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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

As máscaras do espaço

 


  

Era uma vez lá em cima, no misterioso espaço onde vivem as estrelas, os planetas, os cometas, o sol, a lua, a terra, as nublosas, e tudo o que existe, mesmo que não conheçamos. 

 Lá também festejam o Carnaval, é muito divertido! Os preparativos para o grande desfile, começam muito cedo, vários meses antes, e no dia, todos desfilam orgulhosos, com a música do espaço, dançam com coreografias que transmitem mensagens. 

  O início da grande festa, é marcado por um momento muito especial, muito mágico, emocionante, que faz todos deixarem escapar uma lagriminha. 

   A Terra sobe para um palco que faz lembrar a noite cheia de estrelas cintilantes, e todos ficam sentados no chão a contemplá-la, em silêncio. 

   Ela mostra imagens desoladoras do que os humanos estão a fazer com o seu coração, e o seu corpo. 

  Mostra a destruição, as tempestades, os terramotos, os desgelos, os glaciares que se partem e separam, a neve que derrete muito rápido, lugares onde eram eternas, e desapareceram, a poluição dos mares, dos rios, do ar, do solo, a seca, a fome, a guerra. 

     A Terra diz: 

- Eu amo os humanos, mas estou desiludida com o que me estão a fazer. Envio mensagens, e eles não me respondem, continuam como se estivesse tudo bem, como as emoções deles. Nem as emoções deles estão bem, é por isso que me agradecem desta maneira. Não sou eu que mando isto para os magoar, eles é que não me respeitam. É muito triste ver isto, eu sei, a mim também me custa, mas eles são assim! Ainda têm muito que aprender. Eu já estou a avisar há muito tempo, enfurecem-me, por tantas asneiras que fazem e não me ouvem, eu fico fora de mim. Mando avisos, e não querem saber. Acusam outras pessoas, mas esquecem-se que sou eu que mando. Não é para os magoar, é só para os avisar, e colocá-los no lugar certo! Mesmo assim, eu amo-os, e faço-lhes as vontades, para ver se se lembram que existo, e que eles são meus filhos! Não lhes quero fazer mal, mas tiram-me do sério, fazem de mim um tapete de limpar os pés e não pensam no que estão a fazer a eles próprios, aos filhos, aos netos, a mim que os amo! São eles que pedem que eu faça isto, mas não se apercebem disso! Vamos fazer uns minutos de silêncio, por favor, para libertar as más energias terráqueas dos humanos, e viver a nossa festa, como merecemos. Os minutos começam agora. 

 Os minutos de silêncio, são cumpridos minuciosamente, com lágrimas, em cada um, suspiram, enquanto duram os minutos, um sugador de más energias aspira a Terra e a assistência.

    Quando termina, outro momento bonito, é cada um soprar as suas luzes positivas, de amor, de carinho, respeito e amizade pela Terra. 

   Ela recebe-as todas, com um sorriso de orelha a orelha. 

- Muito obrigada, filhos. Muito obrigada, amores, e sempre que puderem enviam também para aqueles meus filhos, lá em baixo, a ver se ganham juízo. Que comece a nossa festa! E com a esperança que os meus filhos que amo, lá de baixo aprendam a respeitar-me, e a amar-me. 

    Limpam as lágrimas, colocam-se nas posições para o desfile, nos grupos, e a festa começa. Cantam canções de agradecimento por mais um ano juntos, e pela possibilidade de festejarem, agradecem a todos os que ajudaram na construção dos fatos. 

 Batem palmas, saboreiam petiscos, brincam, misturam-se, riem, trocam abraços, tiram fotografias, relembram cortejos de anos anteriores. 

  Este ano: o Sol quis mascarar-se de Lua, a Lua vestiu-se de Sol. A roupa de Júpiter era uma mistura de Saturno e Urano, estava um fato fantástico.

   Saturno pintou-se de Júpiter, Urano mascarou-se de Mercúrio, Mercúrio mascarou-se de Vénus, Vénus pintou-se de Terra, Neptuno vestiu-se de satélite, Plutão mascarou-se de Marte, Marte vestiu-se de estrela cadente. 

   As estrelinhas: umas foram vestidas de crateras da Lua, e pedacinhos de lua, deram as mãos como se fossem peças de um puzzle. 

  Outras estrelinhas vestiram-se de cometas, outro grupo vestiu-se de lindas e diferentes nublosas que dançaram à volta de Vénus, mascarada de Terra e de Terra que era a original. 

  Um grupinho pequenino de cometas mascarou-se de pequeninos Sóis, partes do planeta Terra que viam, pequeninas Luas. 

  Uns meteoritos, foram mascarados com roupas que não tinham a ver com o espaço: peixes, cavalos, naves espaciais, telescópios, câmaras de filmar, nuvens, trovões, chuva, ondas, ventos, vulcões.  

 Outras estrelinhas quiseram ir vestidas de montanhas, e árvores. Outros satélites, mascararam-se de aves e animais em vias de extinção que sabiam estar a acontecer na Terra. 

  Trocam elogios, abraçam-se, a festa dura vários dias, com muita música, muita dança, muita animação, alegria, desfiles, brincadeiras, jogos, muitas gargalhadas. 

   E vocês, se fossem um elemento do espaço, qual seria o vosso fato de Carnaval? 

    Acham que a Terra tem razão no que diz? 

    Como acham que a Terra se sente? 

    E os assistentes, como se sentirão? 

    O que diziam à Terra, para ela ficar mais feliz? 

Podem deixar nos comentários, se quiserem. 


                                FIM

                             Lara Rocha 

                         15/Fevereiro/2023 

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