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segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

As árvores douradas


fotos de Lara Rocha 

Era uma vez um grande grupo de árvores num parque da cidade, iguais às outras, verdes, castanhas no tronco, frondosas no Verão e na Primavera, com poucas folhas no Outono e no Inverno. 

Umas tinham uns troncos largos e outros mais fininhos, mais largos e mais compridos, mais longos e mais curtos para os lados, e para cima. 

Outras tinham os troncos mais estreitos e os raminhos esguios, uns mais curtos, outros mais compridos, uns para cima, outros para baixo e outros para os lados. 

O parque era muito agradável, e visitado, principalmente de dia, mas à noite...acontecia algo mágico de grande beleza, que quase ninguém via. 

Essas árvores que pareciam iguais às outras, absorviam toda a luz do sol, todo o calor, e à noite, pareciam autênticos candeeiros. 

Ficavam todas iluminadas, a luz do sol que tinha guardada de dia, percorria  o tronco principal, como se fossem fios elétricos. 

A luz que saia deles era amarela dourada, brilhante, intensa, forte, e do tronco grande, passava para os seus troncos mais finos, nas diferentes posições. 

Umas a seguir às outras acendiam-se e aqueciam o espaço frequentado por pessoas que gostavam de ir para lá à noite, passear, ler, meditar, desenhar, tocar música. 

Algumas pessoas cortavam um tronco pequeno e plantavam como se fosse uma árvore num vaso, para ver se funcionava nas suas casas. 

Não funcionavam! Porque não ficavam ao sol, e porque tinham sido cortadas da árvore principal. Além de iluminarem e aquecerem, ainda soltavam raios gigantes de luz amarela dourada por cima de todas as casas onde havia conflitos, doentes e problemas. 

Iam aos hospitais, para ajudar as pessoas que lá estavam a curar-se. Algumas conseguiam, outras, infelizmente não. 

Não viam os raios mas sentiam a sua energia, sorriam corajosos, do «nada», sentiam-se mais calmos, e mais fortes na sua passagem. Outras pessoas conseguiam ver os raios. 

Os animais de rua adoravam dormir aos seus pés, para se aquecerem, e os troncos faziam carinhos aos cães e gatos. 

Estas árvores pareciam ter telepatia, porque quando alguém pensava nelas, ou desejava ter a sua luz por perto, os raios dourados estendiam-se e iam mesmo para a beira dessas pessoas, enchê-las de luz. 

As pessoas nem sempre a viam, mas sentiam a sua presença, energia calorosa, tranquila, relaxante. Já experimentaram tocar numa árvore? 

Experimentem, e enquanto a abraçam, imaginem que saem dela, raios de luz dourada. Como se sentem ao abraçá-la? Sentem a sua luz? Como é? 

As árvores são muito generosas para nós, fazem-nos tão bem que parecem ter luz dourada, como estas, não é? 

    Podem deixar nos comentários. 

                                      FIM 

                                 Lara Rocha 

                                14/Janeiro/2024 

    


4 comentários:

  1. Em pequena trepava a uma oliveira, quando ia para o campo, é através das árvores que recebemos oxigénio, apesar do oxigénio vir do fundo do mar (das algas).
    Como cantava a minha avó:
    "Caem folhas, uma a uma;
    Na erva verde dos prados;
    São folhas do Castanheiro, dos Choupos e do Sobreiro;
    Do Carvalho esburacado!
    As folhas amarelinhas, vão caindo, vão caindo;
    Parecem o choro das plantas, marterizadas e santas, pelo sol que vai fugindo;
    Pelo sol que vai fugindo."

    Mariana Carramate

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    1. Olá Mariana, muito obrigada pelo comentário! :) Que bonita essa canção, que é quase uma «oração» ou uma declaração de gratidão à Natureza tão valiosa para nós e tantas vezes esquecida ou maltratada. Que linda recordação! São lembranças como estas que nos fazem sorrir e que nos dão uma força extra, nos momentos menos bons.
      Obrigada pela visita.
      Volte sempre! :D
      Até já.
      Lara Rocha
      L

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  2. É mesmo, é da natuzera que provém tudo, a minha avó era uma pessoa sábia.
    Na nossa família sempre tivemos um grande respeito pela natureza.
    As andorinhas faziam um ninho grande no terraço, também chegaram a criar no pátio, um dos passarinhos caiu do ninho, tentei ajudar, mas não consegui salvá-lo. Também chegámos a ter ninhadas de ouriços cacheiros no quintal.
    Quando era pequena a avó cantava-me uma canção sobre os passarinhos:
    "Os passarinhos tão engraçados;
    Fazem os ninhos, com mil cuidados;
    São para os filhinhos que estão para ter, que os passarinhos, os vão fazer;
    São para os filhinhos que estão para ter que os passarinhos os vão fazer;
    No bico trazem coisas pequenas, os ninhos fazem de musgo e penas;
    Depois lá têm os seus filhinhos, tão pequeninos ao pé da mãe;
    Depois lá têm os seus filhinhos tão pequeninos ao pé da mãe;
    Nunca se faça mal a um ninho, à linda graça de um passarinho;
    Que nos lembremos sempre também, do pai que temos da nossa mãe;
    Que nos lembremos sempre também, do pai que temos da nossa mãe."

    Beijinhos,
    Mariana.

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    1. Olá Mariana, que linda canção de amor à Natureza que a sua Avó cantou. A Sra tinha muito jeito para rimas e canções. Tão bonitas essas memórias :) a Natureza também é uma fonte de inspiração para mim, e desde pequenina tive o privilégio de ir aos Domingos e nas férias para a aldeia da minha mãe conviver, brincar e contemplar a Natureza. O meu Avô adorava mostrar-nos coisas bonitas do campo. Também vi ninhos e passarinhos, os animais da quinta, imaginar formas nas nuvens, e ainda hoje adoro contemplar, ver imagens da Natureza e fotografar. Obrigada pela partilha. Beijinhos :) Lara Rocha

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