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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

O camelo que foi à neve, e e os da neve ao deserto


    
    
Era uma vez um camelo todo moderno, que trocou o deserto onde vivia, por uma aldeia com neve, onde tinha uns amigos que o convidaram. 
           Lá foi ele todo curioso e entusiasmado, com a sua roupa leve e fresca, mas na mala levava roupa quente. Os amigos foram buscá-lo à praia da cidade, cheia de neve à volta. 
          Cumprimentam-se alegremente, e o camelo sente os ossos a congelar: 
- Mas que frio! Parece que já nem sinto os ossos… estão todos a partir-se. 
          Os amigos riem: 
- É impressão tua! - diz um 
- Isso é de não estares habituado. - diz outro 
- Veste já um kispo. 
         O camelo tira da mochila um kispo, os amigos ajudam-no a vestir calças, meias, botas, luvas, gorros, entre escorregadelas, conversas e gargalhadas. 
     Já totalmente preparado para o frio, suspira. 
- Olha à tua volta, que lindo, tanta neve… 
        O camelo percorre toda a paisagem de neve com os olhos, abre um grande sorriso: 
- Uau! É mesmo muito bonito. - comenta o camelo 
- Anda, vamos para casa porque daqui a pouco é noite! - comenta um 
- Já? 
- Sim. 
- Vais adorar. 
        Cada um mete a pata de cada lado do camelo, e ajudam-no a deslocar-se para casa. Pelo caminho, o camelo sente o ar gelado do vento, toca na neve, quase escorrega algumas vezes. 
- Como é leve a neve. E fria! - comenta o camelo 
- É! 
         Os amigos tocam na neve, cheiram, e ficam todos vermelhos com o frio. Continuam e chegam a casa dos amigos, onde os espera uma lareira fantástica, as mães a cozinhar, os pais foram às compras, e os animais estão recolhidos, esticados em cima da manta, consolados com o calor agradável. 
        Os animais assustam-se com o tamanho do camelo. Todos riem. Cumprimentam as mães, e estas dão as boas vindas ao camelo. 
- Olá, bichos, quero apresentar-vos o nosso amigo que veio do deserto. 
        Os cães e os gatos cheiram-no, ladram e miam à sua volta, olham-no de cima a baixo. 
- Eles gostaram de ti. - comenta um amigo 
        Conversam alegremente, os pais chegam com as compras, comem um belo jantar, com muita conversa e gargalhadas. No fim do jantar, o camelo vê a paisagem da janela. 
- Anda lá fora, aí não vês nada. 
        Vestem os kispos e vão brincar com a neve à porta de casa, correm, caem, rebolam, riem, atiram neve uns aos outros, fazem bonecos de neve, um deles igual ao camelo. 
        Ele aplaude, os cães também se divertem à grande, ladram, os gatos miam e saltitam, até ficarem com a roupa encharcada. Voltam para o quentinho da casa, tomam um banho quente, vestem os pijamas, bebem um chá à beira da lareira, numa conversa muito animada, o camelo conta coisas sobre o deserto, e os amigos ficam muito curiosos em conhecer o deserto também. 
        Dormem uma bela soneca, cheios de cobertores, numa cama macia, com almofadões, sacos camas, e o quarto um conforto que dava gosto. 
        Nos dias seguintes, os amigos levam o camelo a visitar a aldeia onde vivem, cheia de neve, o camelo nunca tinha vista tanta neve. Brincou com os amigos, viu animais que não existia no deserto, constroem mais bonecos de neve, fazem piqueniques num parque cheio de neve, onde só as mesas e as cadeiras escapam, caminham sobre a neve, o camelo adora o barulho das patas a pisar a grande camada de neve. 
        Brincam, descansam, agasalham-se, o camelo agradece todo o carinho, o conforto da casa, da cama, da lareira, a simpatia dos pais dos amigos, agradece e abraça os amigos, e combinaram encontrar-se novamente, agora no deserto. 
        Foi o que aconteceu, umas semanas depois, os amigos que viviam na neve, foram ao deserto onde vivia o amigo. Ficaram espantadíssimos, nunca tinham imaginado sequer como era, só ouviram o amigo falar do deserto, mas estar lá era muito diferente.           Levaram roupa fresca para de dia, e roupa mais quente para a noite, porque no deserto arrefecia bastante. Abraçam-se e são recebidos numa grande festa, os camelos juntam-se todos para dar as boas vindas, e cada camelo recebe os amigos em sua casa, numas grutas mais pequenas, e numas grutas maiores, onde não lhes faltava nada. 
        De dia passeiam pelo deserto, e descobrem surpresas agradáveis, também tinha coisas bonitas, flores exóticas, pequeninas lagoas, plantas, árvores, aves raras, bonitas, outros animais, frutas saborosas. 
        Os amigos adoraram sentir a areia, brincar na areia, o sol, e a frescura da noite, as grutas onde dormiram, e a segurança, o sossego que era aquele espaço, os petiscos, e tudo era novidade para eles, tal como a neve que se via do deserto, um pouco longe, no cimo das montanhas altas, e à volta, onde viviam os amigos. 
        Combinaram encontrar-se mais vezes, falavam-se todos os dias pela internet, e por telemóvel, e quando queriam iam ter uns com os outros. 
        Um dia, o inesperado aconteceu: nevou no deserto, como nevou na montanha. Os camelos estavam em estado de choque, eufóricos, nunca tinha acontecido, até ficaram assustados, mas depois, foi diversão total, o camelo chamou os amigos da neve, e a festa durou vários dias no deserto com neve. 
        Nunca souberam como foi possível nevar no deserto, só sentiram algumas noites, em que estava realmente muito mais frio, mas nunca pensaram que iria nevar. 
        Os camelos estavam emocionados, mas uma voz estranha, nem sabiam de onde vinha, disse que não deveriam estar assim tão felizes por ter neve no deserto, porque era sinal de que o planeta Terra estava doente. 
        Ficaram tristes, e muito surpresos, a voz tinha razão. A neve derreteu, os camelos foram à montanha com neve, onde viviam os amigos, e estava calor, coisa que também nunca tinha acontecido, quase nem havia neve. 
        A voz voltou a repetir: o planeta Terra está doente, é por isso que quase não há neve, e há calor. Cuidem dele. Na verdade o planeta Terra está doente, e tem acontecido muitas mudanças estranhas, violentas, nunca antes vistas, chuvas torrenciais, ondas de calor onde nunca tinha havido, neve a derreter, ou nem sequer há neve. 
        Todos ficaram muito pensativos, e nós, também devíamos pensar todos os dias um bocadinho no nosso planeta, que está realmente doente! Fazer-lhe bem, para não termos surpresas como as dos camelos e dos amigos, que são bonitas, mas não são um bom sinal.

Vocês cuidam do planeta? 
Como? 
Vocês também acham que o planeta está doente? Porquê? 
O que fazem para ele não ficar mais doente? 
O que ainda podemos fazer por ele? 
Já imaginaram neve no deserto? 

Podem deixar os vossos comentários. 

                                            FIM 
                                         Lara  Rocha 
                                        16/Agosto/2023 

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