
            A foquinha está envergonhada:
- Desculpem…! Não fiz por mal. Estamos longe de casa?
            Os pais respondem em coro:
- Sim, um pouco.
            O pai acrescenta:
- Agora temos de encontrar outro sítio…mais tarde tentaremos voltar ao nosso, se for possível.
            A foquinha sugere:
- Ficamos aqui mesmo. A minha amiga mostrou-me um sítio muito bom, para descansarmos. Aqui…venham ver.
            A nossa foquinha abre um grande sorriso, ao saber que a sua nova amiga estará ali por mais tempo, e assim, terá com quem brincar. Os pais cumprimentam a nova amiga da filha, e a foquinha indica-lhes o caminho da grutinha. Os pais ficam maravilhados com a grutinha, e instalam-se lá, felizes. As duas foquinhas pequenas, estão felizes, e brincam juntas, enquanto os pais se instalam, descansam, alimentam-se, e conhecem os vizinhos. Os pais da nossa foquinha estão orgulhosos pelo que a filha fez, e tornam-se também grandes amigos. Depois desse dia, a foquinha e os pais não saíram mais dessa aldeia. As duas pequeninas tornam-se amigas inseparáveis, brincaram sempre debaixo de olho dos pais, sempre perto, e divertiam-se muito! Que sorte teve esta foquinha! Sentia-se tão sozinha, e ganhou uma nova amiga, que fugia de um terrível tubarão.
FIM
Lálá
(23/Fevereiro/2013)
 



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